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Desconcentração do mercado de gás volta à pauta do governo

MME marca evento para debater práticas internacionais de gas release

Sistema elétrico tem mostrado resiliência diante do aumento do consumo, afirma Alexandre Silveira, na imagem (Foto Ricardo Botelho/MME)
Alexandre Silveira (PSD) durante discussão sobre a UTE Candiota, em 12 de fevereiro de 2025 (Foto Ricardo Botelho/MME)

NESTA EDIÇÃO. MME retoma debate sobre gas release.
 
Refinaria Riograndense testa coprocessamento com bio-óleo de eucalipto.
 
Nova independente, Lux Oil quer fechar primeiros negócios ainda em 2025.
 
Câmara analisa projeto sobre logística reversa no mercado de geração solar
 
Setor produtivo lança movimento para contribuir com debates da COP30.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O Ministério de Minas e Energia voltou a tomar a frente dos debates sobre a desconcentração do mercado de gás natural, o chamado “gas release”
 
A pasta agendou um evento para o dia 18 de março, em Brasília, para discutir experiências internacionais sobre o tema. 

  • Inicialmente, o debate estava marcado para 12 de dezembro do ano passado, mas teve que ser adiado. Relembre o caso.  

O movimento ocorre em paralelo à expectativa de que o assunto também retome em breve à agenda do Congresso

  • O senador Laércio Oliveira (PP/SE) pretende apresentar um projeto de lei sobre o tema, batizado de Progás, conforme anunciou durante o aquecimento da gas week 2025.  

Ao longo do ano passado, a desconcentração do mercado foi palco de uma queda de braço dentro do governo, com a expectativa de que uma proposta sobre o assunto fosse incluída no projeto do Paten. 

  • As resistências vieram sobretudo da Petrobras, que seria a principal afetada pela proposta de redução compulsória da participação de mercado de qualquer agente que fosse responsável por mais de 50% da oferta de gás. 
  • O projeto do Paten acabou aprovado sem as emendas referentes ao gas release. 

No final de 2024, o MME enviou um ofício à ANP pedindo que a agência priorize na agenda regulatória.

  • A pasta também divulgou uma nota técnica na qual afirma que a “inércia regulatória” dificulta a implementação de um ambiente mais competitivo e aberto no setor de gás. 

Leia também: Petrobras perde participação no mercado de gás natural e sente efeitos nas finanças.



MME de olho também no RenovaBio. O ministro Alexandre Silveira (PSD) disse que o governo federal está trabalhando na edição do decreto para regulamentar a lei 15.802/2024, que altera as regras do RenovaBio.

  • A nova lei endurece as punições contra distribuidoras que descumprirem as metas anuais de compra de créditos de descarbonização, com bloqueio da comercialização e aumento do valor das multas.
  • Silveira defendeu ainda a adoção do E30, mistura de 30% de etanol anidro na gasolina C.

Coprocessamento. A Refinaria Riograndense (RS) conduziu um teste de coprocessamento de 5% de bio-óleo de eucalipto com produtos fósseis. Com isso, a refinaria é a primeira do país em condições de produzir combustíveis com conteúdo celulósico.

  • Após o coprocessamento, foram geradas frações de GLP, gás combustível e componentes da gasolina e de combustível marinho com conteúdo renovável. 

R$ 150 milhões para biogás. O BNDES aprovou um financiamento com recursos do Fundo Clima para quatro projetos de biogás do Grupo Piracanjuba. O valor será usado para implantar estações de tratamento de efluentes industriais com produção de biogás.

Descoberta na Colômbia. A Petrobras confirmou a boa produtividade na descoberta feita  na Colômbia em consórcio com a Ecopetrol. A estimativa é de volumes superiores a 6 trilhões de pés cúbicos de gás natural in place, o que pode triplicar as reservas atuais da Colômbia.

  • As companhias esperam começar a produzir em três anos, após a obtenção das licenças ambientais e a confirmação da viabilidade comercial, prevista para 2027. 

Nova petroleira independente. A Lux Oil espera fechar ainda este ano os primeiros negócios que vão marcar a estreia da nova petroleira no mercado brasileiro. A empresa foi criada na esteira da nova onda de operações envolvendo a venda de campos de petróleo e gás, após o crescimento expressivo das indústrias independentes no país.

  • A companhia está inscrita na rodada da oferta permanente da ANP, prevista para junho. 

Preço do barril. Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda na segunda-feira (10), pressionados pelos possíveis impactos econômicos das políticas tarifárias de Donald Trump e pelo temor renovado de uma desaceleração da economia dos Estados Unidos e da China. Investidores também mantêm no radar a decisão da Opep+ de aumentar sua produção a partir de abril.

  • Na Intercontinental Exchange, o Brent para maio recuou 1,53% (US$ 1,08), a US$ 69,28 o barril

Fundo Social. A medida provisória 1291/25, publicada na quinta-feira (6) em edição extra do Diário Oficial da União, autoriza o uso de recursos do fundo do pré-sal para financiar projetos de infraestrutura social, habitação popular e enfrentamento a calamidades públicas.

  • Criado pela Lei do Pré-Sal, o Fundo Social é abastecido com recursos dos royalties do petróleo. 

Logística reversa. O projeto de lei 391/25, em análise na Câmara dos Deputados, obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de painéis fotovoltaicos e seus componentes a adotar atividades de coleta e destino adequado dos produtos descartados.

Para derrubar iniciativas de diversidade. A bancada do Novo na Câmara dos Deputados apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para suspender a autorização dada pela ANP para que a Petrobras utilize R$ 28,6 milhões em uma iniciativa que ofertará bolsas de estudos em cursos técnicos em parceria com o Senai.

  • O projeto em questão, intitulado “Autonomia e Renda”,prevê a concessão de 1.260 bolsas de estudo em cursos voltados para a área de energia para reduzir o déficit de profissionais capacitados em áreas de atuação da Petrobras. 

COP 30 movimenta indústria. A Confederação Nacional da Indústria e outros representantes do setor produtivo lançaram a “Sustainable Business COP30”, ou SB COP, que reunirá instituições e empresas brasileiras e estrangeiras. A ideia é que o grupo possa contribuir com recomendações para líderes governamentais durante as negociações

  • Uma das metas do grupo é a formalização de compromissos do setor privado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

 Ainda sobre a COP. O Ministério da Fazenda vai participar da elaboração do relatório que indicará quais os caminhos para a garantia do financiamento de US$ 1,3 trilhão anuais, até 2035, aos países em desenvolvimento. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, disse que a participação da pasta está sendo estruturada. 

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