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Combinação de menor oferta e maior demanda dá o tom dos preços do barril

Dados divulgados na quarta (15) indicam equilíbrio mais apertado no mercado

Navio tanque Margara para exploração offshore de petróleo (Foto Guarda Costeira dos EUA)
Navio tanque Margara para exploração offshore de petróleo | Foto Guarda Costeira dos EUA

NESTA EDIÇÃO. Preços do petróleo sobem com indicação de redução na oferta e aumento da demanda.

Petrobras escolhe São Paulo para hub de hidrogênio renovável

Silveira quer levar governança de minerais críticos à COP 30.

Os debates sobre o gás natural na reforma tributária.

Mesmo com leilões este ano, hidrelétricas pedem mais oportunidades para expansão.

Brasil acrescenta 8,8 GW de micro e minigeração distribuída em 2024.


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As perspectivas de redução na oferta global de petróleo este ano e os sinais de aumento da demanda estão ajudando a impulsionar o preço do barril. 

  • Na quarta (15/1), o barril tipo Brent encerrou o dia a US$ 82,03 o barril, alta de 2,64%. Já o WTI avançou 3,06%, cotado a US$ 78,71 o barril. 

Um dos fatores que contribuiu para a percepção de aumento no consumo de petróleo foi a divulgação do relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) que apontou uma demanda global maior do que o esperado no quarto trimestre de 2024, impulsionada pelo frio no Hemisfério Norte e pelos preços mais baixos no período. 

  • A entidade revisou para baixo as estimativas de demanda em 2025, mas ainda projeta um consumo robusto este ano. A projeção é que a demanda global cresça em 1,05 milhão de barris/dia em 2025, ante os 1,1 milhão de barris previstos antes. 
  • Com isso o consumo médio global deve chegar a 104 milhões de barris/dia este ano

Já do lado da oferta, os receios de queda estão relacionados ao anúncio de novas sanções dos Estados Unidos à Rússia esta semana, além da expectativa de maiores restrições ao Irã, após a posse de Donald Trump como presidente no dia 20 de janeiro. 

  • A Opep também divulgou seu relatório mensal na quarta, que indicou redução na produção do grupo e aliados (Opep+) em dezembro. Além disso, manteve a previsão para o aumento da oferta de petróleo entre os países fora do grupo, com destaque para Estados Unidos, Brasil e Canadá.
  • A queda nos estoques estratégicos de petróleo dos EUA também contribui para a percepção de menor folga na oferta. 
  • “O alto consumo doméstico e as exportações elevadas, aliados à política de reposição das reservas estratégicas norte-americanas, contribuíram para essa redução nos estoques”, explica o analista da StoneX, Bruno Cordeiro. 

Em paralelo, do lado da geopolítica, uma notícia que tende a acalmar os mercados: Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo

  • É importante sobretudo para afastar os riscos de envolvimento no conflito do Irã, importante supridor de petróleo. 
  • Apesar disso, especialistas apontam que uma paz duradoura ainda está distante. 


Hub de hidrogênio da Petrobras em SP. A estatal escolheu o estado para desenvolver o projeto de produção de hidrogênio de baixa emissão. Segundo a companhia, que tem quatro refinarias em São Paulo, a localização final ainda não foi confirmada, mas o objetivo principal “é fornecer soluções para descarbonização da indústria local”.

  • Uma das razões que levaram a companhia a escolher o estado é a grande disponibilidade de biomassa, em especial da cana-de-açúcar. São Paulo é o maior produtor do Brasil, com 383,4 milhões de toneladas na safra 2023/2024. 

Minerais críticos na COP30. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a criação de uma governança global para a racionalização dos minerais para a transição energética, aproveitando a oportunidade da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 2025, a COP30, em Belém (PA).

Gás natural na reforma tributária. A Lei Complementar da Reforma Tributária que vai à sanção do presidente Lula nesta quinta (16) traz mudanças significativas para o mercado de gás. Às vésperas da sanção, um grupo de associações de diferentes elos da cadeia tentou uma última cartada para convencer o governo a vetar os trechos que incluem o gás processado nas UPGNs e o biometano na monofasia. Entenda o que está em jogo

  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que as indicações de vetos não alteram decisões de mérito do Congresso, apenas questões técnicas que podem afetar a implementação do novo sistema. (Agência Estado

Portocem. O BNDES aprovou apoio financeiro, por meio da emissão de debêntures, para a implantação de usina termelétrica movida a gás natural em Barcarena, no Pará. O valor aprovado para financiar o projeto foi de R$ 3,8 bilhões.

  • O projeto tem valor total de investimento de R$ 5,4 bilhões e consiste na implantação e operação da UTE Portocem I, com potência total de 1,57 GW. A usina terá acesso ao suprimento de GNL que pertence à New Fortress Energy na região.

Hidrelétricas querem mais oportunidades para expansão. Depois de anos sem grandes novos projetos, a ampliação de usinas de grande porte foi incluída no leilão de reserva de capacidade previsto para julho, mas entidades afirmam que a participação no certame poderia ser maior. A Abrage defende a inclusão no certame de um produto hidrelétrico com entrada em operação em 2029.

  • Em outra frente, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) tentam mais espaço no mercado com um leilão exclusivo. 

Expansão da GD. O Brasil expandiu em 8,8 GW a potência da micro e minigeração distribuída em 2024, um aumento de 33,1% em relação à potência instalada ao fim do ano anterior, segundo dados da Aneel. A fonte solar com placas instaladas nos telhados das residências seguem dominando a capacidade instalada. 

  • No total, as distribuidoras autorizaram 779 mil conexões em todo o país no ano. A capacidade total instalada da MMGD no país alcançou 35,42 GW ao fim de dezembro. 

Federalização da Cemig. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, criticou por meio de suas redes sociais os vetos do presidente Lula ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que cria regras flexíveis para os Estados pagarem suas dívidas com a União.

  • O programa, sancionado por Lula com vetos na terça (14), tem como objetivo revisar dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União. Em Minas Gerais, por exemplo, podem entrar na renegociação das dívidas a Cemig, a Copasa e a Codemig.

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