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Diretoria da Aneel na mira da Justiça

Em paralelo à ação judicial do deputado federal Saullo Vianna (União/AM), Âmbar recorreu da decisão da agência para transferência da Amazonas Energia

Diretores da Aneel têm pedidos de afastamento cautelar na Justiça. Na imagem: Diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, em audiência na Câmara, em 24/8/2023 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

NESTA EDIÇÃO. Ação na Justiça Federal do Amazonas pede afastamento de diretores da Aneel por demora na transferência da Amazonas Energia.

Âmbar recorre administrativamente da decisão da agência sobre o plano para transferência da distribuidora.

Ministro de Minas e Energia pede que Aneel reconsidere a bandeira tarifária de outubro.

TCU recua de decisão que suspendia programa para construção de navios

Bolívia aumenta exportações de gás para a Petrobras

Carmo Energy inicia venda de campos em Sergipe-Alagoas.


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Uma ação popular na Justiça Federal do Amazonas pediu o afastamento cautelar dos diretores da Aneel Sandoval Feitosa, Fernando Mosna e Ricardo Tili, pela demora no caso da transferência de controle da Amazonas Energia para a Âmbar Energia, do grupo J&F.

  • De autoria do deputado federal Saullo Vianna (União/AM), a ação pede a perda dos mandatos dos três diretores por omissão e descumprimento de decisão judicial.
  • Uma liminar concedida na semana passada em uma outra ação na mesma corte, movida pela Amazonas Energia, obrigava a Aneel a concluir a regulamentação da MP 1232, que prevê a transferência do controle e a conversão de contratos de térmicas que atendem à concessão. 

Em paralelo, a Âmbar também recorreu administrativamente da decisão da agência que aprovou um plano de transferência diferente do apresentado pela empresa. A Âmbar não acionou a Justiça. 

  • A diretoria havia chegado a um consenso sobre a proposta na terça-feira (01/10), mas segue sem solução para a conversão dos contratos. Segundo a Âmbar, a proposta da Aneel inviabilizaria a recuperação da distribuidora e, portanto, não haveria interesse em assumir a concessão nesses termos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), engrossou as críticas à Aneel. De acordo com o ministro, a distribuição de energia no Amazonas está “à beira do colapso”.

Silveira lembrou que a MP 1232 vai caducar na próxima semana e que a alternativa à transferência do controle à Âmbar seria uma intervenção na distribuidora. 

Privatizada em 2018, a Amazonas Energia sofre com dificuldades financeiras devido aos altos furtos de energia. A atual controladora, a Oliveira Energia, não conseguiu solucionar os problemas.



Bandeira tarifária. Silveira também defende que a Aneel reavalie os cálculos usados para definir a “conta bandeira”, que serve como base para as bandeiras tarifárias cobradas nas contas de luz. Enviou um ofício à agência pedindo a reconsideração do acionamento da bandeira vermelha patamar 2 no mês de outubro. Sandoval Feitosa criticou a proposta.

PL isenta atingidos por secas e enchentes da tarifa. Proposta de Adail Filho (Republicanos/AM) visa a proteger consumidores ribeirinhos e será analisada por comissões da Câmara dos Deputados.

Dificuldade de consenso na descarbonização do transporte. A descarbonização do setor de transportes é um dos temas mais difíceis de construir consensos na agenda de transição energética do G20, segundo o ministro de Minas e Energia. 

  • Alexandre Silveira chegou a Foz do Iguaçu na quarta-feira (2/10) para as reuniões ministeriais do GT de Transições Energéticas do G20. O ministério aproveitou a ocasião para lançar a política nacional de promoção do cozimento limpo

Sinalizações aos EUA. Em reunião com membros da Câmara Americana de Comércio (Amcham) na quarta, Silveira reforçou a parceria entre Brasil e Estados Unidos para a redução das emissões de metano no setor de óleo e gás. Em 2023, o Brasil aderiu à plataforma do Compromisso Global sobre Metano, na COP 28, em Dubai.

  • Nesta quarta, o ministro de Minas e Energia também assinou um memorando de entendimento com a secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, para o Brasil sediar Solar Decathlon para América Latina e Caribe, competição universitária para a construção de edifícios com baixa emissão de carbono.

Hub para aço verde. A Vale e a Green Energy Park (GEP), empresa europeia que desenvolve uma planta de hidrogênio verde no Piauí, anunciaram nesta terça (1/10) que vão estudar a construção de um mega hub de hot-briquetted iron (HBI ou ferro-esponja) no Brasil, alimentado por hidrogênio renovável. A ideia é exportar para siderúrgicas ao redor do mundo.

Fiscalização. Dados em poder dos estados poderiam ajudar a ANP a monitorar e combater fraudes no mercado de combustíveis, mas falta colaboração por parte dos governos, alertam diretores da ANP. A agência tenta firmar parcerias e entende que nem seria necessário ter acesso a todas informações – as fiscais são as mais sensíveis.

Construção naval. O ministro do TCU, Jorge Oliveira, recuou e decidiu levar ao tribunal da corte de contas um voto pela revogação da cautelar que ele próprio havia emitido, impedindo a habilitação de empresas na depreciação acelerada para construção de navios-tanque no Brasil.

  • É uma discussão orçamentária: o governo criou o programa por MP, mas a renúncia fiscal só ocorrerá a partir de 2027. Não há fonte, o que virá nas futuras leis orçamentárias.

Petrobras sai na frente. A YPFB aumentou as exportações de gás para o Brasil, com a Petrobras comprometida a importar volumes adicionais que antes eram destinados à Argentina. É um gás visado por comercializadores privados e consumidores industriais no Brasil, que querem importar, sem a intermediação da Petrobras.

  • A Argentina declarou autossuficiência de gás boliviano, impulsionada pelo desenvolvimento das reservas de Vaca Muerta e melhorias na infraestrutura. A YPFB atuará como agregadora de gás em trânsito, permitindo o envio de gás argentino para o Brasil através da Bolívia.

Carmo põe à venda campos em Sergipe. A Carmo Energy iniciou o processo de venda de três campos marginais na Bacia de Sergipe-Alagoas. As áreas estão entre os campos terrestres que a empresa comprou em 2021, no processo de desinvestimentos da Petrobras. Investidores interessados podem apresentar propostas para até três campos, entre nove áreas. Não estão à venda os campos de Carmópolis e Angelim, os dois principais ativos do polo comprado da estatal.