NESTA EDIÇÃO. Governo avalia diversificar tecnologias nos leilões de potência.
TotalEnergies avalia levar hidrogênio verde do Brasil para refinarias na Europa.
Ministro de Minas e Energia defende licença para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas antes da COP30.
Opep terá plano para compensar produção acima das cotas.
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Futuros leilões de potência terão maior diversidade de tecnologias
Com a necessidade cada vez maior de garantir energia elétrica despachável para suprir a demanda em momentos de pico de consumo, o governo brasileiro tem olhado com maior atenção para as diferentes tecnologias que podem ser incluídas nos futuros leilões de potência.
Uma das opções em análise são as hidrelétricas reversíveis.
- Na quinta (20/3), o secretário de Planejamento e Transição Energética do MME, Thiago Barral, disse que a expectativa é que a tecnologia seja incluída nos futuros certames.
- Isso depende, no entanto, da regulamentação dos sistemas de armazenamento de energia, em debate na Aneel.
No site: O que são hidrelétricas reversíveis e como podem contribuir para o sistema? Entenda.
O tema envolve também as baterias de armazenamento, aguardadas sobretudo pelos setores de geração eólica e solar, pelo potencial de reduzir a intermitência dessas fontes.
- A expectativa é que as diretrizes para um leilão exclusivo para as baterias sejam publicadas nos próximos meses, para que a concorrência ocorra no último trimestre deste ano.
Leia também: Remuneração e capacidade contratada vão ser fundamentais para sucesso do leilão de baterias, dizem especialistas.
A potência é a disponibilidade de energia para atender à demanda. É suprida por fontes que possam ser acionadas a qualquer momento.
- O crescimento das renováveis variáveis e da micro e minigeração distribuída tem ampliado a necessidade dessa “reserva” no sistema elétrico.
- A EPE projeta déficits de potência no sistema já a partir de 2027.
Até o momento, a principal opção para atender às necessidades de potência do sistema têm sido as usinas termelétricas.
- O próximo leilão de reserva de capacidade, marcado para 27 de junho, já trará uma novidade nesse sentido, com a possibilidade pela primeira vez da ampliação das hidrelétricas existentes.
Por falar nisso… o MME alterou as diretrizes do leilão de junho e reestabeleceu o custo variável unitário (CVU) inicialmente previsto para as termelétricas a biodiesel.
- O assunto foi alvo de uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois que geradores entraram com um mandado de segurança com o argumento de que os valores estabelecidos inviabilizariam as usinas a biodiesel.
Gás natural. A ANP autorizou o grupo Diamante a entrar na comercialização de gás natural. A companhia opera o complexo termelétrico Jorge Lacerda (740 MW), em Santa Catarina, e se prepara para o futuro sem geração a carvão.
Do Brasil para a Europa. A petroleira francesa TotalEnergies está planejando importar hidrogênio verde produzido no Brasil para abastecer suas refinarias na Europa, noticiou esta semana a Bloomberg, a partir do relato de fontes que pediram anonimato. O projeto, que ainda está em fase de desenvolvimento, faz parte de uma parceria com a Casa dos Ventos.
Agenda de combustíveis fósseis. Os onze países do Brics devem se unir para “atacar a demanda” de petróleo e gás ao mesmo tempo em que buscam soluções para descarbonizar sua produção de combustíveis fósseis, defendeu na quinta (20/3) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), durante a abertura da 2ª Reunião de Energia do Brics, em Brasília. Leia na diálogos da transição.
Bacia da Foz do Amazonas. O ministro de Minas e Energia também defendeu a obtenção da licença pela Petrobras para perfuração na Margem Equatorial, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém.
- “Quem tem fome tem pressa. E o Brasil é um país com muitas desigualdades, com muitas necessidades, em especial de investimentos em áreas prioritárias, que são inclusive dever funcional do Estado”, afirmou a jornalistas.
Opinião: A especialização na exportação de óleo cru sem avanço no refino pode aprofundar a reprimarização da economia, comprometer o desenvolvimento industrial e econômico do país e ainda aumentar a dependência externa, em especial, de derivados de petróleo, escreve Francismar Ferreira, pesquisador da área de Exploração e Produção do Instituto Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Cortes de produção. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informou que Rússia, Iraque, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão e Omã apresentaram um plano de compensação da produção de petróleo.
- A medida visa compensar a produção acima das cotas estabelecidas e está prevista para acontecer até junho de 2026.
Bunker One. A empresa de fornecimento de combustível marítimo Bunker One, da dinamarquesa Bunker Holding, vai centralizar as operações do grupo na América Latina, o que envolve sobretudo Uruguai e Colômbia. A Bunker Holding tem cerca de 15% do mercado global. O rearranjo local foi motivado pelo crescimento de 47% na operação brasileira nos dois últimos anos.
- A operacionalização das atividades de abastecimento nos outros países será executada pela Nova Offshore, empresa brasileira de navegação também subsidiária da Bunker One.
Opinião: Não há vantagem ambiental quando se deixa de queimar etanol hidratado e se passa a queimar etanol anidro com gasolina, escreve o diretor-executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Combustíveis (ANDC), Francisco Neves.