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Governo precisa articular para evitar derrubada no Congresso de vetos na lei das eólicas offshore

Lula sancionou marco legal com retirada dos temas alheios ao assunto da geração eólica no mar

Lula e Alexandre Silveira durante reunião extraordinária do CNPE de 26/8/2024 (Foto: Tauan Alencar/MME)
Lula e Alexandre Silveira em reunião do CNPE de 26 de agosto de 2024 (Foto: Tauan Alencar/MME)

NESTA EDIÇÃO. Lula sanciona PL das eólicas offshore com vetos a emendas.

As tendências para o mercado livre de energia em 2025.

Transpetro avalia entrada em projeto de infraestrutura portuária no ES.

Seacrest consegue liminar para suspender pagamentos à Petrobras por campos maduros. 

Em missão no Oriente Médio, Silveira debate investimentos com Adnoc e assina acordo para minerais críticos com Emirados Árabes.

Cientistas confirmam que 2024 foi o ano mais quente já registrado


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O governo vai precisar se articular para evitar a derrubada pelo Congresso dos vetos do presidente Lula (PT) no marco legal das eólicas offshore

O texto foi sancionado pelo presidente na sexta (10/1) à noite, com vetos às emendas que tratam de assuntos alheios ao tema principal do texto. 

  • A mobilização pelo veto presidencial incluiu os ministérios de Minas e Energia, Fazenda e Indústria, Comércio e Serviços e foi embalada pelo argumento do aumento no custo da energia, com efeitos sobre a inflação e a competitividade da indústria. 
  • Na semana passada, uma carta assinada por 12 entidades estimava que os itens alheios poderiam levar a um aumento de 9% no custo da energia elétrica, com impactos de R$ 22 bilhões por ano até 2050.

Entre os trechos que ficaram de fora da versão sancionada por Lula estão os parágrafos que tratavam da contratação obrigatória de termelétricas (artigo 22) e da prorrogação da data para que minigeradores fossem enquadrados para isenções nas tarifas pelo uso da rede (artigo 23).

Os vetos foram celebrados por associações industriais e entidades do setor:

“É imprescindível que esses dispositivos prejudiciais não sejam restabelecidos, evitando riscos ao futuro do setor elétrico, à competitividade da indústria, às metas climáticas brasileiras e ao orçamento das famílias”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.

Apesar dos debates sobre as emendas, a sanção foi considerada um marco para o segmento das eólicas, já que é o pontapé inicial para destravar a regulamentação da geração de energia no mar no país. 

  • Os próximos passos incluem a realização dos leilões para cessão das áreas e o início dos estudos para viabilizar os projetos.
  • Há 103 pedidos de licenciamento protocolados no Ibama que somam 245 GW de capacidade instalada, segundo dados de dezembro de 2024. 


Como vai ficar o mercado livre de energia em 2025? Os descontos oferecidos em relação ao mercado regulado devem se estabilizar este ano. Na visão de especialistas, o ritmo de migrações pode ser freado, pelo grande volume de saídas do ambiente cativo que já ocorreu. Já a competição entre as comercializadoras deve se intensificar, enquanto as fusões e aquisições podem consolidar os players de maior porte.

Aeroportos e rodoviárias no ambiente livre. A possibilidade de escolher o fornecedor de energia elétrica está atraindo concessionárias que administram ativos do setor de mobilidade no Brasil a migrarem para o mercado livre de energia. O avanço na migração ocorreu mais rápido no segmento de aeroportos.

Opinião: Negar que um desconto, um subsídio ou qualquer modalidade de benefício tarifário para um grupo aumenta a tarifa dos demais é como afirmar que a Terra é plana: não resiste ao mais elementar teste de realidade, escreve o diretor de Regulação da Abradee, Ricardo Brandão

Transbordo. A Transpetro avalia ingressar em um novo projeto de infraestrutura portuária em fase de implantação no Espírito Santo. O objetivo é expandir as operações de transbordo de petróleo e derivados entre navios (ship to ship). O processo está sendo conduzido a partir de um memorando de entendimento firmado com o grupo Imetame.

Imbróglio em campos maduros. A Justiça do Rio de Janeiro concedeu à Seacrest liminar suspendendo a cobrança, por parte da Petrobras, referente às aquisições do Polo Cricaré e do Polo Norte Capixaba. A decisão também proíbe a estatal de executar garantias, aplicar penalidades, incluir a Seacrest em qualquer cadastro de inadimplentes ou fazer cobrança extrajudicial.

  • As empresas não conseguiram chegar a um entendimento quanto às obrigações de reparo de dois oleodutos submarinos.

Opinião: O estado insistirá na cobrança Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás (TFPG), criada pela lei estadual 10.254/2023, e devida pelas empresas brasileiras ou internacionais com operações offshore localizados no litoral do estado do Rio de Janeiro, escreve Leonardo Costa da Fonseca, advogado e sócio da prática de O&G do Advocacia Bettiol. 

Comercialização de gás. YPFB, PRIO, Voqen e BTG estreiam na comercialização de gás; 2025 também desponta como um ano de consolidação para Edge, Eneva e MGás. Leia na primeira gas week do ano

Missão no Oriente Médio. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), discutiu com o diretor executivo da Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), Khaled Salmeen’s, oportunidades de investimentos no setor de gás natural, incluindo fertilizantes. Durante a agenda, Silveira tratou do leilão de gás da PPSA, previsto para 2025, e afirmou que a Adnoc se posiciona como potencial investidora no país. 

Minerais críticos 1. Ainda durante a missão pelo Oriente Médio, Silveira assinou, em Abu Dhabi, um memorando de entendimento com o Ministério do Investimento dos Emirados Árabes Unidos, que prevê até R$ 15 bilhões para a cadeia de minerais críticos no Brasil.

Minerais críticos 2. O Serviço Geológico da China anunciou que o país identificou cerca de 30 milhões de toneladas de lítio, aumentando sua participação global em reservas do mineral de 6% para 16,5%, segundo informações da agência de notícias estatal, Xinhua.

Hidrogênio. É hora de acelerar e superar os projetos pilotos, para focar em iniciativas de larga escala capazes de movimentar cadeias produtivas inteiras. Leia na coluna de Gabriel Chiappini

Aquecimento global. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 é o ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais. A temperatura média global da superfície foi de 1,55°C (com uma margem de incerteza de cerca de 0,13°C) acima da média de 1850-1900.

Opinião: Há muito a ser feito até a COP30, mas se a pauta for conduzida com a atenção e esforço necessários, o encontro poderá se tornar um marco histórico de liderança do Brasil e da iniciativa privada nacional no enfrentamento da mudança do clima, escreve Patrícia Mendanha Dias, sócia-conselheira do Bichara Advogados, .

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