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New Fortress estima demanda superior a 8GW em leilão de reserva de capacidade

Empresa vê oportunidade em declínio da produção da Bolívia para atendimento de térmicas com GNL

New Fortress Energy (NFE) estima demanda superior a 8GW em leilão de potência, para reserva de capacidade. Na imagem: Terminal Gás Sul (TGS), da New Fortress, na Baía de Babitonga, em Santa Catarina (Foto: Divulgação NFE)
Terminal Gás Sul, da New Fortress, na Baía de Babitonga, em Santa Catarina (Foto: Divulgação NFE)

RIO – A New Fortress Energy (NFE) estima que o leilão de reserva de capacidade, em consulta pública e previsto para 30 de agosto, terá uma demanda de mais de 8 GW de potência termelétrica e espera assegurar o fornecimento de gás natural para 3,2 GW.

Vê oportunidade em projetos próprios e de terceiros, em térmicas novas e existentes que poderão ser atendidas com gás natural liquefeito (GNL). O otimismo passa pelo cenário de declínio da produção na Bolívia.

Para isso, conta com a conexão do Terminal Gás Sul (TGS) ao gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). A planta, inaugurada este mês em Santa Catarina, foi construída sob risco, sem um grande contrato âncora.

“Esperamos poder contratar mais de 3 GW no leilão e realmente centralizar em torno do nosso terminal toda uma nova estratégia de fornecimento de energia na região Sul do Brasil”, comentou o diretor-geral da NFE, Andrew Dete, em teleconferência com investidores, nesta segunda (25/3), para falar dos planos da companhia para o Brasil.

Declínio da produção de gás da Bolívia

A empresa acredita que as restrições de oferta na região Sul, sobretudo com o declínio da produção da Bolívia, gerarão oportunidades para o GNL importado – como a oferta de produtos flexíveis para termelétricas.

Isso porque o leilão de reserva de capacidade de 2024 foi desenhado com o objetivo de contratar termelétricas 100% flexíveis que consigam ser acionadas rapidamente a qualquer momento, em tempo real, para atender às variações instantâneas da demanda.

Este é o 2º leilão de potência da história, mas a concorrência deste ano traz novidades que – fora a inclusão das hidrelétricas na disputa – mexem com a dinâmica da oferta de gás.

“Se você possui gás offshore no Brasil, normalmente precisa encontrar uma carga de base para isso. O que podemos fazer com nosso terminal é que podemos ter fornecedores de carga de base, mas também podemos ter fornecedores de capacidade de reserva como este e o GNL realmente adiciona uma flexibilidade ao mix energético geral no Brasil que não existia antes”, disse Dete.

O leilão vale tanto para térmicas novas quanto para usinas já existentes. Os prazos para projetos desenvolvidos do zero são desafiadores.

A licitação terá três produtos, sendo dois deles voltados para térmicas:

  • Contratos de sete anos (novidade do leilão), com em 1º de julho de 2027 (prazo viável, basicamente, para usinas já existentes);
  • Contratos de 15 anos e entrega em 1º de janeiro de 2028.

O mercado ainda aguarda a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) definir a potência a ser contratada. A principal novidade da licitação deste ano é que o governo incluiu as hidrelétricas na disputa.