NESTA EDIÇÃO. Cotações do diesel e da gasolina confirmam tendência de queda em setembro.
PV pode acionar STF contra UTE Brasília.
Regulamentação da reforma tributária garante benefício para hidrogênio.
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Barril e câmbio ajudam preços dos combustíveis, reunião da Opep pode dar empurrão extra
Os preços dos combustíveis no Brasil têm passado por um movimento de queda nos últimos meses, tendência que se manteve em setembro. As cotações são ajudadas pelo preço do barril de petróleo e pelo alívio recente do câmbio.
O diesel e a gasolina caíram no Brasil em setembro na comparação com agosto.
- Segundo pesquisa da ValeCard com base nos pagamentos realizados nos postos de combustíveis, a gasolina teve um preço médio de R$ 6,374 em setembro, uma redução de R$ 0,001 (-0,02%) em relação a agosto. Já o diesel ficou em média a R$ 6,298, recuo de R$ 0,009 (-0,14%).
- Em agosto os preços também haviam recuado na comparação mensal, segundo a mesma pesquisa.
- Mas as cotações têm variações diferentes conforme a região: “A combinação entre petróleo mais fraco lá fora e ajustes regionais de custos e impostos explica o movimento — e também porque ainda vemos altas localizadas. Em síntese: a tendência é de recuo, mas o repasse ocorre em ritmos diferentes entre os estados,” afirma o diretor de Mobilidade e Operações da ValeCard, Marcelo Braga.
As indicações de alta no suprimento global de petróleo estão ajudando a manter as cotações do barril no mercado internacional abaixo dos US$ 70.
- Na quinta (02/10), o Brent para dezembro recuou 1,89% (US$ 1,24), a US$ 64,11 o barril, no quarto dia consecutivo de queda.
- A expectativa é de que a Opep+ anuncie um novo aumento na produção na reunião de domingo (5/10), o que deve ajudar a ampliar a oferta no mercado. Mas o cartel indicou que ainda não há uma decisão final acerca do tema.
- Analistas ressaltam, no entanto, que as tensões geopolíticas, sobretudo na Europa, seguem como um fator de risco para uma alta nos preços.
A Petrobras também espaçou os reajustes no mercado interno. A mudança mais recente na gasolina foi em 3 de junho, enquanto o diesel segue inalterado desde 6 de maio.
- Segundo a Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis (Abicom), na quinta (2/10), o diesel vendido pela estatal estava R$ 0,23 abaixo das cotações internacionais, com espaço para alta de 7%. Já a gasolina era vendida a R$ 0,25 acima dos preços de importação, com possibilidade de redução de 9%.
- A diretoria da Petrobras tem indicado que não fará mudanças bruscas de preços, com uma política de movimentos graduais.
- Ao definir o preço nas refinarias, a estatal não se baseia apenas na cotação do Brent ou na paridade de exportação, mas também na evolução do câmbio e na participação do mercado, incluindo a posição em relação aos produtos concorrentes.
- Na competição com o etanol, inclusive, a gasolina tem se mostrado mais vantajosa. O biocombustível teve uma alta de R$ 0,033 (+0,75%) em setembro, com um preço médio de R$ 4,442 no mês.
No caso do suprimento brasileiro, parte do mercado também é atendido por refinarias privadas e importadoras.
- O mês de outubro, inclusive, é marcado pela alta sazonal demanda, principalmente do diesel, com a intensificação das atividades do agronegócio.
Interdição da Refit. A ANP rebateu acusações feitas pela Refinaria de Manguinhos de que a interdição cautelar, em conjunto com a Receita Federal, “carece de fundamento técnico e jurídico. Segundo o órgão regulador, a interdição foi realizada conforme a legislação vigente.
- A agência constatou que a unidade não operava como refinaria e armazenava produtos distintos dos previstos nas autorizações de cessão de espaço para as distribuidoras.
Sócio para Bumerangue. A BP vai buscar um parceiro para o bloco Bumerangue durante a avaliação da descoberta. Um eventual acordo poderá acontecer antes da decisão final de investimento, afirmou o presidente da empresa no Brasil, Andres Guevara de la Vega. A descoberta anunciada em agosto foi a maior da companhia em 25 anos (CNN/Reuters)
Suprimento de energia. O Operador Nacional do Sistema (ONS) trabalha com a possibilidade do período úmido ter um mês de atraso, passando de outubro para novembro. Mas garante que, mesmo que isso ocorra, o Sistema Interligado Nacional (SIN) está preparado para abastecer o país com tranquilidade.
- O ONS vem tomando medidas como a estocagem de água dos reservatórios das hidrelétricas em pontos estratégicos do SIN como, por exemplo, na hidrelétrica de Tucuruí.
UTE Brasília. O deputado federal Reginaldo Veras (PV/DF) afirmou, em seminário promovido pelo Partido Verde na quinta (2), que a sigla está preparada para acionar o STF caso o projeto da térmica a gás da Termo Norte na capital do país obtenha a licença ambiental para dar encaminhamento às obras.
- Segundo Veras, o partido entrará com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) com objetivo de impedir o avanço das obras da usina.
Hidrogênio na reforma tributária. O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP 108/2024), que regulamenta a segunda fase da reforma tributária sobre o consumo, e inclui uma emenda assegurando a continuidade de incentivos fiscais para produção de hidrogênio de baixo carbono, após a vigência do novo regime.
- A emenda promove uma adequação técnica do Rehidro à nova estrutura tributária. Sem essa correção, o regime especial perderia eficácia a partir de 2027, ameaçando projetos em fase de planejamento.
Terras Raras. Instalada no Senado na última quarta (1°/10), a Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras (FPTRB) quer estimular a cadeia produtiva do setor, desde a extração até a industrialização de produtos de alto valor agregado, segundo o senador Nelsinho Trad (PSD/MS) eleito presidente do grupo.
- No Congresso Nacional, há pelo menos uma dezena de projetos de lei abordando o tema.
Contra a poluição. O governo brasileiro publicou na quinta (2) o decreto que cria a estratégia para reduzir a poluição por plástico no oceano no horizonte até 2030. O texto sinaliza que é preciso atualizar legislação para eliminar gradualmente os plásticos descartáveis. Entenda melhor com diálogos da transição.