NESTA EDIÇÃO. A ameaça de novas ações contra o RenovaBio.
EUA vão revogar concessões para atividades do setor de petróleo na Venezuela.
Petrobras tem lucro de R$ 36,6 bilhões em 2024.
BP reduz metas de investimentos em renováveis.
Cortes de geração eólica e solar somaram 400 mil horas em 2024, diz Volt Robotics.
Brasil vai atrair R$ 22,5 bi em investimentos em baterias, projeta Greener.
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Distribuidoras ameaçam abrir nova frente judicial no RenovaBio
As distribuidoras de combustíveis ameaçam levar queixas ao Cade e à Justiça sobre a negativa de fornecimento de biocombustíveis para o cumprimento da mistura obrigatória.
- As empresas reunidas na Associação Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (ANDC) reclamam de oligopólio na comercialização de biocombustíveis.
As negativas ocorreram depois da sanção da lei 15.802/2024, que ampliou as sanções por descumprimento de metas do RenovaBio.
- A lei prevê o bloqueio da comercialização de combustíveis com empresas inadimplentes no programa.
- A ANDC pediu à ANP o fim da divulgação da lista de companhias que não cumpriram as metas.
- Ao todo, as companhias que integram a associação acumulam 12,3 milhões de CBIOs e 15 processos administrativos abertos na ANP sobre o tema.
O RenovaBio foi criado em 2017 e estabeleceu metas de descarbonização no setor de combustíveis, a partir da compra pelas distribuidoras de créditos, os CBIOs.
- A lei sancionada no ano passado visa retirar do mercado empresas que não cumprem as exigências regulatórias e acabam por obter vantagens comerciais.
- A regulamentação da lei ainda está em discussão no MME e na ANP.
Preço do diesel. O litro do diesel S-10 registrou alta de 4,6% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log, atingindo o preço médio de R$ 6,60, depois do aumento da alíquota do ICMS e do reajuste da Petrobras a partir do dia 1º do mês. O diesel comum subiu 4,65%, para R$ 6,52 em média o litro.
Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda na quarta (26) com as perspectivas de tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos de parceiros comerciais, além das conversas sobre o fim da guerra da Ucrânia. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para maio recuou 0,59% (US$ 0,43), a US$ 72,07 o barril.
- As perdas foram limitadas pela queda de 2.332 milhões de barris no estoque do país, a 430,16 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam alta de 1,7 milhões de barris.
Venezuela. Outro fator que impactou o preço do barril foi o anúncio pelo presidente dos EUA, Donald Trump, da revogação das concessões ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, depois do acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden.
- O acordo de Biden tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela. Uma das beneficiadas foi a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA.
Margem Equatorial. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou na quarta (26), em entrevista à GloboNews, que a exploração de petróleo na região é essencial para o desenvolvimento econômico do Brasil. Ele disse que tem tido um diálogo intenso com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), que se posiciona contra a exploração na região.
Lucro da Petrobras. A estatal encerrou 2024 com lucro líquido de R$ 36,6 bilhões, uma redução de 70% em relação a 2023, segundo os resultados financeiros divulgados na noite de quarta (26). As receitas de vendas no ano totalizaram R$ 490,8 bilhões, queda de 4,1% na comparação anual.
- De acordo com a companhia, o resultado foi influenciado, principalmente, por um item de natureza contábil: a variação cambial das dívidas entre a empresa e as subsidiárias no exterior.
Mais uma petroleira recua. A BP vai aumentar a produção de petróleo e gás e cortar drasticamente os investimentos em energia limpa, voltando aos combustíveis fósseis, em uma tentativa de reavivar o preço das ações. A empresa de energia britânica anunciou as medidas como parte de uma atualização de estratégia para conquistar investidores.
Estratégia para venda de gás. A Edge, comercializadora de gás natural da Compass, mira o leilão de reserva de capacidade, marcado para junho, como uma oportunidade para ampliar suas vendas a partir do Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP). A companhia quer se posicionar como supridora de gás para termelétricas.
Renovação das distribuidoras de energia. A regulamentação para a prorrogação dos contratos traz regras mais rígidas para resiliência de redes a eventos climáticos severos, com maior exigência sobre o tempo de recomposição dos serviços, entre outros pontos.
- O termo aditivo que será assinado pelas empresas para a renovação das concessões foi aprovado esta semana pela Aneel. Entenda os principais pontos da regulamentação proposta pela agência.
Curtailment. Os cortes de geração solar e eólica chegaram a 400 mil horas em 2024, apontou um levantamento da consultoria Volt Robotics. No total, 14,6 terawatts-hora (TWh) médios foram cortados. Segundo a consultoria, 1.445 usinas solares e eólicas foram afetadas em 2024, com R$ 1,6 bilhão em prejuízos para os geradores.
R$ 22,5 bi em baterias. É o valor que os investimentos no mercado brasileiro podem atingir até 2030, aponta estudo da Greener. No ano passado, a demanda de equipamentos para sistemas de armazenamento de energia cresceu 89% na comparação com 2023. Segundo a consultoria, grande parte deles serão instalados em 2025.
Leilão de hidrogênio. A criação de um lote regional para a América do Sul e Austrália, dentro do segundo leilão global de hidrogênio verde, o H2Global, pode ser uma grande oportunidade para um projeto brasileiro sair vencedor da disputa.
- Na avaliação do especialista em direito regulatório e ESG do escritório alemão Blomstein, Bruno Galvão, o estabelecimento dos lotes coloca em condições de maior igualdade a competição de projetos de regiões com desafios e características similares, como é o caso da América do Sul e da Austrália.
Mercado de carbono. O Brasil tem um potencial de ofertar mais de três bilhões de créditos de carbono por desmatamento evitado para o transporte aéreo internacional mitigar suas emissões, mas precisa correr para implementar projetos jurisdicionais a tempo de atender à demanda, avalia Estevão Braga, co-fundador da Ca’arbom, climatech brasileira dedicada a soluções de mitigação.
COP30 com Brics.. Em discurso na quarta (26), na abertura da primeira reunião de Sherpas da presidência brasileira da Cúpula do Brics, o presidente Lula (PT) disse que o grupo é peça-chave para os compromissos do Acordo de Paris e garantir resultados ambiciosos na COP30, no fim do ano em Belém.
- E criticou que apenas 17 dos 198 signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima apresentaram novas ambições climáticas, e entre eles estão o Brasil e os Emirados Árabes Unidos.