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Petróleo cai em dia de decisões de juros nos EUA e Brasil

“Superquarta” teve corte de juros maior do que o esperado nos EUA, o primeiro depois da pandemia.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, à esquerda; e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, à direita (Foto Paulo Pinto/Agência Brasil; Divulgação FED)
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, à esquerda; e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, à direita | Foto Paulo Pinto/Agência Brasil; Divulgação FED

NESTA EDIÇÃO. Barril de petróleo cai em dia de corte de juros nos EUA e aumento no Brasil. Cenário favorece redução de preços de combustíveis pela Petrobras. 

Para MMA, fracking deve ficar de fora da visão de longo prazo do Brasil. 

Frente Nacional dos Consumidores defende horário de verão e resposta da demanda para acionar menos termelétricas na crise hídrica. Thymos diz que o adiantamento dos relógios favorece a geração renovável. 

Bandeiras tarifárias devem seguir no amarelo ou vermelho até o fim do ano. 

Noruega é o 1º país a ter mais carros elétricos do que a gasolina.


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Cotações em queda. O preço do barril de petróleo caiu no mercado internacional na quarta-feira (18/9) depois que o Banco Central dos Estados Unidos (FED, na sigla em inglês) anunciou o primeiro corte na taxa de juros depois da pandemia. 

O barril tipo Brent fechou o dia negociado a US$ 73,65, uma queda de 0,06%. O WTI fechou em US$ 70,91, com perdas de 0,39%.

  • A fraqueza na demanda na China e na Europa são alguns dos fatores que têm contribuído para a tendência de queda no barril. 

O corte nos juros dos EUA foi de 0,5 pontos percentuais, maior do que era esperado pelo mercado. 

  •  A expectativa, agora, é que os juros menores ajudem a estimular a atividade econômica no país.

A “superquarta” teve também decisões de política monetária no Brasil, mas na direção contrária à dos EUA.

  •  O Comitê de Política Monetária (Copom) retomou o ciclo de alta dos juros, com um aumento da taxa Selic em 0,25 pontos percentuais. 

No mercado nacional, a queda do barril pode ter reflexos nos preços dos combustíveis, que são influenciados principalmente pelas cotações definidas pela Petrobras.

Especialistas apontam que os preços praticados pela estatal estão defasados e devem ser reajustados em breve. 

O contexto de alta nos juros também aponta para maior inflação e, assim, amplia a pressão para uma redução nas cotações do diesel e da gasolina pela estatal. 



Fraturamento hidráulico no longo prazo. A secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Toni, disse que o fraturamento hidráulico (fracking) para exploração de gás fóssil não deve ser considerado em uma visão de longo prazo. A crítica do Meio Ambiente antagoniza com a posição do Ministério de Minas e Energia, que, sob comando de Alexandre Silveira (PSD), tem defendido a exploração de gás onshore e novas fronteiras de petróleo.

Cortes orçamentários na ANP. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deixará de transmitir ao vivo as reuniões da Diretoria Colegiada pelo canal YouTube. A decisão faz parte do conjunto de medidas tomadas pela autarquia devido aos cortes orçamentários do Poder Executivo. A partir desta quinta-feira (19/9), quem quiser assistir ao vivo deve acessar a plataforma Teams, mas sem possibilidade de manifestação.

Despacho de termelétricas na crise. Em meio à crise hídrica, o presidente da Frente Nacional de Consumidores de Energia, Luiz Barata, defendeu que é importante limitar o acionamento de termelétricas aos horários de maior necessidade, além de implantar ações específicas para contornar o contexto de baixo nível de chuvas. Medidas como o horário de verão e o programa de resposta de demanda são algumas das propostas para ajudar a limitar a demanda e a reduzir a necessidade de despacho termelétrico.

Thymos diz que horário de verão pode ajudar. A volta do horário de verão traria um melhor aproveitamento das energias solar e eólica, de forma que essas fontes poderiam contribuir para atender ao início da rampa de consumo, avalia a consultoria Thymos Energia. Como as usinas solares têm um pico de geração que vai das 13h às 17h, poderiam ser estratégicas para atender a carga necessária no fim da tarde. Além disso, o início da noite é um dos momentos de melhor desempenho da geração eólica, o que contribui para cobrir a rampa de consumo.

Bandeiras vermelhas e amarelas até o fim do ano. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou que a tendência até o fim do ano é que as bandeiras tarifárias sejam mantidas entre amarelo e vermelho. Ele afirmou, no entanto, que o cenário é considerado mais favorável do que o registrado em 2021, quando os reservatórios de hidrelétricas atingiram níveis baixos e houve maior acionamento de térmicas.

Novo diretor da Arsesp. A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, na terça-feira (17/9), a indicação de Thiago Roberto Magalhães Veloso para o cargo de diretor de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de Energia da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). Veloso é economista e trabalhou por 17 anos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), onde atuou como especialista em Regulação de Serviços Públicos de Energia Elétrica.

Brasil quer mais empresas dos Estados Unidos. O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, disse que falta participação de companhias dos Estados Unidos em setores cruciais como mineração, baterias para veículos elétricos e hidrogênio verde no Brasil. Segundo Viana, enquanto China e Europa têm aumentado significativamente seus investimentos em transição energética no Brasil, os Estados Unidos, apesar de serem os maiores investidores diretos no país, ainda não participam de setores-chave da transição energética.

Defesa de matérias-primas brasileiras no SAF. Representantes da Acelen e Raízen defenderam, nesta quarta-feira (18/9), as características sustentáveis das matérias-primas usadas no Brasil para a futura produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). A vice-presidente de estratégia da Raízen, Paula Kovarsky, argumentou que é necessário criar mecanismos que reconheçam globalmente as vantagens competitivas da produção brasileira, uma vez que o país não conta com subsídios como a Lei de Redução da Inflação (IRA, em inglês) dos EUA. 

Biogás na Paraíba. O grupo italiano Asja e a brasileira Migratio Bioenergia anunciaram, nesta terça (17/9), que estão investindo R$ 40 milhões na construção de duas usinas de biogás para transformar em eletricidade os resíduos de aterros sanitários da Ecosolo, dos municípios de Campina Grande e Guarabira, na Paraíba. Os empreendimentos terão potência instalada de 2,5 MW e, juntos, vão gerar cerca de 40 GWh/ano para o mercado de geração distribuída. 

Noruega é o 1º país a ter mais carros elétricos do que a gasolina. A Noruega se tornou o primeiro país do mundo a ter uma frota maior de carros elétricos do que movidos a gasolina, segundo reportagem da Deutsche Welle publicada pela Folha de São Paulo. O país tem 754.303 carros totalmente elétricos, em comparação com 753.905 que funcionam a gasolina. Ainda assim, modelos a diesel continuam sendo a maioria da frota, mas as vendas estão em queda.