NESTA EDIÇÃO. Colômbia entra no grupo de países latinoamericanos com grandes descobertas de óleo e gás em desenvolvimento.
MME alerta Funai sobre possível interrupção em Azulão e consequências para o fornecimento de energia em Roraima.
PPSA estima arrecadar R$ 500 bi com petróleo e gás da União. Próximo leilão vai negociar 78 milhões de barris em junho e deve ser seguido de certame de gás.
Equinor e Shell anunciam joint venture no Mar do Norte.
Âmbar compra hidrelétricas da Cemig.
Como ficaram as propostas para a geração eólica offshore no relatório do Senado.
Projetos de lei de reciprocidade ambiental recebem apoio nos ministérios de Relações Exteriores e do Meio Ambiente.
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Descoberta na Colômbia confirma América Latina como “hotspot” do E&P global
A confirmação da maior descoberta de gás da Colômbia reforça a tendência de que a América Latina está no centro das atenções da indústria global de upstream.
Com a conclusão do poço Sirius-2 pela Petrobras e Ecopetrol, as companhias confirmaram a existência de volumes superiores a 6 trilhões de pés cúbicos in place, volume que pode triplicar as reservas atuais da Colômbia.
- A expectativa é produzir cerca de 13 milhões de m³/dia por dez anos, a partir do fim desta década.
- O investimento previsto no desenvolvimento da produção da descoberta é de US$ 2,9 bilhões.
- Com isso, o país se junta ao clube dos países na região com grandes projetos de produção de petróleo e gás em desenvolvimento, que incluem ainda o próprio Brasil, além de Argentina, Guiana e Suriname.
O projeto colombiano não terá uma plataforma de produção. A opção foi por um modelo subsea to shore – que consiste na conexão das instalações submarinas dos poços diretamente à unidade de processamento, em terra.
O foco da descoberta de Sirius é o abastecimento interno da Colômbia.
- A Petrobras ainda não tem planos para trazer os volumes para o Brasil, o que demandaria mais descobertas e um projeto de liquefação.
Enquanto isso, a estatal brasileira tem dois grandes projetos de gás em desenvolvimento no Brasil: Raia, na Bacia de Campos, e Sergipe Águas Profundas (Seap).
- Apesar das dificuldades para avançar neste segundo projeto, a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, tem reforçado que a companhia está alinhada aos esforços do MME pelo aumento do consumo do energético no Brasil.
Alerta sobre fornecimento de energia em RR. O MME alertou a Funai sobre as consequências da interrupção de extração de gás natural em Silves (Amazonas). Existe a possibilidade de paralisação, após recomendação do Ministério Público Federal, devido a indícios de que haveria presença de comunidades indígenas isoladas nas proximidades do campo de Azulão, operado pela Eneva.
- A operação da companhia na região do Amazonas responde por aproximadamente 70% do abastecimento de energia elétrica em Roraima, único estado que não é integrado ao Sistema Interligado Nacional.
PPSA pode terceirizar operação no gás… A estatal analisa uma forma de, num primeiro momento, terceirizar a operação de acesso à infraestrutura de processamento de gás natural. A companhia recebeu autorização do CNPE para contratar os sistemas de escoamento e processamento e, assim, a comercializar diretamente no mercado o gás que cabe à União nos contratos de partilha. A medida está em linha com o programa Gás para Empregar e é uma forma de promover a diversificação do mercado.
…E planeja próximos leilões. O próximo leilão do petróleo da União nos contratos de partilha vai ser em 25 de junho de 2025, com a oferta de 78 milhões de barris. A expectativa da PPSA é que a negociação seguinte seja o primeiro leilão de gás natural.
- Segundo o diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, a estatal tem o compromisso com o MME de realizar o certame de gás até dezembro de 2025.
R$ 500 bilhões. É o valor que a PPSA estima arrecadar com a comercialização de petróleo e gás da União de 2025 a 2034. Considerando os valores a serem pagos em royalties, participações especiais e tributos, a cifra supera R$ 1 trilhão.
- O cenário mais provável estimado pela estatal é de que a produção da União vai alcançar o pico em 2030, com 543 mil barris/dia.
Indústria naval. A indicação dos índices de conteúdo local para as empresas interessadas em usufruir do benefício da depreciação acelerada para navios-tanque novos produzidos no Brasil está na pauta da próxima reunião do CNPE, prevista para este mês, segundo o secretário do MME, Pietro Mendes.
União de forças. As majors Equinor e Shell anunciaram a combinação de ativos de produção e exploração de petróleo e gás natural, criando uma nova petroleira no Mar do Norte do Reino Unido. A expectativa é que a joint venture produza mais de 140 mil barris de óleo equivalente por dia em 2025.
Prio em Peregrino. No Brasil, a petroleira norueguesa passa a ter como sócia no campo a empresa independente. A Prio concluiu os trâmites para a aquisição da fatia de 40% de participação no ativo que pertencia à Sinochem.
Mais uma aposta nos biocombustíveis. A Equinor firmou um acordo com o Senai Cimatec para investir cerca de R$ 20 milhões em um projeto que alia a produção de biocombustíveis a sistemas agroflorestais sustentáveis, no Polo de Camaçari, na Bahia. O projeto pretende auxiliar na redução das emissões das operações da companhia em campos de exploração e produção de óleo e gás no Brasil.
Aquisição na geração. A Âmbar Energia, do grupo J&F, comprou quatro usinas hidrelétricas da Cemig, em leilão realizado na quinta-feira (5/12), na B3. Os ativos totalizam 14,8 MW e foram arrematados por R$ 52 milhões. Com a aquisição, a companhia alcançou 4,1 GW de capacidade de geração.
PL das eólicas offshore. Além da manutenção das térmicas a gás e carvão no projeto de lei, o relatório do senador Weverton Rocha (PDT/MA) traz mudanças importantes quanto ao Planejamento Espacial Marinho (PEM) e preferência para as petroleiras em áreas que já sejam destinadas à exploração e produção de petróleo e gás natural. Entenda como ficaram as propostas para a geração offshore.
Prumo aposta em leilão de reserva… A companhia – sócia na Gás Natural Açu (GNA) – estuda a possibilidade de inscrever a GNA III, terceira termelétrica a gás do grupo, no próximo Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP). O projeto está localizado no complexo termelétrico do Porto do Açu.
…E no hidrogênio. Mais dois milhões de metros quadrados da área do porto no norte fluminense vão ser reservados para projetos de hidrogênio verde destinados à produção de e-metanol e combustível sustentável de aviação (SAF). A nova área se soma a 1 milhão de metros quadrados já licenciados no porto, com contratos de reserva pelas empresas Fuella e a HIF Global.
Reciprocidade ambiental. A tramitação, no Congresso Nacional, de projetos de lei que tratam da reciprocidade ambiental em acordos internacionais tem recebido apoio de representantes do governo nos Ministérios de Relações Exteriores e do Meio Ambiente. A visão é que uma legislação sobre o tema poderia ajudar o Brasil a responder a medidas protecionistas verdes, em especial na União Europeia.
Opinião: Apesar da frustração com o baixo financiamento aprovado especificamente para a questão climática, voltamos da COP confiantes de que há espaço para intensificarmos a estratégia de powershoring no país, com efeitos potencialmente muito positivos tanto em termos de investimentos como de redução de emissões, escrevem as especialistas do Instituto E+ Transição Energética, Marina Almeida e Simone Klein.