NESTA EDIÇÃO. Petrobras reduz preço do diesel a partir desta terça (6/5).
BW Energy vai investir US$ 1,5 bilhão no campo de Maromba, na Bacia de Campos.
Projeto de lei que elimina direito de preferência da Petrobras na partilha é pautado na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Capacidade global de geração renovável cresce 585 GW em 2024.
Medida provisória da reforma do setor elétrico pode gerar novas tentativas de ampliar a geração termelétrica, diz Instituto E+.
EDIÇÃO APRESENTADA POR
Como o cenário internacional ajuda a Petrobras a acelerar a queda do diesel
O diesel da Petrobras vai ter uma nova queda a partir de terça-feira (06/5), na terceira redução em pouco mais de um mês.
- O preço médio do combustível passará de R$ 3,43 para R$ 3,27 por litro, uma redução de R$ 0,16.
- A companhia calcula que o combustível acumula uma redução de 34,9% desde dezembro de 2022, considerando a inflação do período.
- O movimento teve reflexo nas ações da empresa, que fecharam a segunda (5) no menor valor do ano, a R$ 29,66 para os papeis preferenciais (Valor Econômico).
No mês passado, a Petrobras anunciou duas diminuições nos preços, de R$ 0,12 em 1º de abril e de R$ 0,17 em 18 de abril.
- Foi uma aceleração nas mudanças dos preços dos combustíveis vendidos pela estatal, depois que a companhia passou todo o ano de 2024 sem fazer nenhuma alteração no diesel.
- As quedas acompanharam a grande flutuação do preço do barril de petróleo no mercado internacional ao longo do mês, depois que os Estados Unidos anunciaram tarifas de importação que levaram a uma expectativa de redução no consumo global de petróleo.
Agora em maio, novamente o anúncio da redução ocorre em meio à queda do preço do petróleo no mercado internacional.
- Na segunda (5), o barril tipo Brent para julho recuou 1,73% (US$ 1,06), para US$ 60,23.
- A queda foi um reflexo da previsão de maior oferta no mercado, depois do anúncio da Opep+ de que vai acelerar o ritmo de aumento na produção de petróleo. Em junho, o grupo vai ampliar a extração em 411 mil barris/dia.
Mesmo com os reajustes, o Goldman Sachs calcula que os preços da Petrobras ainda estão acima das médias internacionais, o que deixa espaço para novas reduções.
US$ 1,5 bilhão em Maromba. A BW Energy anunciou a decisão final de investimento para o redesenvolvimento do campo de Maromba, na Bacia de Campos. A cifra inclui a instalação de uma wellhead platform (WHP) e a reforma de um FPSO, além de duas campanhas de perfuração.
- O primeiro óleo do novo sistema está previsto para o fim de 2027, com uma produção estimada em 60 mil barris/dia de petróleo.
Mudança na partilha. O projeto de lei 3.178/2019, que propõe alterar o regime de partilha do pré-sal, eliminando o direito de preferência da Petrobras nos leilões, foi pautado nesta terça (6/5) na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado.
- A iniciativa é do presidente do colegiado, senador Marcos Rogério (PL/RO). O parlamentar, contudo, avalia que o tema não deve avançar agora.
Rota 3. A Petrobras iniciou a operação do segundo módulo da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ).
- Com isso, o projeto atinge a capacidade combinada nos dois módulos de 21 milhões de m³/dia. A UPGN de Boaventura faz parte do Projeto Integrado Rota 3, pelo qual é escoado gás natural proveniente de campos do pré-sal da Bacia de Santos.
Hidrogênio em foco. A promessa de levar o gás até Uberaba para industrializar a região esbarra há anos em dois entraves: inexistência de gasodutos e o preço pouco competitivo. A discussão passa pela redução da dependência brasileira de fertilizantes importados e as oportunidades para o hidrogênio verde nessa cadeia. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.
Política Nacional de Data Centers. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na segunda (5) que o governo federal vai propor a desoneração total de investimentos e exportações de serviços ligados a data centers no Brasil no texto que será enviado ao Congresso Nacional para implementação de um marco legal para data centers, como antecipado pela agência eixos.
- A desoneração, segundo ele, antecipa os efeitos da reforma tributária já aprovada pelo Congresso Nacional.
- Esta semana Haddad está nos Estados Unidos para promover o programa de atração de investimentos em centros de dados. O ministro também defendeu que o Brasil está em posição privilegiada para liderar uma nova fase da globalização baseada em princípios sustentáveis.
- “Os princípios que o Brasil defende no mundo são princípios completamente aderentes à necessidade de uma reglobalização sustentável“, afirmou.
Expansão renovável. Em 2024, 585 GW de capacidade renovável foram adicionados no mundo, representando uma taxa de crescimento anual de 15,1% – ante 14,3% relatado em 2023, calcula a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês).
- É o melhor resultado desde 2000, mas ainda é preciso acelerar o ritmo se o mundo quiser superar a marca de 11,2 TW até 2030, mostra a diálogos da transição.
Consumo nacional de energia elétrica. A demanda brasileira cresceu 2,1% no primeiro trimestre deste ano, para 144.186 megawatts médios (MWmed), aponta a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
- De janeiro a março, a classe residencial demandou 47.822 MWmed, aumento de 3,4%. A indústria consumiu 48.575 MWmed, aumento de 2,5% em relação ao observado nos três primeiros meses do ano passado.
Reforma do setor elétrico. A edição de uma medida provisória para conduzir a proposta de modernização do setor gera o risco de novas tentativas de incluir debates alheios ao tema principal e do uso do projeto para ampliar a geração termelétrica, afirma o Instituto E+ Transição Energética.
- A entidade defende a importância de manter a matriz elétrica do Brasil renovável: “Jabutis favoráveis ao aumento da geração térmica podem comprometer essa vantagem comparativa”, afirma a diretora-executiva do E+, Rosana Santos.
Biocombustíveis. Modelos que calculam o impacto indireto do uso da terra para biocombustíveis são questionados por se basearem em resultados modelados, e não em evidências empíricas. Leia na Coluna do Gauto.
Opinião: A busca por maior integridade ambiental, adicionalidade e alinhamento com os compromissos internacionais do Brasil — como o Acordo de Paris e a Lei do Mercado Brasileiro de Carbono (Lei 15042/2024) — deve passar por revisão técnica do RenovaBio, e não pela supressão da atuação legítima das empresas junto ao Judiciário, escreve o diretor-executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Combustíveis (ANDC), Francisco Neves.