Bento Albuquerque descarta racionamento de energia e risco de apagão por crise hídrica

Coletiva de Imprensa no Ministério de Minas e Energia.
Coletiva de Imprensa no Ministério de Minas e Energia.

Essa newsletter é enviada primeiro
aos assinantes, por e-mail.

COMECE SEU DIA

APRESENTADA POR 

Quem faz
Editada por Gustavo Gaudarde
[email protected]

em jogo

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nessa segunda (7), em coletiva, que não há possibilidade de racionamento de energia ou blecautes no Brasil em função da crise hídrica, provocada pela escassez de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas no país.

— O Operador Nacional do Sistema (ONS) estimou, na semana passada, que em dezembro as chuvas deverão ficar abaixo da média histórica nos subsistemas Sudeste, Nordeste e Norte.

— “Não queremos apostar nas chuvas. Estamos cumprindo os protocolos, os modelos existentes, para que tenhamos o que é mais importante: segurança energética para todo o Sistema Interligado Nacional (SIN)”, afirmou o ministro.

— Desde meados de outubro, o país recorre a maior geração termoelétrica e importação adicional de energia da Argentina e do Uruguai. Também é preciso explorar volumes adicionais de reservatórios de hidrelétricas de Furnas, Itaipu e do São Francisco.

— Diante da situação hídrica do país e da retomada do consumo, a Aneel reativou o sistema de bandeiras tarifárias, aplicando o nível vermelho patamar 2 – o maior de todos – neste mês. O sistema de bandeiras havia sido suspenso durante a pandemia.

Questionado por jornalistas, Bento Albuquerque afirmou que a retomada das bandeiras não representou uma interferência do governo na Aneel.

— “Não há hipótese de interferência do MME em nenhum dos órgãos vinculados. Respeitamos as competências e atribuições de cada órgão e o que fazemos, por meio do CMSE, é um trabalho coordenado e integrado. Isso levou a Aneel a adotar a bandeira vermelha”.

Bolsonaro vem afirmando desde a semana passada que é preciso economizar energia, pois o país está sob risco de apagão (“Se nada fizermos poderemos ter apagões”).

— “O presidente sempre solicita que eu o mantenha informado, porque ele sabe que são setores essenciais para a economia. Evidentemente que antes de qualquer medida importante, relevante, que venha a ser adotada pelo ministério [de Minas e Energia] ou qualquer um dos órgãos vinculados, eu procuro o presidente de coloco ele a par de todas essas medidas”, afirmou Bento Albuquerque.

PUBLICIDADE

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, disse que a principal conclusão da análise das causas do blecaute que atingiu o Amapá por 21 dias em novembro foi o defeito na estruturação do transformador que explodiu ou uma falha do isolamento na subestação Macapá.

— Informou que houve uma “contingência múltipla”, relacionada a um “evento de baixíssima probabilidade”, a explosão de um dos transformadores, seguida do incêndio na SE Macapá, que atingiu um segundo transformador que estava em operação.

— O diretor do ONS informou que dois transformadores que operavam no momento do blecaute eram suficientes para atender “plenamente” o Amapá. Ele destacou que não havia sobrecarga na subestação Macapá onde o sistema entrou em colapso.

— Ciocchi afirmou que ao observar que havia uma “sequência de eventos” na noite do apagão, que incluiu o desligamento de duas usinas que atendiam o estado, foi concluído que “nada poderia ser feito” para evitar o apagão daquela dimensão.

— O secretário de planejamento e desenvolvimento energético do MME, Paulo Cesar Magalhães, disse que o blecaute mostrou a necessidade de uma alternativa de abastecimento do Amapá, e que a energia das hidrelétricas da região não é aproveitada pelos consumidores amapaenses.

— Magalhães disse ainda que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estudará alternativas para garantir o uso da energia local ou fazer um novo acesso ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo ele, esses estudos serão concluídos até abril de 2021, com previsão de levar os projetos à leilão no fim do próximo ano. Valor

A demanda por energia elétrica em outubro subiu 2,2% na comparação anual, segundo monitoramento do Sistema Interligado Nacional (SIN) divulgado nessa segunda (7/12) pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Sobre setembro, a variação também foi positiva, de 2,5%.

— No acumulado dos últimos 12 meses, a carga no sistema foi 1,7% menor em relação aos 12 meses anteriores, por causa do impacto da pandemia. Mas o ONS aponta que a carga vem se recuperando mensalmente desde junho. Reuters

A Petrobras aprovou nessa segunda (7/12) uma nova rodada de ofertas vinculantes no processo de venda do Polo Urucu, no Amazonas.

— A decisão se deu após a divulgação pela imprensa de que a 3R Petroleum e a Eneva fizeram propostas vinculantes pelo polo nos valores de cerca de US$ 1 bilhão e de US$ 600 milhões, respectivamente. A Petrobras não confirmou esses valores, mas disse, em comunicado, que eles se aproximavam das propostas feitas.

— De acordo com comunicado ao mercado nessa segunda, a nova rodada é “um desdobramento natural nos projetos de desinvestimento, não havendo previsão de divulgação ao mercado, de acordo com a Sistemática de Desinvestimentos da companhia”.

O setor industrial avalia que, com o gás natural a US$ 7 por milhão de BTU, cerca da metade do preço atual, os segmentos intensivos em energia investirão US$ 31 bilhões nos próximos dez anos, tornando-se a principal âncora da expansão do mercado de gás brasileiro.

— “Hoje o preço do gás é o grande gargalo, mas acreditamos estar no caminho”, diz diz Juliana Falcão, especialista da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

— A expansão depende da aprovação da Lei do Gás, que tramita agora no Senado. E a indústria, que é a maior consumidora do combustível no país, mas que tem consumo um estagnado em torno dos 40 milhões de metros cúbicos por dia, nos últimos dez anos, tem papel decisivo nesse processo.

— “A indústria de transformação é o lastro para a expansão da demanda do gás natural, e aí entra a siderúrgica, a química e outras na sequência”, afirma Fabio Abrahão, diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES. Ele descarta a alternativa das termelétricas flexíveis para o papel.

— Segundo Abrahão, o BNDES chegou a esta conclusão após estudos aprofundados que incluíram interação com os segmentos econômicos mais intensivos no uso do gás, entre os quais a geração termelétrica ocupa o segundo lugar.

— Encomendados pelo Ministério da Economia, os estudos apontam a malha ferroviária, existente ou em construção, como primeira alternativa logística para a interiorização da demanda, antes que se faça pesados investimentos para a expansão da malha dutoviária.

— Segundo Carlos Thadeu Fraga, CEO da Prumo Logística, a infraestrutura dutoviária brasileira é bastante frágil: conta com apenas 9 mil quilômetros, enquanto a Argentina tem cerca de 30 mil quilômetros e Os Estados Unidos, ao redor de 500 mil. Valor

A EBrasil LNG Regas foi autorizada pela ANP a exercer a atividade de comercialização de gás natural. A autorização exclui a distribuição de gás natural liquefeito (GNL) e comprimido (GNC) a granel, bem como para uso próprio e projeto estruturante. A empresa também foi registrada no órgão regulador como agente vendedor de gás natural, conforme o Despacho SIM-ANP no 985.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do BR do Mar, mas não conseguiu concluir na madrugada desta terça (8) a votação do projeto de incentivo à navegação de cabotagem. O texto conta com urgência constitucional e tranca a pauta. Faltam os destaques.

— O texto-base foi aprovado por 324 votos a 114, a partir de um substitutivo do relator Gurgel (PSL/RJ). Prioridade do governo federal, o BR do Mar é uma iniciativa do Ministério da Infraestrutura.

Os preços do petróleo caíram cerca de 1% nessa segunda (7/12), com o aumento no número de casos de coronavírus e crescentes tensões entre EUA e China ofuscando o impacto positivo de um acordo de produção da Opep+.

— O Brent fechou o dia em queda de -0,9%, a US$ 48,79 o barril, enquanto o WTI recuou 1,1%, para US$ 45,76 o barril. Investing.com, com Reuters

Os etanóis anidro e hidratado registraram baixa na semana de 30 de novembro a 4 de dezembro. O anidro teve sua terceira semana seguida de baixa, e o hidratado, duas semanas consecutivas no vermelho, de acordo com os índices do Cepea, da Esalq/USP.

— A maior queda ocorreu no etanol hidratado, de -0,77%, negociado em R$ 2,0548 o litro, ante R$ 2,0707 o litro na semana anterior, de 23 a 27 de novembro. Já o anidro foi comercializado por R$ 2,4119 o litro, ante R$ 2,4184 o litro da semana anterior, recuo de 0,27%. Agrolink

O Ministério de Minas e Energia (MME) ampliou os prazos para o leilão de fornecimento de energia para os sistemas isolados.

— O cadastramento dos empreendedores interessados no certame na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), inicialmente previsto para se encerrar na última sexta (4/12), foi prorrogado para 15 de janeiro de 2021. E o leilão, previsto para março do próximo ano, foi remarcado para o mês seguinte.

— A Portaria no 425 do MME, de 3 de dezembro, que alterou as datas, também trouxe ajustes na disponibilidade de potência requerida para Porto de Moz (PA), Amajari, Uiramutã e Pacaraima (RR), além de autorizar os aditamentos contratuais para Faro, Muaná e Terra Santa (PA).

A alavancagem da Neoenergia deve aumentar para 3,6 vezes até o final de 2021, com a aquisição da distribuidora de energia elétrica CEB por cerca de R$ 2,5 bilhões. Segundo apresentação da companhia, a alavancagem era de 2,85 vezes (dívida líquida/Ebitda) no final do terceiro trimestre, com o endividamento líquido da companhia estimado em R$ 16,8 bilhões.

— “Estamos mirando atingir 3,6 vezes, no final de 2021”, declarou o diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores da Neoenergia, Leonardo Gadelha, ressaltando que o aumento da alavancagem não traz preocupação porque o “esgotamento” da dívida está bem distribuído ao longo dos próximos anos.

— “Tem concentração baixa da dívida em 21 e 22, ela está bem distribuída, a gente não vê preocupação com a questão da alavancagem”, acrescentou ele. Reuters

Por e-mail, você recebe também recebe diariamente a agenda das autoridades

[sc name=”newsletter” ]