NESTA EDIÇÃO.
Brasil tem novos acordos com China e EUA na área de energia.
Petrobras defende senso de urgência e novos modelos de tarifas de transporte para térmicas a gás.
Setor elétrico brasileiro tem 51 fusões e aquisições em 2024.
“Gatos” de luz crescem em 2023.
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Brasil assina acordos com a China para energias solar e nuclear e mineração sustentável
O presidente Lula assinou 37 atos de colaboração com o presidente da China, Xi Jinping, nesta quarta-feira (20/11) em Brasília, incluindo memorandos nas áreas de geração fotovoltaica, energia nuclear e desenvolvimento sustentável da mineração.
O acordo sobre geração solar foi assinado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação do Brasil e pelo Ministério da Indústria e Tecnologia
da Informação da China. A cooperação deve envolver o intercâmbio de
políticas e colaborações entre instituições de pesquisa e empresas.
- Hoje, a maior parte dos equipamentos para geração solar instalados no Brasil são importados da China.
- Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços elevou de 9,6% para 25% o imposto de importação das células fotovoltaicas utilizadas em painéis solares, o que tem levado a críticas no setor.
Os presidentes assinaram ainda a declaração conjunta pela formação da “Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável”.
- A expectativa brasileira é diversificar a cooperação bilateral e buscar novas parcerias no enfrentamento à mudança do clima e na transição para energias limpas, sobretudo eólica, solar e biomassa.
No contexto do G20, o Brasil também fechou um acordo com os Estados Unidos esta semana sobre transição energética.
- A “Nova Parceria Brasil-EUA para a Transição Energética” prevê colaboração bilateral em três pilares principais: produção e implantação de energia limpa; desenvolvimento da cadeia de suprimento de tecnologia de energia limpa; e industrialização verde.
- Trump nega as mudanças climáticas. É também um forte crítico da China e dá sinais de que vai acirrar as disputas comerciais com o país asiático.
No entanto, o documento foi assinado com o atual presidente dos EUA, Joe Biden, que deixará o cargo em janeiro. É incerto se o presidente eleito Donald Trump manterá os acordos firmados pelo antecessor.
Pressa para recontratar térmicas. A Petrobras tem defendido um maior senso de urgência na definição do Leilão de Reserva de Capacidade, antes previsto para 2024, mas que ainda tem prazos indefinidos. A companhia tem um parque termelétrico de 4,9 GW , dos quais 2,9 GW estão por perder contratos.
- A estatal defende ainda que a ANP aprove uma tarifa flexível de transporte de gás, para viabilizar a recontratação de térmicas existentes. O gerente de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, cita um modelo de tarifas composto por duas parcelas: uma fixa (menor) e outra variável (maior).
- O debate tem ganhado espaço no setor: as transportadoras têm se posicionado abertas a, quando operacionalmente for possível e adequado, disponibilizar medidas comerciais mais flexíveis para as térmicas.
Fusões e aquisições. O setor elétrico brasileiro teve 51 operações de fusões e aquisições entre janeiro e setembro de 2024, aumento de 45% na comparação anual, segundo uma pesquisa da KPMG. Em igual período no ano passado, foram fechadas 35 transações desse tipo. A maioria dos acordos fechados em 2024 (37) foi entre empresas brasileiras.
Gatos de luz. Os furtos representaram 15,75% do mercado de baixa tensão das distribuidoras brasileiras em 2023, segundo os dados mais recentes da Aneel. Houve um crescimento nas chamadas perdas não-técnicas, que, em 2022, haviam correspondido a 14,8% da geração.
- O limite regulatório previsto pela agência para 2023 foi de 11,2%. Na prática, isso significa que no ciclo tarifário seguinte, quando a Aneel recalcular as tarifas de cada distribuidora, a tendência é de necessidade de aumento dos valores para os demais consumidores nas concessões que ficaram acima do limite regulatório. Entenda os impactos de cenário.
Perspectivas para geração eólica. Uma pesquisa da consultoria Deloitte com o apoio da Abeeólica apontou que seis em cada dez executivos dos maiores grupos econômicos ligados ao setor da cadeia eólica avaliam que o mercado nacional tem potencial de crescimento. O setor enfrenta uma forte crise que tem causado desindustrialização por falta de novos contratos e anúncios de empresas que estão paralisando a produção ou deixando o país. (Valor Econômico)