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Custo-benefício justificou decisão de descartar volta do horário de verão em 2024

Medida vai seguir “na mesa” para os próximos anos, segundo ministro

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista coletiva sobre o horário de verão
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista coletiva sobre o horário de verão

NESTA EDIÇÃO.

Retorno do horário de verão é descartado em 2024.

Quedas de 850 árvores desligaram energia de 2 milhões de consumidores em SP, estima MME.

Processo de caducidade da Enel precisa partir da Aneel, diz ministro.

Adaptação das redes a eventos climáticos demanda R$ 1,85 bilhão.

Fiscalização do TCU aponta riscos na Rnest.

Profert avança na Câmara. 

São Martinho recebe certificação do etanol para SAF


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O retorno do horário de verão foi descartado pelo governo depois que o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) considerarem que o custo-benefício não justificaria a adoção da medida.

  • O ministro Alexandre Silveira afirmou que o adiantamento dos relógios não foi considerado imprescindível para a segurança energética do país no atual momento. 

 A discussão sobre o retorno do horário de verão ocorreu em meio à crise hídrica, que vem afetando os reservatórios das hidrelétricas. 

O objetivo seria ajudar no atendimento do pico de consumo, com a ampliação da janela da geração solar e a redução no acionamento das usinas térmicas.

Estudos do ONS apontaram que a adoção da medida neste próximo verão poderia resultar em uma economia de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões, com o deslocamento da rampa de consumo e uma redução na demanda máxima noturna de até 2,9%.

  • Não havia mais tempo hábil, no entanto, para colher a maioria dos benefícios, que ocorreria nos meses de outubro e novembro. 

De acordo com o ministro, a decisão por não alterar o horário foi técnica e considerou os efeitos de outras medidas adotadas para lidar com a seca, como alterações nas vazões de rios onde estão localizadas grandes hidrelétricas e a retirada de gargalos na rede de transmissão

Silveira ressaltou que a adoção da medida precisa ser considerada a cada ano, de acordo com a conjuntura. 

A necessidade de atenção ao suprimento no pico da demanda continua. 

Os diretores do ONS reforçaram a necessidade de contratação de potência para atender aos momentos de maior consumo. 

  • “A gente vai precisar fazer leilão todo ano”, disse o diretor Alexandre Zucarato. 

 A análise do órgão sobre a mudança nos relógios indicou que o horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 1,8 bilhão por ano, com a redução da necessidade da contratação de potência. 
 
A coletiva de imprensa do MME e ONS teve, ainda, comentários sobre a crise da Enel em São Paulo. Leia abaixo. 



Quedas de árvores desligaram 2 milhões de consumidores. As chuvas que atingiram a capital paulista levaram à queda de 967 quedas de árvores, das quais 850 atingiram redes elétricas. O MME estima que a interferência das árvores nos fios foi responsável pela interrupção no fornecimento de energia de cerca de 2 milhões de unidades consumidoras. Segundo o ministro, houve falha nas podas, que são responsabilidade do município.
 
Processo para fim de contrato deve partir da Aneel. A eventual caducidade ou intervenção na Enel São Paulo vai precisar partir de um processo instaurado pela Aneel, defendeu o ministro de Minas e Energia. A possibilidade do fim do contrato da concessionária tem sido levantada por autoridades, incluindo o próprio ministro, devido à demora da distribuidora em restabelecer o fornecimento de energia após as fortes chuvas na capital paulista na semana passada.
 
Problema bilionário. Seria necessário um investimento de 300 milhões de euros (R$ 1,85 bilhão) até 2028 para adaptar as redes elétricas no Brasil a eventos climáticos, como tempestades, ventos extremos e ondas de calor. A estimativa foi feita pelo diretor de operações de infraestrutura e redes da Enel no Rio, José Luis Salas Rincon, em um evento na semana passada, antes das chuvas em São Paulo. 
 
Fiscalização do TCU aponta riscos na Rnest. O relatório de fiscalização de obras públicas do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou “risco às licitações” em contratos da Petrobras na retomada das obras da Rnest. A falta de competitividade e as propostas acima do orçamento referencial são algumas das questões apontadas nas contratações para a refinaria em Pernambuco. 
 
Edital da oferta permanente. A diretoria da ANP vai debater o edital e as minutas dos contratos de concessão da oferta permanente na reunião desta quinta-feira (17/10). A consulta pública sobre o edital foi concluída em agosto, e a audiência pública foi realizada em setembro.
 
Aumento no flare. As emissões da indústria global de petróleo e gás pela queima de gases aumentaram 7% em 2023 em comparação com o ano anterior, segundo a Rystad Energy. A diminuição do flare de rotina é considerada uma das medidas mais imediatas para a redução das emissões de gases de efeito estufa na indústria de óleo e gás. Quase 70% de todo o volume de queima no ano passado veio do Oriente Médio, África e Rússia.
 
Profert avança. A Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta (16/10) o projeto que cria o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert), com desoneração para o gás natural utilizado como matéria-prima no setor.

  • O PL 699/2023, de autoria de Laércio Oliveira (PP/SE), visa a reduzir o custo de produção de fertilizantes no Brasil e já passou pelo Senado. 


Alpek na comercialização de gás. A ANP autorizou a NEG Energia a comercializar gás natural no Brasil. Fundada em 2017, no México, a empresa faz parte do grupo petroquímico Alpek, que tem um complexo industrial instalado no litoral sul de Pernambuco. 
 
Biogás na petroquímica. O biogás e o biometano podem ser “instrumentos de passagem” da indústria petroquímica para uma base renovável , avalia o CEO da Gás Orgânico, Giovane Rosa. Ele acredita que, com o avanço da tecnologia, o biogás e biometano ganharão espaço como matéria-prima.
 
Planejamento territorial. O desenvolvimento do mercado de biometano passa pela necessidade de planejamento setorial, com inteligência territorial para casar oferta e demanda, defende a diretora da consultoria Amplum Biogás, Leidiane Ferronato.
 
Indústria circular. Pesquisa da CNI mostra que 85% das indústrias instaladas no Brasil desenvolvem pelo menos uma prática de economia circular. Para 68% dos empresários entrevistados, as medidas de economia circular contribuem para a redução de gases de efeito estufa e, consequentemente, para o combate às mudanças climáticas.
 
Certificação para SAF. A Unidade São Martinho (USM), localizada em Pradópolis (SP), recebeu certificação internacional atestando que seu etanol de cana-de-açúcar não gera emissão de gases de efeito estufa relacionados ao uso da terra. O selo viabiliza o fornecimento do biocombustível para produção de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês).