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As repercussões do maior corte de produção da Opep desde 2020

Redução de 2 milhões de bpd é derrota para os EUA e pressiona governo Bolsonaro a 25 dias do segundo turno das eleições

As repercussões do maior corte de produção da Opep desde 2020. Na imagem: Dois trabalhadores, com uniformes cinza e capacete de proteção branco, operam instalações em gasoduto (Foto: Divulgação/Saudi Aramco)
(Foto: Divulgação/Saudi Aramco)

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A agência epbr entrevistou principais executivos e executivas do setor de petróleo e gás na maior feira e conferência da América Latina, sobre pautas que fundamentam decisões no setor de óleo e gás no Brasil

Você vai ver aqui: decisão do cartel deve elevar preços do petróleo e faz EUA ampliarem uso de estoques estratégicos; no Brasil, governo pressiona Petrobras para segurar reajustes, às vésperas do segundo turno; Cade adia decisão sobre cartel de QAV em Guarulhos. E mais:

A Opep+ decidiu reduzir sua produção de petróleo em 2 milhões de barris/dia a partir de novembro, no maior corte desde o início da pandemia de covid-19, quando o cartel anunciou uma retirada histórica de 9,7 milhões de barris/dia do mercado.

— Segundo a S&P Global Commodity Insights, o volume removido será bem menor, de cerca de 800 mil barris/dia, a maior parte de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Isso porque muitos membros da Opep+ já produzem menos que suas cotas.

Ainda assim, é uma pressão pela recuperação nos preços do petróleo, que caíram nos últimos meses com os temores de recessão global. Em setembro, o Brent teve queda acumulada de 11%, e registrou seu primeiro trimestre negativo desde o início de 2020, com redução de 25,84%.

— É uma derrota para os EUA, que pressionaram a Opep+ para manter sua produção. O presidente Joe Biden classificou a decisão como “um erro”. Já a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que o grupo “se alinha com a Rússia”. AFP

— A cinco semanas das eleições de meio de mandato, Biden pediu às empresas que reduzam os preços de combustíveis nas bombas [Estadão]. Os EUA também vão continuar liberando reservas estratégicas, enquanto buscam medidas adicionais para aumentar a oferta interna.

— Em outra frente, Biden pretende criar uma legislação para “reduzir o controle da Opep sobre os preços da energia”. É uma aparente referência à legislação anticartel conhecida como Nopec, há muito tempo considerada, mas nunca aprovada. Financial Times

O Brent operava em relativa estabilidade, a US$ 93,42 o barril, nesta manhã. Ontem (5/10), subiu 1,7%, fechando a sessão a US$ 93,96 por barril, a maior cotação desde 15 de setembro. Reuters

— Os estoques americanos de petróleo caíram 1,35 milhão de barris na semana encerrada em 30 de setembro. A expectativa de analistas era de aumento, de 1,3 milhão de barris, no período. Valor

No Brasil, a decisão da Opep pressiona os preços às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Segundo o blog da Ana Flor, o governo quer que a Petrobras segure reajustes nas próximas semanas, apesar de já haver defasagem entre os preços internos e os do mercado internacional.

— Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente da companhia, Caio Paes de Andrade, negocia a troca do diretor financeiro, Rodrigo Araújo, por um executivo mais alinhado ao governo – e ao represamento de reajustes. Outra mudança seria na diretoria de governança, ocupada por Salvador Dahan, que tem poder de veto sobre decisões prejudiciais à companhia.

— Sob a gestão de Paes de Andrade, Bolsonaro voltou a se vangloriar da redução dos preços da Petrobras, nos últimos dois meses – particularmente a partir do início da campanha eleitoral –, quando a companhia conseguiu repassar a desvalorização da commodity para o mercado interno.

Europa chega a acordo para preço-teto…. A proposta é encabeçada pelo G7 e pelos EUA, que buscam restringir os ganhos de Moscou com a alta dos preços de energia no mundo. Dow Jones

— A ideia é permitir que as empresas tenham acesso a seguros e fretes fornecidos pelos países do G7 – desde que concordem em pagar um preço limitado pelo petróleo.

Países com grandes setores de transporte marítimo, incluindo Grécia, Chipre e Malta, hesitam. E o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, disse que o plano é uma “má ideia”.

— A fala de Pouyanne é a crítica mais direta ao plano da UE vinda de um alto funcionário da indústria. “É uma maneira de devolver a liderança a Vladimir Putin, e eu nunca faria isso”, afirmou. Bloomberg

… e quer mais racionamento de gás A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu “obrigações mais exigentes” para a economia de gás natural. Ela sugeriu negociar o gás com “fornecedores confiáveis”, como Noruega e EUA. E também propôs estabelecer um teto para o preço do gás importado. Valor

Gazprom retoma fornecimento para a Itália A estatal russa anunciou que encontrou uma solução para uma disputa envolvendo o trânsito dos fluxos com órgãos reguladores da Áustria. A interrupção do fornecimento ocorreu no fim da semana passada e gerou dúvidas sobre sua causa, se técnica ou política. Investing.com

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Putin tenta controlar a maior usina nuclear da Europa O documento torna a usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, uma “propriedade federal” russa. A proximidade da planta com a linha de frente da guerra criou temores de um desastre nuclear. g1

Cade adia decisão sobre cartel de QAV no aeroporto de Guarulhos A conselheira Lenisa Prado pediu vistas, interrompendo novamente o julgamento do caso, iniciado em março.

— O conselheiro Luís Braido votou pela aplicação de multas contra as distribuidoras Vibra (R$ 62 mi), Raízen (R$ 62 mi) e Air BP (R$ 26 mi), além de R$ 2 milhões para operadora GRU Airport, em um voto divergente do relator Luiz Augusto Hoffman, que manteve sua posição pelo arquivamento do caso, como fez em março.

— O julgamento foi motivado por denúncia da Gran Petro, distribuidora que afirma não ter acesso a condições justas de acesso aos hidrantes de abastecimento em Guarulhos.

Fase de projetos piloto de hidrogênio já passou Em entrevista à epbr, o sócio da PwC Brasil, Adriano Correia, aponta que o contexto de crise energética na Europa está fazendo a UE sair à frente de outras regiões em políticas de incentivo e a superar a fase de testes.

Participação de renováveis cresce na matriz energética global Relatório da Ember Climate aponta que a expansão da geração elétrica com fontes renováveis conseguiu interromper cerca de 4% na geração com combustíveis fósseis, em especial carvão e gás natural, no primeiro semestre de 2022.

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