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ANP tem novos diretores substitutos; mercado cobra indicações definitivas

Governo definiu a lista de novos substitutos que assumem temporariamente as vagas em aberto na diretoria da ANP

ANP se aproxima do fim do ano com quatro de cinco diretorias indefinidas
Secretário executivo adjunto, Bruno Eustáquio, ministro Bento Albuquerque (MME) e Rodolfo Saboia, diretor geral da ANP (foto por Marcus Almeida, ANP)

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O governo definiu a lista de novos substitutos que assumem temporariamente as vagas em aberto na diretoria da ANP: os superintendentes Luiz Henrique Bispo (Conteúdo Local), Cláudio Jorge de Souza (Dados Técnicos) e Marina Abelha (Exploração) ocuparão os cargos por um período de até dois anos.

– A designação feita ontem por Bolsonaro (PL) respeitou a votação interna da agência. A ANP segue com essas três vagas em aberto para nomeação definitiva. O Senado Federal, ao longo de 2021, ignorou a nomeação de Tabita Loureiro, já sabatinada; e Bolsonaro não fez as indicações remanescentes. Veja como estão os mandatos.

As indicações definitivas são uma cobrança do mercado, inclusive de agentes antagônicos. Nas últimas semanas, tanto consumidores de gás e energia representados pela Abrace, como a Abegás, que representa distribuidoras, cobraram a definição dos quadros da agência.

O Fórum do Gás afirmou que o esvaziamento da agência prejudica a abertura do mercado. “(…) qualquer decisão importante pode ser fragilizada ou adiada, o que reforça a urgência das indicações de diretores titulares para os cargos ainda vagos − com notório conhecimento sobre o setor e ilibada conduta profissional − e que a sabatina dos indicados ocorra de forma igualmente célere”, diz o manifesto.

– O IBP e diversas federações de indústria, além da própria Abrace, subscrevem o pedido.

A Abegás também defendeu a “necessidade de indicação urgente de novos diretores para a composição adequada dos quadros da agência”.

– “Mesmo estando com colegiado desfalcado, com apenas duas cadeiras ocupadas por titulares (…), a ANP vem se dedicando a temas que não deveriam ocupar sua atenção — à luz da Constituição Federal, que delimita claramente as atribuições”, criticou.

– Comentários feitos na reação à decisão da ANP de acionar o STF contra o decreto de classificação de gasodutos de São Paulo.

A ANP conta com apenas dois diretores nomeados – Rodolfo Saboia (diretor-geral) e Symone Araújo, cujo mandato vai até março e pode ser reconduzida.

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PEC dos Combustíveis. Ontem, Jair Bolsonaro (PL) confirmou que o governo abandonou a ideia de criação de um fundo, estruturado para subsidiar os preços dos combustíveis nas altas. Vai em frente com a ideia de retirar a tributação federal do diesel da Lei de Responsabilidade Fiscal, para zerar os impostos no ano eleitoral, sem necessidade de compensação.

– É a promessa que vem sendo feita pelo presidente: “da minha parte, o parlamento deve apresentar uma proposta permitindo ao presidente e aos governadores que diminuam ou zerem os impostos sobre diesel e gás de cozinha”.

A PEC, na verdade, é uma articulação da Casa Civil, de Ciro Nogueira (PP), mas o governo deve apresentar o projeto por meio de um aliado, no Senado Federal. Seria uma forma de driblar questionamentos sobre a criação de benefícios vedados pela lei eleitoral.

– A Economia tem defendido internamente um controle de gastos – daí a conclusão que o fundo seria inviável, pelo alto custo e implementação mais complexa.

– O projeto, prometido por Bolsonaro para esta semana, pode nem sequer sair do papel. A equipe econômica faz um esforço para limitar a medida, que pode ser apresentada em um projeto de lei complementar, preservando o que restou do teto constitucional de gastos, mas dando ao governo alguma margem para subsidiar o combustível durante a corrida presidencial.

– O gás de cozinha está zerado, ao custo de quase R$ 1 bilhão por ano, para dar pouco mais de dois reais de desconto por cada botijão de 13kg vendido. Uma medida criada por Bolsonaro ano passado, à revelia das indicações contrárias de sua equipe econômica, e sem efeito no acesso ao combustível.

Os preços médios do diesel no varejo subiram 2,81% em janeiro, para R$ 5,770 por litro, em relação a dezembro, segundo indicador da Ticket Log, serviço de gestão de abastecimento de frotas. No caso do S-10, menos poluente, a alta foi de 2,68% para R$ 5,828 por litro (Reuters)

– No levantamento de preços da ANP, o preço médio do diesel na revenda foi de R$ 5,586 alta de 4,6% em quatro semanas.

Defasagem calculada por importadores entre os preços domésticos da Petrobras e os internacionais chega a 9% para o diesel e para a gasolina, na média do país. A defasagem do diesel, combustível na mira do plano de subsídios do governo, varia de 26 a 40 centavos por litro.

– Para a Abicom, que representa o segmento, é indicação da necessidade de reajuste dos preços dos combustíveis, para promover o realinhamento com a paridade internacional.

A Acelen eleva nesta terça (1º) os preços do GLP e do querosene de aviação (QAV) JET-A entregues pela refinaria de Mataripe, na Bahia. Os preços do GLP subirão entre 9,1% e 9,4%, a depender do ponto de entrega e modalidade, variando de R$ 4.034,02 a R$ 4.128,02 a tonelada.

A Petrobras registrou recorde de produção de diesel S-10 em 2021, com 21,2 bilhões de litros, 10% a mais que em 2020. Já a comercialização teve uma escalada de 34,7%, chegando a 25,8 bilhões de litros.

– São projetados investimentos de US$ 2,6 bilhões até 2026 para, enfim, encerrar a produção de S-500 na segunda metade da década.

Preços do Brent seguem próximos dos US$ 90 por barril no mercado futuro, embalados pela tensão geopolítica na Europa e no Oriente Médio e na expectativa pelos sinais da reunião da OPEP+ esta semana.

– Amanhã, os países do cartel ampliado, que inclui a Rússia, se reúnem para definir a trajetória de curto prazo da oferta de óleo.

– Mercado projeta aumento de 400 mil barris/dia, mas também vê falha no cumprimento das metas vigentes. Uma mudança rápida na oferta de óleo depende substancialmente da Arábia Saudita, que ainda possui capacidade sobressalente (Estadão).

– Cotação influenciada pelo movimento global do dólar, que recuou. No Brasil, o câmbio chegou a bater o menor patamar em quatro meses, próximo dos R$ 5,30 (Valor).

Vendas de etanol hidratado foram as menores desde 2016. A demanda pelo biocombustível caiu 12,8% em 2021, para 16,792 bilhões de litros, em um ano de retração da demanda por combustíveis, mas de alta nos preços do etanol por choques na oferta e desvalorização do real (Valor).

Relatório do Carbon Tracker alerta que a alta dos preços do petróleo pode levar empresas de O&G a tomar decisões de investimento em novos projetos de longo prazo, mas a pressão da transição energética ameaça a demanda futura por esse óleo novo.

Solar flutuante. Entrou em operação a primeira usina fotovoltaica flutuante do Sul do país, instalada no reservatório da Hidrelétrica Santa Clara (120 MW), entre os municípios de Candói e Pinhão, no Sudoeste do Paraná (PR). Projeto de P&D, aprovado pela Aneel, da Elejor, SPE controlada pela Copel.