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Biden deve ir à Arábia Saudita para pedir aumento da produção de petróleo

A viagem reforçaria a gravidade da crise energética global com a invasão da Ucrânia pela Rússia

O presidente dos EUA, Joe Biden,  durante o lançamento da lei bipartidária de infraestrutura. Foto oficial da Casa Branca por Cameron Smith
O presidente dos EUA, Joe Biden, durante o lançamento da lei bipartidária de infraestrutura. Foto oficial da Casa Branca por Cameron Smith

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GUERRA NA UCRÂNIA

Assessores de Joe Biden avaliam uma viagem do presidente dos EUA à Arábia Saudita para convencê-los a bombear mais petróleo, informa o Axios. A viagem reforçaria a gravidade da crise energética global com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

— As relações entre EUA e Arábia estão estremecidas desde o assassinato do jornalista do Washington Post, o saudita Jamal Khashoggi, no consulado da Arábia em Istambul, na Turquia, em outubro de 2018. A CIA acredita no envolvimento direto no crime do líder saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

— Apesar da urgência, as discussões sobre a visita ainda estão em fase embrionária, e as autoridades alertaram que a viagem pode não acontecer.

— O fato é que o aumento da demanda de petróleo e as restrições da produção estão fazendo os EUA se aproximarem de desafetos. Nesse fim de semana, autoridades dos EUA foram à Venezuela para se reunir com o governo do presidente Nicolás Maduro. Há quem acredite que o petróleo venezuelano pode substituir o óleo russo.

— Sanções contra as exportações de petróleo da Rússia, incluindo uma possível proibição de importação de petróleo russo pelos EUA, elevariam os preços mundiais e alimentariam a inflação doméstica — uma pedra no sapato de Biden às vésperas das eleições legislativas de meio de mandato, que vão ocorrer em novembro.

— Por isso, assessores de Biden querem preservar as opções para o presidente, incluindo a chance de fazer as pazes com os sauditas e convencê-los a aumentar sua produção de petróleo.

— Na manhã desta segunda (7/3), o Brent para maio atingia US$ 125,66, aumento de mais de 6% sobre o fechamento de sexta (4/3). Já o WTI para abril chegava a US$ 123,09, com percentual de alta similar sobre o fechamento anterior.

Em busca de mais petróleo O desequilíbrio entre oferta e demanda, agravado pela invasão da Ucrânia, mexe também com os planos das petroleiras. A ExxonMobil está atualizando seu portfólio com oportunidades de baixo custo de fornecimento, o que inclui a Guiana — onde já fez diversas descobertas — e a Bacia Permiana dos EUA.

— A companhia anunciou investimentos de US$ 21 bilhões a US$ 24 bilhões em 2022 e de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões por ano até 2027. Os recursos serão direcionados para projetos upstream não-convencionais de baixo custo de fornecimento, águas profundas e GNL. Também inclui produtos químicos de desempenho, biocombustíveis e lubrificantes.

— Já a Chevron manteve a orientação para investir de US$ 15 bilhões a US$ 17 bilhões anuais até 2026 em exploração.

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Tesla reconhece limitações das renováveis… No Twitter, o CEO da Tesla, Elon Musk, defendeu um incremento imediato da produção de petróleo e gás natural. “Tempos extraordinários demandam medidas extraordinárias”, disse.

— Musk admitiu que o incremento afeta a Tesla, mas que as fontes renováveis de energia não podem substituir de imediato as exportações de óleo e gás da Rússia.

…Mas Europa deve usá-las para reduzir importação de gás russo… Mesmo com as limitações das renováveis, análise da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) indica que a União Europeia poderia reduzir suas importações de gás natural russo em 50 bilhões de m³ — mais de um terço — em um ano.

— O plano de 10 pontos da IEA para reduzir a dependência da União Europeia do gás natural russo inclui uma série de ações complementares que podem ser tomadas nos próximos meses, como recorrer a outros fornecedores e fontes de energia e acelerar os esforços para fornecer alternativas limpas e eficientes ao gás natural.

… E os preços altos do óleo e do gás podem criar oportunidades Ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e atual presidente da consultoria PSR, Luiz Barroso disse ao Valor que enxerga oportunidades, principalmente no Brasil, para as energias renováveis com a alta dos preços de petróleo e gás causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

— Para Barroso, a geopolítica global já está alinhada em direção à substituição de fontes fósseis pelas renováveis. Por isso, afirma que o Brasil poderá passar a dar maior atenção aos biocombustíveis, além do gás do pré-sal, como forma de ficar menos dependente do GNL, que é importado.

Mas, por aqui, o plano deve ser mesmo subsidiar combustíveis fósseis. O governo Bolsonaro estuda anunciar um programa com validade de três a seis meses para compensar a alta do petróleo no mercado internacional e evitar o repasse do preço para a bomba, informa o Estadão. É a reedição do subsídio dado pelo governo Temer logo após a greve dos caminhoneiros, em 2018.

— Se, de fato, for anunciado esta semana, o programa sairá em paralelo com a votação dos projetos de lei que estão em discussão no Senado Federal e que tratam do ICMS sobre os combustíveis e da criação de um fundo de estabilização de preços.

Petrobras fecha com CNOOC venda no excedente de Búzios A Petrobras assinou contrato com a parceira CNOOC Petroleum Brasil referente à cessão de 5% de sua participação no Contrato de Partilha de Produção do Excedente da Cessão Onerosa para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. O valor a ser recebido no fechamento da operação será de US$ 2,12 bilhões e ainda estará sujeito a ajustes.

O acordo é decorrente da opção de compra de parcela adicional, exercida pela CNOOC, em 29/09/2021. E está sujeito às aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da ANP e do Ministério de Minas e Energia (MME).

— Com a transação, a Petrobras vai deter 85% de participação, enquanto a CNOOC deterá 10% e a CNODC — que não quis adquirir parcela adicional, 5%. Já as participações na jazida compartilhada de Búzios, incluindo as parcelas do Contrato de Cessão Onerosa e do Contrato de Concessão BS-500 (100% Petrobras), serão de 88,99% da Petrobras, 7,34% da CNOOC e 3,67% da CNODC.

Landim indicado para presidir CA da Petrobras O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, foi indicado pela União, acionista controlador da Petrobras, para comandar o Conselho de Administração da empresa. Ele vai substituir o almirante Eduardo Bacelar Leal Ferreira, que está no comando do CA da empresa desde o começo do governo Bolsonaro. A Assembleia Geral de Acionistas da Petrobras que vai referendar a indicação está agendada para 13 de abril.

— A União também está indicando o almirante Luiz Henrique Caroli para a vaga de Cynthia Silveira, que assumiu a presidência da TBG. E prevê a recondução de Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, Márcio Weber, Murilo Marroquim, Ruy Schneider e Sonia Villalobos.

— Para a suplência do Conselho Fiscal da Petrobras foi indicada Marisete Pereira, secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia. A vaga titular continua com Agnes da Costa, chefe da assessoria Especial em Assuntos Regulatório do MME.

— Janete Duarte Mol e Otavio Ladeira de Medeiros foram indicados como titular e suplente do Conselho Fiscal como representantes do Tesouro Nacional.

Investimentos em renováveis A BSBIOS anunciou a aquisição de 100% da fábrica MP Biodiesel em Domdidier, na Suíça. A aquisição da fábrica marca uma nova etapa de inserção da empresa no mercado internacional, com destaque para o mercado europeu. O valor da operação não foi revelado.

— A MP Biodiesel foi fundada em 2005 por Müller Hans e Pellaux Jean-Luc, que cultivavam canola e decidiram construir uma planta de biodiesel. A empresa tem um faturamento estimado de R$ 45 milhões, é 100% automatizada e tem capacidade anual para produzir 5,6 milhões de litros de biodiesel.

— Já a Chevron anunciou a aquisição do Renewable Energy Group (REG), por US$ 3,15 bilhões. A petroleira espera aumentar sua capacidade de produção de combustíveis renováveis para 100 mil barris por dia até 2030.

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