NESTA EDIÇÃO.
Acordo entre Israel e Líbano reduz pressões sobre o petróleo.
Aneel aprova repasse de R$ 1,3 bi para alívio nas contas de luz em janeiro de 2025.
Fonte solar chega a 50 GW no Brasil.
Novo relatório Paten prevê mudanças na política para desconcentração do mercado de gás.
Setor de etanol apoia antecipação da monofasia.
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Cessar-fogo entre Israel e Líbano alivia preços do barril de petróleo
O anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Líbano na terça (26/11) contribuiu para a queda dos preços do barril de petróleo.
- O Brent encerrou o dia negociado a US$ 72,51 nos contratos para entrega em fevereiro, queda de 0,68%.
Mediado pelos Estados Unidos, o acordo entra em vigor a partir de hoje (27/11), e prevê a retirada das tropas israelenses do território libanês.
Apesar de Israel e Líbano não serem grandes produtores de petróleo, o mercado entende que o cessar-fogo contribui para um alívio nas tensões na região e reduz os riscos sobre a oferta global da commodity.
É um indicativo importante sobretudo em relação ao conflito entre Israel e Irã — este, sim, um dos maiores produtores do mundo.
- O Irã é um dos principais apoiadores do Hamas, cujos ataques terroristas a Israel em 7 de outubro de 2023 deram início ao atual conflito.
“Mesmo que não signifique um cessar-fogo em Gaza, [o acordo] acaba diminuindo as tensões que estão acumuladas no Oriente Médio e pode evitar uma escalada do conflito, um envolvimento mais direto de outros agentes”, diz a analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia.
Para ficar de olho: Por outro lado, um movimento que tem colocado pressão de alta no preço do barril nos últimos dias são os rumores de que a Opep+ pode adiar novamente o alívio nas restrições de produção, segundo a analista. Hoje, os cortes estão previstos para durar até o final de 2024.
Alívio nas tarifas. A Aneel decidiu que o bônus de R$ 1,3 bilhão de Itaipu será aplicado nas tarifas de energia em janeiro de 2025. O efeito médio da operação será de R$ 16,66 por consumidor. A expectativa inicial era de repasse em dezembro, mas os diretores entenderam que não haveria tempo hábil para o faturamento.
Eólicas offshore. A agenda regulatória 2025-2026 aprovada pela Aneel prevê para o primeiro semestre do próximo ano a regulamentação das usinas eólicas offshore. O assunto aguarda aprovação no Senado. Chegou a ser previsto para discussão na Comissão de Infraestrutura de terça-feira (25/11), mas foi retirado da pauta.
Mais destaques da agenda da Aneel. O ano de 2025 também tem a previsão de decisões sobre critérios operativos para redução ou limitação de geração, o chamado curtailment. Os diretores pretendem deliberar sobre os impactos da abertura de mercado dos serviços de distribuição de energia elétrica. Os dois assuntos foram apontados como temas com definição prevista para o segundo semestre.
Solar. A fonte ultrapassou 50 GW de potência instalada operacional no Brasil, segundo a Absolar. Com isso, é a segunda maior da matriz elétrica brasileira, com 20,7% de participação, atrás apenas da hídrica. O Brasil ocupa a sexta posição no ranking mundial em potência acumulada de energia solar, atrás de China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão.
Opinião: As preocupações com o relatório da CAE sobre a reforma tributária. A introdução do IBS, notadamente, cria complexidades considerando que as suas alíquotas poderão variar a depender, por exemplo, da localização de cada agente, escreve o sócio da área de Direito Tributário do VBSO Advogados, Diogo Olm Ferreira
Margens de distribuição. A Agergs, a agência reguladora do Rio Grande do Sul, aprovou um aumento de 7,1% na margem bruta da Sulgás a partir de dezembro – revertendo, assim, o reajuste de 62% pleiteado pela empresa.
- Os impactos podem ir além dos limites da fronteira do estado, já que a agência acatou um pleito da Abrace, que tem se articulado também em outros estados com regras semelhantes, na tentativa de enxugar o que entende ser excessos nas margens das concessionárias. Entenda a repercussão do caso.
Atraso “conveniente” é a visão do senador Laércio Oliveira (PP) sobre o adiamento dos projetos de produção em águas profundas em Sergipe pela Petrobras. Na visão do senador sergipano, sem mais gás nacional, o mercado brasileiro ficará mais exposto às importações de GNL, fator que leva o preço de mercado doméstico a ser influenciado pelo internacional.
Novo relatório do Paten. Oliveira foi responsável por costurar o novo relatório do Programa da Aceleração da Transição Energética (Paten), que buscou preservar o gás natural produzido pela Petrobras da proposta de criação de uma política de desconcentração do mercado, o gas release. Veja o que mudou no texto.
Biocombustíveis. Após muito diálogo e tentativas frustradas de acordo, o setor de etanol hidratado passou a avaliar como positiva a possibilidade de antecipar a monofasia para o biocombustível ainda em 2024, desde que restrito aos impostos federais (PIS e Cofins). Em relação ao ICMS, as negociações devem ficar para o ano que vem.
Opinião: A Lei do Combustível do Futuro consolida metas de descarbonização e posiciona o país como referência na transição energética sustentável, escreve o diretor-superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski
Plásticos. Começou na segunda (25/11), em Busan, na Coreia do Sul, a cúpula que pretende fechar um acordo juridicamente vinculativo para reduzir a poluição por plásticos ao redor do mundo. Mais de 170 países e 600 organizações se registraram para uma semana de negociações. Leia na Diálogos da Transição.