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Ibama libera Petrobras a avançar para última fase do licenciamento de Foz do Amazonas

Ibama aprova plano de resgate à fauna e autoriza estatal a avançar com simulado de resposta a vazamento de óleo no Amapá

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, durante sessão no Congresso (Foto: Cleia Viana/Agência Câmara)
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, negou licença para a Petrobras perfurar na Foz do Amazonas (Foto Cleia Viana/Agência Câmara)

NESTA EDIÇÃO. Ibama aprova plano de resgate à fauna e autoriza Petrobras a avançar para última etapa do licenciamento do poço na Bacia Foz do Amazonas.

Lei Geral do Licenciamento Ambiental, se aprovada nos termos em tramitação no Senado, será judicializada no STF, alertam ambientalistas.

Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério (PL/RO), pauta projeto que permite a intervenção estatal sobre o preço dos combustíveis em casos de emergência.

YPF fecha seu primeiro acordo para exportação de gás de Vaca Muerta ao mercado brasileiro.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

Ibama aprovou, nesta segunda (19/5), o plano de resgate à fauna apresentado pela Petrobras e autorizou a estatal a avançar com o simulado de resposta a acidentes com vazamento de óleo no litoral do Amapá.

  • A simulação é a última etapa formal, segundo a petroleira, para o licenciamento ambiental da perfuração no bloco FZA-M-59, em águas profundas na Bacia Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.

Em nota, o Ibama informou que o chamado Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada atendeu aos requisitos técnicos exigidos “em seus aspectos teóricos e metodológicos”; e que definirá, em conjunto com a petroleira, um cronograma para a realização de Avaliação Pré-Operacional (APO)

  • A APO é um teste in loco das ações de resposta à emergência da companhia, com base num exercício simulado de vazamento de óleo. A licença, propriamente dita, dependerá do sucesso desse trabalho.

A sonda de perfuração contratada pela Petrobras está na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para realização de desincrustação de coral-sol, à espera do aval do Ibama para ser deslocada para o Amapá. A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, prometeu a “maior estrutura de resposta à emergência já vista em águas profundas e ultraprofundas”.

“Estamos satisfeitos em avançar para essa última etapa e em poder comprovar que estamos aptos a atuar de forma segura na costa do Amapá”, afirmou.

Petrobras vinha cobrando o avanço do licenciamento por parte do Ibama — comandado desde o início do governo Lula pelo ex-deputado federal, Rodrigo Agostinho. A emissão da licença é cobrança pública do próprio Lula (PT), que se comprometeu com políticos do Amapá que o investimento será realizado.

Em nota oficial, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União/AP), celebrou o “avanço técnico” no processo: “A Margem Equatorial representa uma oportunidade estratégica para reduzir desigualdades históricas. Essa aprovação reforça a confiança nas instituições e no compromisso com um futuro seguro, desenvolvido e sustentável”.

Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Se aprovado nos termos dos relatórios em discussão no Senado, o projeto de lei será judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF), alertam ambientalistas. O PL 2.159/2021 avançou este mês e pode ser aprovado nas comissões esta semana.

  • PL simplifica ritos para infraestrutura de petróleo e energia e também pode envolver produção de hidrogênio e instalação de data centers.


Petróleo em terreno positivo. Os contratos futuros do Brent, para julho, fecharam o pregão de segunda (19/5) com alta de 0,2%, a US$ 65,54 o barril, em meio à melhora das expectativas para a demanda global.

  • Por outro lado, o eventual acordo entre EUA e Irã, que pode significar um aumento de oferta no mercado, ajudou a conter a valorização. Traders também monitoram as negociações de paz na Ucrânia.

Intervenção nos preços. O presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, Marcos Rogério (PL/RO), incluiu na pauta desta terça (20/5) um projeto de sua autoria que permite a intervenção estatal sobre o preço dos combustíveis em caso de emergência.

A relatora, Tereza Cristina (PP/MS), apresentou parecer pela aprovação, mas incluiu trecho que condiciona intervenção somente a casos de instabilidade do suprimento interno.

Janela fechada. Os preços da gasolina e diesel nas refinarias operam abaixo da paridade de importação, informou nesta segunda (19/5) a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), com base no fechamento de mercado de sexta.

A Petrobras mantém a gasolina há 314 dias sem ajustes e o preço do diesel passou por três reduções seguidas desde abril. A Abicom vê as janelas de importação fechadas (Estadão)

Etanol. O biocombustível se mostrou mais competitivo ante a gasolina em apenas cinco estados na semana passada (11/5 a 17/5). Os preços médios do hidratado caíram em 15 estados, subiram em oito e no Distrito Federal e ficaram estáveis em três unidades, conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Fundo Social reforçado. Os repasses de recursos à União referentes ao pagamento de Participação Especial em grandes campos de produção de óleo e gás subiram 7,3% no primeiro trimestre, para R$ 4,4 bilhões, informou a ANP. A maior parte dos recursos (R$ 4 bilhões) vai para o Fundo Social. (Estadão)

YPF mira Brasil. Maior produtora de shale gas da Argentina, a estatal fechou, com a Tradener, seu primeiro acordo para exportação de gás de Vaca Muerta ao mercado brasileiro. É a sétima produtora a entrar com pedido de autorização junto ao governo do país vizinho para enviar molécula ao Brasil.

Opinião: Pass-through no transporte de gás natural é retrocesso regulatório às custas do consumidor. Proposta socializa prejuízos privados e blinda empresas que, mesmo operando com margens de lucro de até 90%, resistem a revisar suas tarifas ou investir na ampliação da malha. O pass-through é um prêmio à inércia, escreve Aurélio Amaral

Renováveis. Investidores privados precisam de previsibilidade para investir na transição energética em países em desenvolvimento, defendeu nesta segunda (19/5) a sócia-fundadora da eB Capital, Luciana Antonini Ribeiro.

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