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Barril sobe com decisão da Opep+ e incertezas sobre eleição nos EUA

Norteamericanos vão às urnas nesta terça-feira

Kamala Harris e Donald Trump fazem campanha à presidência dos EUA
Kamala Harris e Donald Trump fazem campanha à presidência dos EUA | Wikimedia Commons

NESTA EDIÇÃO. Petróleo em alta com Opep+ e eleições nos EUA.

Margem líquida das distribuidoras de GLP impacta preço do botijão, diz EPE.

Gás para Todos vai ter implementação gradual.

PetroRecôncavo anuncia nova UPGN.

Mercado de carbono na pauta do Senado.


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Os preços do barril de petróleo voltaram a subir na segunda (04/11) depois da decisão da Opep+ de adiar o retorno da produção dos volumes reprimidos para o próximo ano. 

  • O barril tipo Brent encerrou o dia negociado a US$ 75,21, alta de 2%. 

O cartel havia anunciado no domingo (03) a decisão de prorrogar o corte de 2,2 milhões de barris/dia até o fim de dezembro. 

O aumento na cotação do petróleo reflete também as incertezas sobre as eleições nos Estados Unidos. Esta terça-feira (05) é o principal dia da votação no país. 

  • O ex-presidente Donald Trump (Republicanos) e a atual vice-presidente Kamala Harris (Democratas) se enfrentam em um dos pleitos mais acirrados dos últimos anos. 

A tendência é que o preço do barril tenha uma maior volatilidade nos próximos dias, à espera dos resultados das eleições. 

  •  Esta semana ocorre ainda a Superquarta, com definições sobre os juros no Brasil e nos EUA. 

O cenário acende um alerta para os preços de combustíveis no Brasil, que sofrem impacto da cotação do barril e do câmbio. 

Na semana passada, o dólar atingiu R$ 5,87, maior nível desde 2021, mas o real recuperou parte das altas nos últimos dias. 



Devedor contumaz. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), abordou na reunião com o presidente Lula (PT) e membros do alto escalão do governo, na quinta-feira (31/10), o tema dos crimes associados ao mercado de combustíveis — sobretudo aqueles praticados por empresas consideradas “devedores contumazes”.

  • Segundo informações do governo paulista, usinas de etanol estão sendo utilizadas para lavagem de dinheiro por parte de organizações criminosas. 

Opinião: O impasse deflagrado pelo estado do Rio de Janeiro com a intenção de exigir a cobrança de ICMS quando o óleo é repartido pelo operador com a União é mais um exemplo do viés arrecadatório e um incentivo negativo, escreve o sócio da área de energia do escritório Advocacia Bettiol, Leonardo Costa da Fonseca.

Tributação do etanol. A entrada imediata do etanol hidratado no sistema monofásico (onde já estão a gasolina, o diesel e o GLP) é uma demanda antiga defendida pelo setor de combustíveis fósseis (as distribuidoras). O pleito mobiliza IBP, Brasilcom, Sindicom e outras entidades. Os usineiros, por outro lado, resistem. Leia na coluna de Hanrrikson de Andrade.

Preço do botijão. A margem líquida das distribuidoras de GLP teve um aumento quatro vezes maior do que a inflação registrada entre 2020 e 2023, segundo nota técnica da EPE. Os dados mostram que a média da margem líquida dos distribuidores passou de 7,7% em 2019 para 13,7% em 2023 — ou de R$ 285,22 por tonelada para R$ 821,90/t.

  • A EPE conclui que as margens de distribuição contribuíram de maneira intensa para o aumento real do preço final do botijão de 13 kg entre 2019 e 2023.

Gás para Todos. A substituição do Auxílio Gás pelo programa Gás para Todos vai ocorrer de forma gradativa. Segundo o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, há dificuldades na implementação do novo programa, que não deve ser adotado de uma vez só em todo o país.

  • Outro ponto que ainda demandará esforços é a definição sobre o fornecimento de botijões de acordo com a quantidade de membros da família.

Processamento de gás. A PetroReconcavo anunciou um investimento de R$ 340 milhões na construção de sua segunda unidade de tratamento de gás natural. A UPGN Miranga será instalada no município de Pojuca (BA) e terá capacidade para processar 950 mil m³/dia, com potencial de expansão para até 1,5 milhão de m³/dia.

Fornecimento de gás em PE. A Brava Energia assinou um contrato para fornecimento de gás natural com a Copergás. O acordo prevê a entrega de 200 mil m³/dia entre 2025 e 2026 à distribuidora de gás canalizado de Pernambuco. O gás virá dos campos da Brava no Recôncavo Baiano, Espírito Santo e Rio Grande do Norte.

Otimização de termelétricas. O MME publicou as novas diretrizes para a operação de usinas termelétricas em condição diferenciada, visando atender a demanda por energia em momentos de pico. A iniciativa permite que as usinas operem de forma mais flexível, de acordo com o interesse do agente e condições específicas. A portaria tem vigência até 31 de março de 2025.

Opinião: O Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten, em tramitação no Senado na forma do projeto de lei 327, de 2021), apresenta uma importante contribuição ao facilitar o acesso às fontes de financiamento para projetos de desenvolvimento sustentável e a aproximação entre instituições financiadores e empresas interessadas em obter os recursos, escreve o consultor e ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Mercado de carbono no Senado. O projeto de lei 182/2024, que cria o mercado regulado de carbono no Brasil, entrou na pauta de votações do Senado desta terça (05/11), depois que a senadora Leila Barros (PDT/DF) apresentou o relatório. O texto mantém as atividades primárias do agro isentas de obrigações, enquanto define regras para que áreas de preservação previstas em lei possam gerar créditos – uma das principais críticas de ambientalistas. Leia na Diálogos da Transição.

Política para indústria nacional no hidrogênio. Incentivos em projetos de hidrogênio renovável devem priorizar a indústria nacional, defende a Hytron, única empresa que produz eletrolisadores no Brasil.

  • “O ideal é que de fato os incentivos fiscais, e a retribuição que o governo está dando em todos esses programas, fossem atrelados ao conteúdo local”, afirma o sócio e diretor comercial da companhia, Daniel Lopes.

Opinião: Embora a UE tenha a possibilidade de buscar outro parceiro comercial no futuro, ao frear a entrada de produtos chineses que poderiam contribuir com o avanço da transição energética atualmente, o bloco coloca em xeque o discurso europeu de comprometimento com a transformação de sua matriz energética, escreve o pesquisador do Ineep, André Leão.

Mineração no G20. A Noruega decidiu não inserir a mineração no fundo do mar na sua pauta para os debates do G20, disse a jornalistas a cônsul-geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen. O país escandinavo preferiu focar seus esforços em outros temas comuns da transição energética, como a captura e armazenamento de carbono (CCS) e a energia eólica offshore.

Opinião: O que realmente se espera da COP e das negociações é justiça climática, o que pressupõe colocar as pessoas no centro da discussão climática, escreve a sócia do escritório Rolim Goulart Cardoso Advogados, Maria João Rolim.