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EUA ampliou compra de óleo da Petrobras antes de tarifaço de Trump

Mais da metade das vendas de companhia no mercado internacional foram para a China no segundo trimestre de 2025

Navio-plataforma FPSO P-78 no estaleiro Benoi, em Singapura (Foto Agência Petrobras)
Navio-plataforma FPSO P-78 no estaleiro Benoi, em Singapura (Foto Agência Petrobras)

NESTA EDIÇÃO. EUA ganham espaço nas exportações da Petrobras, mas maior volume das vendas segue indo para a Ásia. 

Etanol e terras raras estão entre as questões a serem resolvidas nas negociações em torno das tarifas, segundo Simone Tebet. 

Diretor da Aneel recomenda suspensão do leilão dos passivos do risco hidrológico.

Lula sanciona lei que aumenta as penas para furto de cabos elétricos.


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Refinadores dos EUA compraram mais petróleo da Petrobras no segundo trimestre de 2025, mostra o relatório de vendas da companhia publicado na noite de terça (29/7). 

Entre abril e junho, os EUA absorveram 8% das vendas internacionais da petroleira brasileira. No primeiro trimestre do ano, a fatia havia sido de 4%. 

O principal destino das exportações da estatal da Petrobras continua sendo a Ásia, fruto de uma estratégia de diversificação de mercado e do aumento da demanda chinesa, pré-pandemia. 

Ao todo, o país asiático respondeu por 54% das exportações da companhia no período, ante 36% no primeiro trimestre do ano.

  • Segundo o relatório, a Petrobras está ganhando mercado na China, beneficiada sobretudo pelas sanções internacionais à Rússia
  • As maiores vendas para a China, entretanto, resultaram na redução das exportações para a Europa e o restante da Ásia, outros dois importantes mercados para óleos brasileiros. 
  • No período, o mercado europeu absorveu apenas 19% das exportações da Petrobras, ante 27% no trimestre anterior. 

Ao todo, 63% das vendas de derivados da estatal no mercado internacional foram para Cingapura no segundo trimestre do ano. Os EUA receberam outros 28%.

Em meio à expectativa sobre as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a produtos brasileiros a partir de agosto, a Petrobras tem afirmado que será capaz de redirecionar as vendas para outros mercados. 

  • “Por enquanto a gente não está vendo maiores impactos nas nossas exportações. A gente exporta petróleo cru para os Estados Unidos; 40% da nossa exportação de gasolina é para os Estados Unidos, mas isso a gente pode redirecionar”, disse a presidente da estatal, Magda Chambriard, em participação no programa Sem Censura na tarde de terça-feira (29/7). 
  • A executiva mencionou a Índia como um destino alternativo para as exportações. Em fevereiro, a Petrobras assinou um contrato com a estatal indiana Bharat Petroleum Corporation Limited (BPCL) para venda de até 6 milhões de barris de petróleo por ano a partir deste ano.


Tarifaço de Trump. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (29/7), em entrevista à Globonews, que o etanol e terras raras estão entre as questões a serem resolvidas com os Estados Unidos, nas negociações em torno da tarifa de 50% imposta às exportações brasileiras. 

  • Segundo Tebet, um eventual acordo sobre os minerais críticos e terras raras se daria dentro de parâmetros aceitáveis pelo governo brasileiro.
  • O presidente Lula (PT) já tem em mãos o plano de contingenciamento para ajudar empresas afetadas pelo tarifaço, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
  • O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), disse, de forma indireta, que tem uma “profunda preocupação” com as tarifas impostas pelos EUA e que a medida tem como objetivo a “ingerência em assuntos internos”.
  • Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT/BA), afirmou que a missão de senadores brasileiros em Washington está focando na extensão da entrada em vigor do tarifaço.

Do lado dos EUA. O senador americano Lindsey Graham, do Partido Republicano, disse que espera que países como China, Índia e Brasil estejam prestes a pagar um preço há muito merecido por sustentarem, segundo a visão do parlamentar, a “máquina de guerra do presidente russo, Vladimir Putin.

Mais tarifas. O presidente dos EUA, Donald Trump, aliás, ameaçou impor tarifas à Rússia se a guerra na Ucrânia não terminar em “10 dias a partir de hoje”.

  • As ameaças se refletiram nos preços do petróleo: os contratos futuros do Brent, para outubro, fecharam a sessão de terça com valorização de 3,4%, a US$ 71,68 o barril.

Margem Equatorial. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou a demora do Ibama em decidir sobre a exploração de petróleo na região. Segundo a entidade sindical, a demora no licenciamento ambiental traz custos adicionais ao país de mais de R$ 4 milhões por dia com o aluguel de sonda de perfuração.

Leilão do GSF ameaçado. O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Fernando Mosna disse nesta terça-feira (29/7) ser recomendável a suspensão do leilão dos passivos do risco hidrológico (GSF), previsto para sexta-feira (1/8).

  • Ele encaminhará ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) um ofício apontando para potencial ilegalidade em parâmetros para a realização do certame.

Pena contra furto de cabos. presidente Lula (PT) sancionou, com dois vetos, a lei que aumenta as penas aplicadas ao furto, roubo e receptação de fios, cabos ou equipamentos utilizados para fornecimento ou transmissão de energia elétrica ou de telefonia e dados.

Emergência climática. A Aneel informou que houve determinação para que 22 distribuidoras de energia de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul mantenham plano de contingência atualizado para atendimento emergencial, em razão do alerta climático previsto para os próximos dias nesses estados.

Opinião. Mesmo com reservatórios cheios e térmicas mais caras, modelo de despacho segue calibrado para cenário crítico da crise hídrica de 2021, elevando custos e risco inflacionário, escreve Franklin Miguel, CEO da Electra Energy.

Biometano. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo, abriu, nesta terça (29/7), uma consulta pública sobre o Certificado de Garantia de Origem de Biometano Paulista. 

  • O objetivo é lançar, até o fim do ano, um conjunto de diretrizes para emissões dos certificados, que comprovam a origem renovável do gás e permitem às empresas comprovarem o seu uso para descarbonizar operações.

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