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Biden veta exploração de petróleo nos EUA no mesmo dia da confirmação de Trump

De saída, democrata justifica baixo potencial em regiões marítimas, incluindo partes do Golfo do México

Joe Biden discursa a um grupo de líderes da comunidade judaica, na Sala do Tratado Indiano, sobre seu apoio a Israel após os recentes ataques terroristas do Hamas, em 11/10/2023 (Foto Oliver Contreras/White House)
Segundo Biden, o baixo potencial de recursos fósseis nessas regiões não justificam os riscos ambientais, sanitários e econômicos | Foto Oliver Contreras/White House

NESTA EDIÇÃO. Presidente dos EUA veta atividades de E&P em milhares de hectares na costa. 

Equinor fecha contrato para gás do projeto Raia

Bolívia confirma declínio histórico nas reservas. 

Petrobras anuncia edital para comprar biometano. 

MME altera regras do leilão de reserva de capacidade


EDIÇÃO APRESENTADA POR

O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na segunda-feira (6/1) um ato executivo que proíbe projetos de exploração e produção de petróleo e gás em uma área que abrange 250 milhões de hectares na costa do país.
 
A medida foi anunciada no mesmo dia em que o Congresso dos EUA confirmou a eleição de Donald Trump como novo presidente. 
 
O ato impede a licitação de áreas para atividades de óleo e gás em regiões marítimas na Costa Leste e no Golfo do México e no litoral dos estados de Washington, Oregon e Califórnia, assim como em partes do Mar de Bering, no Alasca. 
 
Em comunicado, Biden disse que o baixo potencial de recursos fósseis nessas regiões não justificam os riscos ambientais, sanitários e econômicos de novas licitações e perfurações. Veja a íntegra, em inglês

  • Os EUA são hoje o maior produtor de petróleo do mundo, posição conquistada na década passada a partir de atividades terrestres de exploração e produção não-convencional.
  • O atual presidente foi eleito sob a expectativa de que proibiria a abertura de novas áreas para essas atividades, mas recuou da promessa. Houve, inclusive, avanços em áreas sensíveis, como o Alasca
  • Mesmo durante o governo Biden, a produção continuou a crescer e bateu recordes. O país produz cerca de 13 milhões de barris/dia de petróleo, dos quais 2 milhões de barris/dia vêm das atividades offshore. 

Essa deve ser uma das últimas medidas do presidente, que deixa a Casa Branca no dia 20 de janeiro, quando Trump vai assumir o cargo. 

  • O republicano já prometeu revogar a medida. A CNN, no entanto, aponta que uma eventual reversão pode ter que passar pelo Congresso.

O American Petroleum Institute, principal associação do setor no país, disse em comunicado que a decisão de Biden vai contra a mensagem dos eleitores nas urnas a favor do desenvolvimento do mercado interno de energia

  • O presidente da associação, Mike Sommers, pede para que o futuro governo “aproveite plenamente os recursos offshore do país como uma fonte de energia acessível, receitas governamentais e estabilidade para todo o mundo”. Confira nossa entrevista com Sommers em agosto de 2023 .

Eleito em uma campanha embalada pelo bordão “drill, baby, drill”, Trump prometeu acelerar a aprovação de licenças de perfurações e concessões, interromper litígios ambientais e dar alívios fiscais para empresas de combustíveis fósseis.



Gás de Raia. A Equinor fechou com a Comgás um contrato de dez anos para comercialização do gás natural do projeto de Raia, no pré-sal da Bacia de Campos. É um marco importante para a monetização do gás do projeto, que deve ter o início da produção em 2028.

  • O acordo tem uma curva crescente de compromissos de fornecimento que começa em 50 mil m³/dia e atinge, no pico, 1 milhão m³/dia.

Declínio histórico na Bolívia. A YPFB confirmou, pela primeira vez em seis anos de forma oficial, a queda das reservas de gás. A companhia tinha 4,5 TCF (trilhões de pés cúbicos) em 2023, segundo a empresa de certificação DeGolyer and MacNaughton. O número representa uma queda de 58% em relação aos 10,7 TCF certificados pela Sproule em 2017. 

  • A gestão da estatal boliviana questiona os valores certificados na ocasião, durante o governo de Evo Morales – antigo padrinho político do presidente Luis Arce, e atual opositor. 

Conexão TAG-NTS. A ANP autorizou o início das operações da interconexão entre a malha de gasodutos de ambas as companhias, na Estação Cabiúnas, em Macaé (RJ). A interligação permite a transferência bidirecional de gás em até 20 milhões m³/dia entre as transportadoras. 

Petrobras compra biometano. A estatal lançou um edital para a aquisição do biogás, com o objetivo de cumprir o mandato de 1% de biometano nas operações de gás natural por produtores e importadores, definido pela lei do Combustível do Futuro.

  • De acordo com o diretor de Transição Energética da estatal, Maurício Tolmasquim, o objetivo inicial é mapear o mercado sob o ponto de vista da oferta. 

Descarbonização marítima. Começaram a valer na última semana as regras da União Europeia para navios mais sustentáveis, com a entrada em vigor do FuelEU Maritime, que determina a redução da intensidade de gases de efeito estufa nos combustíveis que abastecem o setor. 

  • A meta é chegar a 2050 com um corte de 80% na intensidade de carbono das embarcações, por meio da migração para alternativas. 

Mudança no leilão. O MME publicou uma portaria com mudanças nas diretrizes do leilão de reserva de capacidade de 2025 que, na prática, ampliam o universo de térmicas existentes aptas a participar da concorrência. A pasta também aumentou de sete para dez anos o prazo dos contratos das térmicas existentes. 

  • As alterações beneficiam a Eneva, que, pelas regras divulgadas inicialmente pelo governo, na semana passada, ficava impedida de recontratar, no LRCAP deste ano, seus ativos no Complexo Parnaíba (MA).

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