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Governo avança com leilões de 2026, mas greve na EPE pode afetar cronograma

Com LRCAP, baterias e transmissão, agenda de contratações está intensa

Leilão de Transmissão nº 2/2024 promovido pela Aneel na B3, em 27/9/2024 (Foto Caue Diniz/Aneel)
Leilão de Transmissão nº 2/2024 promovido pela Aneel na B3, em 27 de setembro de 2024 | Foto Caue Diniz/Aneel

NESTA EDIÇÃO. Greve na EPE gera preocupação sobre calendário de leilões do setor elétrico. 
 
Demanda por energia no Rio pode dobrar com data centers, diz Light. 
 
Fiscalização do refino na ANP passa por troca no comando. 
 
Os destaques da COP30, com a assinatura de um documento inédito para informações sobre mudanças climáticas. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O governo está avançando com os trâmites para a realização dos leilões do setor elétrico de 2026, mas a greve entre os trabalhadores da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é um fator de risco para os cronogramas

  • A estatal é responsável pelo cadastro e habilitação dos projetos, além da definição de parâmetros que subsidiam as concorrências. 
  • Os funcionários da EPE entram em estado de greve por tempo indeterminado a partir de segunda (17). 

As negociações com os trabalhadores estão tendo dificuldades de avançar, depois que o Ministério de Gestão e Inovação indicou que o limite para reajustes de salários e benefícios precisa ser igual para todas as estatais. 

  • Os trabalhadores afirmam que vinham recebendo reajustes abaixo da inflação e menores do que os de outras estatais nos últimos anos.  

A agenda de leilões do setor elétrico nos quatro primeiros meses do ano é intensa. Uma das concorrências mais aguardadas é o leilão de reserva de capacidade

  • Na quinta (12), a EPE divulgou os preços de combustíveis que vão ser considerados para calcular o custo das usinas termelétricas nessa concorrência. 
  • Esta semana também se encerra o prazo para o envio dos documentos para a habilitação no certame. 
  • Prevista para 2025, a contratação já atrasou, devido à judicialização das regras iniciais

Também está previsto um novo certame para linhas de transmissão, em março de 2026. O edital da concorrência foi aprovado pela Aneel ontem

Há, ainda, a expectativa de realização do primeiro leilão de baterias do país, em abril. Esta semana, o MME abriu uma nova consulta pública com as regras propostas

  • Vale lembrar que a expansão da transmissão e o armazenamento em baterias são duas das apostas para a redução de um dos principais problemas do setor elétrico no momento, os cortes de geração das usinas eólicas e solares, o curtailment. 


Renovação das distribuidoras. A Aneel vai recomendar ao MME a prorrogação do contrato de concessão da Energisa Sergipe. A decisão foi tomada por unanimidade pela diretoria do regulador.
 
Aumento do consumo de energia. Também em meio ao processo de renovação da concessão, a Light estima que a atração de data centers pode dobrar o consumo de energia elétrica nos próximos cinco anos no Rio de Janeiro. A concessionária estima que a média pode chegar a 6 GW.
 
Oferta e demanda por petróleo. A Opep reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano, em 1,3 milhão de barris/dia. Para 2026, também manteve a projeção de alta na demanda. 

  • Já para a oferta, o cartel elevou a previsão para o aumento da produção entre os países fora do grupo este ano em 100 mil barris por dia 

Preço do barril. As estimativas da Opep de equilíbrio entre oferta e demanda em 2026 influenciaram as cotações e o petróleo fechou em queda na quarta (12). O movimento também foi influenciado por preocupações com o aumento da oferta global.

  • O Brent para janeiro recuou 3,76% (US$ 2,45), a US$ 62,71 o barril

Troca de comando. A ANP aprovou a indicação de Marcus Werner para a Superintendência de Produção de Combustíveis (SPC). A área é responsável, entre outros temas, pela fiscalização do refino. Ele conduzirá os processos decorrentes da interdição da Refit

Reforma tributária. O deputado Mauro Benevides Filho (PDT/CE), relator do segundo projeto de lei de regulamentação da reforma tributária, manifestou à agência eixos a intenção de alterar o texto aprovado pelo Senado e compensações para equilibrar a carga de impostos. As discussões passam pela monofasia da nafta.

Combate ao crime.  A movimentação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), para promover a agenda da segurança pública desagradou tanto a oposição bolsonarista quanto a base governista.

Mercado livre de gás. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (Agems) reduziu o volume mínimo necessário para enquadramento do usuário como consumidor livre de gás natural, de uma média de 10 mil m³/dia para 1 mil m³/dia.

Destaques da COP. Dez países assinaram, na quarta (12), uma Declaração sobre a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas. O documento é inédito e estabelece compromissos internacionais para enfrentamento da desinformação climática e promoção de informações precisas e baseadas em evidências sobre mudanças climáticas. Confira mais detalhes no Diálogos da Transição na COP30.

  • As negociações da conferência começaram sem a inclusão do artigo 9.1, que prevê que países ricos deverão disponibilizar recursos para auxiliar as nações em desenvolvimento na mitigação e adaptação às mudanças do clima. Segundo o diretor de Estratégia e Alinhamento da COP30, Túlio Andrade, o tema precisará ser discutido por mais tempo.
  • O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou na terça (11) durante a COP que a transição energética não é apenas uma questão ambiental, mas uma disputa global por liderança econômica e tecnológica. “Isto não é sobre energia elétrica, é sobre poder econômico”, declarou, durante uma coletiva de imprensa.
  • As diretoras da CCS Brasil, Nathalia Weber e Isabela Morbach, apontam que a conferência é uma oportunidade para o Brasil observar a experiência internacional e amadurecer sua estratégia de descarbonização. Para as executivas, o país ainda trata de forma tímida a captura e o armazenamento geológico de carbono.
  • BNDES, Bradesco e Fundo Ecogreen lançaram uma certificadora brasileira de créditos de carbono. Chamada Ecora, a iniciativa busca atender à crescente demanda por créditos de carbono no Brasil, e atuará em todos os biomas integrando o conhecimento das realidades regionais.
  • A Fortescue concluiu a engenharia do projeto de produção de hidrogênio verde e amônia verde no Porto do Pecém (CE) e está em conversas avançadas com os potenciais “epecistas” para a construção da planta, segundo o presidente da companhia no Brasil, Luis Viga
  • A agenda do setor privado brasileiro na COP30 está fortemente voltada para soluções baseadas na natureza e os biocombustíveis, afirma o presidente da Sustainable Business COP30 (SB COP), Ricardo Mussa.
  • Na avaliação do vice-presidente da Rystad Energy, Raphael Faucz, não há expectativas de que os países saiam da COP30 com metas mais ambiciosas de redução do consumo por petróleo e gás natural, que deve seguir resiliente até 2040.
  • Do lado da energia elétrica, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), anunciou a liberação de R$ 1,4 bilhão em investimentos para a realização de cerca de 43 mil novos atendimentos por meio do programa Luz para Todos em comunidades remotas e indígenas no Pará. 

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