NESTA EDIÇÃO. Petrobras terá nova dança das cadeiras no conselho de administração com ida de Pietro Mendes para a ANP.
Cade aprova parceria entre Ultragaz e Supergasbras no Porto do Pecém.
As propostas dos candidatos à presidência na Bolívia para o mercado de energia.
Trump volta a atacar fontes de energia renováveis e não responde a convite de Lula para a COP30.
Lula e Macron discutem acordo Mercosul-União Europeia.
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Com definição da diretoria da ANP, o que muda no conselho da Petrobras?
O conselho de administração da Petrobras passa a ter uma vaga não preenchida com a renúncia do presidente do colegiado, Pietro Mendes, na quarta-feira (20/8) para assumir como diretor da ANP.
- Depois de meses de indefinição, a indicação de Mendes para a diretoria 4 da agência reguladora foi aprovada no Plenário do Senado na terça (19/8) à noite, junto com o nome do novo diretor-geral, Artur Watt.. Eles assumem após a publicação no Diário Oficial da União.
- Com isso, Mendes precisou se descompatibilizar do cargo na Petrobras.
- Por sua vez, Watt vai precisar deixar a atuação na consultoria jurídica da PPSA para retornar à ANP, onde foi procurador.
A Petrobras já informou que, por enquanto, o próprio conselho vai eleger o presidente substituto, conforme as regras do estatuto social da companhia.
- O atual colegiado foi eleito em abril, com mandato até 2026.
A escolha do novo presidente será válida até a próxima Assembleia Geral (ainda sem data prevista), quando os acionistas votarão no nome que vai assumir o cargo.
- Ao todo, o conselho de administração da Petrobras tem 11 membros, sendo seis representantes da União, cinco eleitos pelos acionistas minoritários e uma cadeira preenchida por voto dos empregados.
- Todos passam por processos internos de checagens de conformidade e governança.
- O colegiado é responsável por supervisionar a atuação da diretoria-executiva, definir estratégias e fazer a interlocução com o controlador. Vai passar pelo crivo do grupo, por exemplo, o novo plano de negócios, que deve ser apresentado até o final do ano.
A saída de Mendes do colegiado abre, assim, espaço para o governo indicar um novo conselheiro para a companhia.
- Resta a dúvida se o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai conseguir emplacar novamente um nome na estatal.
- Vale lembrar que Mendes era ligado a Silveira e também atuava como secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, mais um cargo que vai deixar para assumir na agência reguladora.
Leilão de partilha. O 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção da ANP vai ofertar sete blocos. São eles: Jaspe, Citrino, Larimar, Ônix, Itaimbezinho, Ametista e Esmeralda.
- O certame, marcado para 22 de outubro, tinha 13 blocos disponíveis, mas seis áreas não receberam declaração de interesse do mercado.
Depreciação acelerada. O governo brasileiro adicionou barcos de apoio marítimo usados no suporte logístico e na prestação de serviços às instalações e plataformas offshore no decreto do procedimento da depreciação acelerada de navios-tanque.
Preço do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta na quarta-feira (20/8), com investidores atentos às compras de óleo russo e às tensões geopolíticas globais, bem como a notícia de que os estoques da commodity nos Estados Unidos recuaram mais do que o esperado na semana passada.
- O Brent para outubro avançou 1,59% (US$ 1,05), a US$ 66,84 o barril.
Política de preços. O Tribunal de Contas da União (TCU) negou um pedido da Petrobras de retirada da obrigatoriedade para a criação de uma norma interna para detalhar os procedimentos da estratégia comercial de diesel e gasolina.
Biorrefino. A Petrobras também deu início ao processo de contratação para construir a primeira planta dedicada à produção de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) e diesel verde na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP). O projeto prevê capacidade de produção de até 16 mil barris/dia de combustíveis renováveis.
Retorno ao GLP. A maioria das grandes companhias de petróleo do mundo, estatais ou privadas, mantém operações no segmento de distribuição, mostra um levantamento feito pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
- Entre 16 petroleiras analisadas, apenas três — Petrobras, Equinor e QatarEnergy — não estão presentes na distribuição. A estatal brasileira já indicou que pretende retornar ao segmento.
Terminal no Ceará. O Cade aprovou a criação da joint venture entre Ultragaz e Supergasbras para a construção e operação de um terminal para movimentação e armazenagem portuária de GLP no Porto do Pecém (CE).
Eleições na Bolívia. As eleições presidenciais da Bolívia em 2025 marcam o fim de um ciclo de duas décadas da esquerda no poder. Quem vencer o pleito, assumirá o desafio de atrair investimentos para o setor de energia e a missão de destravar o potencial de exploração e industrialização do lítio.
- O resultado tem influência também sobre o mercado de gás no Brasil, já que a Bolívia é, hoje, nossa principal fonte de suprimento de gás importado. A agência eixos analisou as propostas dos candidatos ao segundo turno, Rodrigo Paz e “Tuto” Quiroga.
Opinião: O setor elétrico brasileiro precisa, sim, de mudanças. Mas elas devem ser estruturais, transparentes, debatidas com profundidade e centradas em um modelo de longo prazo, escreve o presidente do Conselho Empresarial de Energia Elétrica da Firjan, Antonio Carlos Vilela.
Descontos na tarifa de luz. A Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara dos Deputados aprovou o PL 1638/2025, que prevê que o desconto na tarifa de energia elétrica para produtores rurais também seja aplicado durante o dia, e não somente no período noturno.
Trump contra renováveis. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o país não vai aprovar turbinas eólicas nem energia solar “que destroem fazendeiros”. “Os dias de estupidez acabaram nos EUA!!!”, escreveu o republicano na Truth Social.
- Em meio às tensões comerciais (e políticas), o presidente Lula (PT) convidou Trump para a COP30, mas não obteve resposta, disse a CEO da conferência climática, Ana Toni. “Estamos fazendo muitas reuniões multilaterais e EUA não apareceram em nenhuma delas”.
Missão aos EUA. A CNI informou que uma missão empresarial em Washington nos dias 3 e 4 de setembro levará propostas da indústria “alinhadas aos interesses” dos EUA, como parcerias para produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e etanol, instalação de data centers no Brasil e exploração de minerais críticos e terras raras.
Acordo Mercosul-UE. Em meio à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil e à Europa, o presidente Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, se comprometeram, nesta quarta (20/8), com a conclusão das negociações para a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia.
- Negociado há mais de 20 anos, o acordo ainda encontra resistências, especialmente da França, para entrar em vigor. Um dos entraves são as exigências ambientais na produção agrícola e industrial.
- Enquanto o Brasil tenta desenrolar o acordo, internamente o agro trabalha para aliviar restrições contra o desmatamento. Na terça (19), o Ministério do Meio Ambiente publicou uma nota manifestando preocupação com a decisão do Cade de suspender a Moratória da Soja.