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ANP e Aneel estão mais próximas da definição de novos diretores, com sabatinas na próxima semana

Comissão de Infraestrutura do Senado concluiu leitura dos relatórios sobre os indicados

Secretário do MME Pietro Mendes durante o Fórum Brasileiro de Líderes em Energia — Oil & Gas, em 9 de abril de 2025 (Foto Ricardo Botelho/MME)
Secretário do MME Pietro Mendes durante o Fórum Brasileiro de Líderes em Energia — Oil & Gas, em 9 de abril de 2025 (Foto Ricardo Botelho/MME)

NESTA EDIÇÃO. Senado avança nas análises de indicados para as agências reguladoras
 
Governo lança pacote de R$ 30 bi para apoiar setores afetados pelas tarifas dos EUA. 
 
Karpowership testa hidrogênio em térmicas flutuantes.
 
Indústria aposta na COP30 como uma oportunidade para fortalecer imagem no exterior, com temas como energias renováveis e biocombustíveis.


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Estão previstas para a próxima terça-feira (19/8) as sabatinas no Congresso Federal dos nomes indicados para as diretorias da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

  • Os processos para completar os quadros das agências reguladoras avançaram na quarta-feira (13/8), com a leitura dos relatórios sobre os indicados na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. 
  • Ao todo, há 40 indicações de autoridades aguardando sabatinas — travadas, em parte, por conta da dificuldade de avançar com um acordo para a ANP

No caso da ANP, o conselheiro jurídico da Pré-Sal Petróleo (PPSA) Artur Watt foi indicado para a diretoria-geral. 

As controvérsias giram em torno da diretoria 4, deixada por Claudio Jorge em dezembro de 2023. O indicado para a vaga foi o secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, que também é presidente do conselho de administração da Petrobras. 

  • A indicação de Mendes foi alvo de uma reviravolta nas últimas semanas, com a tentativa do líder do governo e senador pelo PT da Bahia, Jaques Wagner, de trocar o nome pelo advogado Ângelo Rezende.
  • A substituição por Rezende começou a tramitar na Casa Civil na semana passada, com o processo iniciado pelo próprio MME.
  • O movimento ocorreu sob o pretexto de que Mendes não teria votos suficientes para ser aprovado no Senado. 
  • O relator, o senador Laércio Oliveira (PP/SE), articulou pela manutenção do acordo fechado anteriormente. 
  • Vale lembrar: ao assumir a vaga na ANP, Mendes deixa a presidência do conselho da Petrobras. Um forte candidato para o cargo é o conselheiro Bruno Moretti

Já na Aneel, foram indicados o ex-diretor da Eletronorte Willamy Frota — um acordo feito entre o governo e o senador Eduardo Braga (MDB/AM) — e Gentil Nogueira de Sá, que é secretário nacional de Energia Elétrica do MME. 

  • Frota foi indicado para a vaga deixada por Hélvio Guerra e Gentil Nogueira foi designado para o lugar de Ricardo Tili.
  • Os novos diretores terão pela frente decisões importantes para o mercado, como as análises de conexões de projetos de data center e hidrogênio à rede, além dos processos de renovação das distribuidoras em curso. 

Para avançar na conclusão dos processos, o governo ainda precisa entrar em acordo sobre outra questão: a indefinição sobre a indicação do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio.

  • Como Sampaio já exerce um mandato como diretor na agência, a nova indicação foi enviada com prazo só até fevereiro de 2026, mas os senadores avaliam que é possível ampliar o mandato para cinco anos, com base na Lei das Agências. 


MPs do setor elétrico. O senador Laércio Oliveira (PP/SE) criticou as Medidas Provisórias 1304 (MP dos Vetos) e 1307 (MP das Energias Renováveis), ao afirmar que os dois textos criam “incentivos direcionados a alguns agentes específicos“.

  • “Não é adequada, nem democrática, a edição de medidas que privilegiem alguns agentes em detrimento dos demais, sem que haja racionalidade técnica que possa justificar tais procedimentos”, disse na tribuna do Senado, na terça-feira (12/8). 

Opinião: A tentativa de equilíbrio financeiro da CDE pela criação de um novo encargo sobre agentes do setor — como geradores — introduz riscos que não estavam originalmente previstos na precificação de seus modelos de negócios, escreve o diretor de Regulação e Inovação da Serena, Bernardo Bezerra.

R$ 30 bi para lidar com tarifaço. O governo federal lançou na quarta (13/8) um pacote de medidas para apoiar o setor produtivo afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos. O plano de apoio prevê R$ 30 bilhões em crédito e será viabilizado por meio de uma medida provisória chamada de MP Brasil Soberano

Preço do barril. Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quarta-feira (13/8), ampliando perdas em meio a preocupações com a demanda. O Brent para outubro recuou 0,74% (US$ 0,49), a US$ 65,63 o barril.

Retorno aos fertilizantes. A Petrobras retomou a produção nacional do aditivo usado para reduzir as emissões de veículos a diesel — e concluiu a entrega do primeiro lote de Arla 32 produzido pela Araucária Nitrogenados (Ansa) desde que a planta voltou a operar, em junho.

Transporte de gás. A regulamentação proposta pela ANP para classificação de gasodutos de transporte traz sérios riscos de judicialização, na visão dos reguladores estaduais.  

  • A discussão, porém, precisará ser enfrentada. E a criação de um fórum permanente de diálogo entre União e estados é o caminho para evitar esse e outros litígios no setor. Esse foi um dos assuntos debatidos no terceiro episódio do videocast gas week. Assista aqui.  

Hidrogênio no mar. Os navios-usina da Karpowership no Brasil podem, em breve, operar com motores que utilizam hidrogênio misturado ao gás natural para gerar energia. A tecnologia desenvolvida em parceria com o IATI tem potencial de reduzir o consumo de combustível e cortar emissões.

Enquanto isso, nos EUA. A Thyssenkrupp está ajustando a estratégia global para o hidrogênio verde diante da retirada de incentivos fiscais nos Estados Unidos e a demora no amadurecimento do mercado europeu. 

  • A empresa abandonou projetos “que têm menos chance de serem concretizados devido às novas condições estabelecidas” pelo governo Trump, segundo o CEO da companhia, Werner Ponikwar.

Fusões e aquisições. O Cade aprovou, sem restrições, a aquisição de parte dos ativos de geração distribuída da Raízen pela Thopen Energia. O aval publicado no DOU desta quarta (13) envolve “até 13 sociedades por ações ou limitadas”, detentoras das usinas.

COP30 como vitrine. Pesquisa da CNI indica que a maior parte dos industriais brasileiros está apostando na cúpula climática de Belém como uma oportunidade para fortalecer sua imagem no exterior, ampliando o protagonismo do país como fornecedor de soluções de baixo carbono. Energias renováveis, hidrogênio verde e biocombustíveis são alguns exemplos.

Exploração em terra indígena. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou em pouco mais de um minuto, nesta quarta-feira (13/8), o PL 6050/2023, que autoriza a exploração de atividades econômicas em terras indígenas. 

  • O texto que cria regras para atividades como mineração, exploração de petróleo e gás natural, entre outras, nesses territórios ainda precisa ser analisado por outras comissões.

Opinião: A sonegação cria um ambiente competitivo desleal, pressionando os agentes que cumprem suas obrigações fiscais a reduzir artificialmente os preços para se manterem no mercado, escrevem os advogados do Lefosse, Felipe Boechem, Marcelo Ribeiro e Rafael Martins.

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