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CNPE tem pauta cheia com oferta de blocos no pré-sal, entrada na Opep+ e obras de Angra 3

Reunião desta terça-feira (18/2) deve incluir a discussão de temas sensíveis

CNPE se reúne com a presença do presidente Lula (PT) para aprovar políticas para gás natural, transição energética e combustíveis. Na imagem: Presidente Lula e Alexandre Silveira durante reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em 26/8/2024, em Brasília/DF (Foto Ricardo Stuckert/PR)
Presidente Lula e Alexandre Silveira durante reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em 26 de agosto de 2024 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

NESTA EDIÇÃO. Conselho Nacional de Política Energética pode definir ampliação da oferta permanente e adesão à Opep+.

Lula defende venda direta de combustíveis. 

Enel vai investir R$ 6,1 bilhões em distribuição de energia no Rio. 

Athon Energia compra usinas de geração distribuída da GreenYellow.

Vale vai ampliar produção de minerais estratégicos para a transição energética.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) desta terça (18/2) tem previsão de debates importantes para o futuro do mercado de energia no Brasil. 

Para o setor de petróleo e gás, uma das definições mais esperadas diz respeito à inclusão de novos blocos no pré-sal na oferta permanente, sob o regime de partilha. 

  • O CNPE precisa aprovar os estudos conduzidos pela ANP para as áreas de Siderita, Hematita, Limonita e Magnetita para que os blocos possam então ficar disponíveis para a sinalização de interesse do mercado.

Outro debate previsto é sobre a possível adesão do Brasil ao grupo de aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+).

  • Especialistas apontam que a ampliação do diálogo internacional é positiva, assim como o maior acesso a informações estratégicas sobre o mercado global para a commodity, com a ampliação das exportações brasileiras. 
  • Entretanto, o momento para o debate é ruim, com a proximidade da COP30, que vai ocorrer em Belém (PA) em novembro. 
  • O tema tende a dividir os ministérios que integram o conselho.

No site: Entrada do Brasil na Opep+ amplia diálogo internacional, mas momento é ruim, dizem especialistas

Outro assunto polêmico é a aprovação da nova tarifa para a usina nuclear de Angra 3 e o aval para as obras de conclusão do empreendimento, iniciadas na década de 1980.

  • Na última reunião de 2024, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSB), chegou a pautar a continuidade das obras e conclusão da usina de Angra dos Reis (RJ), orientando pela aprovação. A pauta, no entanto, foi objeto de um pedido de vistas coletivo.

Os temas estavam previstos na pauta preliminar do CNPE, que pode ter novas alterações ao longo da própria reunião. 



Margem Equatorial. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, voltou a falar sobre o pedido de licenciamento ambiental para explorar petróleo e gás no litoral do Amapá. 

  • “Sendo possível a licença, teremos no Amapá a melhor resposta à emergência do mundo”, disse, em discurso com o presidente Lula e ministros no evento da estatal em Angra dos Reis na segunda (17/2).

Indústria naval. Na ocasião, o presidente da Transpetro, Sergio Bacci, afirmou que as encomendas da subsidiária de transporte da Petrobras já superam R$ 23 bilhões, gerando uma “demanda perene” e aquecendo a indústria naval brasileira.

  • O evento foi convocado para o anúncio da segunda licitação do programa de ampliação e revitalização da frota de navios. 

Preço dos combustíveis. Também na cerimônia da estatal, o presidente Lula afirmou que a Petrobras e o governo levam a culpa quando há reajuste no diesel, gás ou gasolina, mas que, em muitas vezes, a estatal “não tem culpa nenhuma”. Na avaliação do chefe do Executivo, é importante informar a população sobre os responsáveis para “o povo saber quem xingar”. 

  • Lula defendeu ainda que a Petrobras venda combustíveis de forma direta aos consumidores para baratear seus preços. (O Globo

Ainda sobre preços… O etanol foi mais competitivo que a gasolina em cinco estados na semana passada. Na média dos postos pesquisados no país, o etanol tinha paridade de 68,92% ante a gasolina no período.

  • No mesmo período, os preços médios do hidratado subiram em 17 estados e no Distrito Federal, caíram em 8 e ficaram estáveis em Pernambuco 

Reforço após a crise. A Enel vai investir R$ 6,1 bilhões entre 2025 e 2027 para melhorar os serviços na concessão fluminense, que atende parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

  • O montante representa um aumento de 74% em relação ao plano anterior (2024-2025); e é mais do que o dobro do investimento realizado entre 2021-2023. 

Geração distribuída. A Athon Energia comprou 23 usinas solares fotovoltaicas da GreenYellow com capacidade instalada de 50,68 MWp. Com isso, a empresa passa a ter capacidade instalada superior a 210 MWp e mais de 70 usinas em operação. 

Fusões e aquisições no setor elétrico bateram recorde em volume no ano passado, aquecidas pela descarbonização, busca por segurança energética e, principalmente, pela necessidade das empresas se adaptarem à nova realidade de atendimento ao consumidor

  • De acordo com a KPMG, as companhias de energia elétrica realizaram ao longo do ano 72 operações de fusões e aquisições, um aumento de 41%. 

Minerais para transição energética. A Vale pretende investir R$ 70 bilhões até 2030 na região de Carajás, no Pará, para ampliar a produção de minério de ferro e cobre, minerais estratégicos para a transição energética global. 

  • A meta é alcançar 200 milhões de toneladas anuais de minério de ferro em 2030, visando atender à demanda por aço de baixa emissão de carbono. Já a produção de cobre deve crescer 32%, chegando a cerca de 350 mil toneladas no período.

 R$ 1 bi para indústria verde. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT) começou a operar na segunda-feira (17). Previsto na lei que criou o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), o fundo financiará projetos voltados à descarbonização e à transição energética, com recursos provenientes de políticas industriais. A gestão dos recursos ficará com o BNDES. 

Economia circular. Desdobramento de um decreto assinado em junho de 2024, o Plano Nacional de Economia Circular entrará em consulta pública a partir de desta terça (18), com propostas para incentivar o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis na cadeia produtiva.

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