NESTA EDIÇÃO. Clientes da Enel ficam novamente sem energia após chuvas.
Aneel habilita 4,2 GW para leilão de reserva de capacidade.
Preocupação de empresas com custo de energia cai.
ANP tem nova diretora interna.
Setor sucroenergético vai focar em discussões internacionais.
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Com chuvas de verão, Enel volta a enfrentar problemas em São Paulo
A Enel voltou a enfrentar problemas de fornecimento de energia na região metropolitana de São Paulo após as fortes chuvas de sexta-feira (24/1).
- Ao todo, 157 mil imóveis ficaram sem energia elétrica depois da tempestade, às vésperas do aniversário de 471 anos da capital.
- Na noite de domingo (26/1), as operações já haviam retomado ao normal, segundo a companhia.
- Havia 58,8 mil clientes sem energia, por causas diversas além das chuvas, número que a empresa afirma que está dentro da normalidade.
Em outubro, a companhia enfrentou uma crise no estado após 3 milhões de consumidores ficaram sem energia, também depois de um temporal.
- Na época, o ministro de Minas e Energia chegou a pedir a abertura de um processo de caducidade da concessão da empresa.
Um dos desdobramentos foi que a Aneel propôs regras mais rígidas para as distribuidoras em casos de interrupção no fornecimento de energia, no contexto da regulamentação da renovação das concessões de distribuição.
A expectativa é que a agência aprove até fevereiro o termo aditivo para a renovação dos contratos de distribuição. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse na semana passada a jornalistas que o tema é considerado “prioridade máxima”.
Leilão de reserva. A Aneel já habilitou 4,275 GW em ampliações em usinas hidrelétricas para o certame de junho. Ao todo, nove projetos já solicitaram o aval da agência, sendo um no Rio Grande do Sul, um no Amapá, dois no Paraná, dois na Bahia, um em Goiás e o mais recente em Minas Gerais.
Custo da energia 1. A preocupação das empresas brasileiras com o tema caiu ao final de 2024, apontou uma pesquisa da Grant Thornton. De acordo com o levantamento, 36% dos empresários demonstraram preocupação com o tema no país no último trimestre do ano passado, ante 41% no trimestre imediatamente anterior.
- De acordo com a líder de Energia e Recursos Naturais na Grant Thornton Brasil, Élica Martins, o resultado foi impulsionado pela abertura do mercado livre de energia no país.
Custo da energia 2. Se os descontos foram o principal atrativo para a migração ao mercado livre num primeiro momento, o próximo foco das comercializadoras deve ser a experiência do cliente.
- O fundador da comercializadora Lead Energy, Raphael Ruffato, acredita que a relação das empresas com os consumidores mudará nos próximos anos. Além disso, a sustentabilidade do segmento vai depender da escalabilidade dos negócios e do atendimento.
Curtailment. Problema dos cortes de geração renovável no Brasil revela uma oportunidade única de transformar esse excedente de energia em hidrogênio verde por meio de eletrólise. Leia na coluna da Gabriel Chiappini.
Carvão. Setor teve uma vitória com a sanção do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), que manteve a previsão de investimentos em projetos em regiões carboníferas. Iniciativas de descarbonização já estão mapeadas pelo segmento.
- Segundo a Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), um dos projetos possíveis é o eco distrito de inovação em Criciúma (SC), que prevê instalações para startups e empresas multinacionais de tecnologia. A ideia é atrair investidores internacionais para desenvolver novos modelos de negócio.
Gás natural. As perspectivas de crescimento do biometano e do mercado livre devem dar o tom da agenda regulatória dos estados em 2025. O ano será marcado também pela revisão tarifária das distribuidoras de gás canalizado dos dois maiores centros de consumo do país: São Paulo e Rio de Janeiro. Leia na gas week.
GNL. A Superintendência-Geral do Cade aprovou a aquisição de 50% da Larus pela November Bidco, gerida pela Igneo Infrastructure. A Larus detém a Höegh Evi, que, no Brasil, é dona e opera o navio regaseificador do Terminal de Regaseificação de GNL de São Paulo (TRSP), da Compass.
Preço do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam perto da estabilidade na sexta-feira (24/1), encerrando uma semana marcada por quedas nas cotações da commodity. O grande destaque para o mercado segue o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem reforçando os apelos por uma queda nos preços da matéria-prima.
- O Brent para abril recuou 0,01%, a US$ 77,55 o barril. Na semana, houve queda de 2,50%.
Diretoria da ANP. A superintendente de Desenvolvimento e Produção, Mariana Cavadinha, assumiu interinamente como diretora da agência. Até então, o cargo vinha sendo ocupado por Bruno Caselli. A vaga está sem titular com mandato fixo desde a saída do diretor Cláudio Jorge de Souza, em dezembro de 2023.
Biocombustíveis. Após uma sucessão de vitórias no Congresso Nacional, que consolidou políticas para a bioenergia, o setor sucroenergético se volta às discussões internacionais que serão sediadas no Brasil e em fechar lacunas de financiamento para ampliar a participação do etanol no mercado.
- Segundo o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, o maior esforço do setor no momento é regulatório. “Talvez, nesse ano, seja um pouco menos intenso o trabalho no Congresso e mais intenso o trabalho no Executivo“, afirmou.