RIO – A New Fortress Energy está empenhada em assinar novos contratos de fornecimento de gás natural no Brasil e iniciar a operação dos terminais de regaseificação de Barcarena (PA) e Baía de Babitonga (SC) entre o fim deste ano e início do ano que vem, disse o diretor Financeiro da companhia, Christopher Guinta.
O plano original da NFE era iniciar as operações dos dois ativos no primeiro semestre de 2022, mas os projetos atrasaram em meio às mudanças no mercado global de gás natural liquefeito (GNL) após a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O conflito alterou os fluxos comerciais e de investimentos em direção à Europa – que busca reduzir a sua dependência do gás russo.
A New Fortress informou nesta terça (8/8), durante teleconferência com analistas e investidores, que o terminal de Barcarena está “mecanicamente completo” e que o ativo deve começar a operar no quarto trimestre.
O terminal de Barcarena está ancorado na demanda da Norsk Hydro e numa térmica de 630 MW – prevista apenas para 2025. O fornecimento à refinaria de alumina deve começar este ano.
NFE negocia com mais quatro clientes no Pará
“Existem outros quatro clientes, um pouco menores que a Norsk Hydro, mas ainda significativos para nós, que podem se conectar ao nosso gasoduto. Esperamos fechar acordos com esses agentes nos próximos meses”, afirmou Guinta.
Ele citou que, inicialmente, a Norsk Hydro consumirá gás no processo de refino de alumina, para calcinação e para acionar as caldeiras.
“Mas há muito mais crescimento que podemos fazer com eles, tanto no lado do processo quanto no lado da energia”, comentou o diretor da NFE.
Ao contrário de Barcarena, um projeto isolado da malha de gasodutos de transporte do país, o terminal de Baía de Babitonga (SC) nascerá conectado ao Gasbol, operado pela Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). A planta de GNL de Santa Catarina deve começar a operar no primeiro trimestre de 2024.
“Isso nos dá uma série de oportunidades que estamos buscando, basicamente, entre agora e o final do ano para vender gás para clientes no gasoduto, para vender serviços para algumas das empresas de gasodutos [as transportadoras], para quem está procurando balanceamento de dutos e outros tipos de serviços de capacidade que podemos fornecer”, disse Guinta.
O executivo vê potencial também para fornecimento de gás para usinas de geração.
“Estamos realmente acelerando nossa atividade comercial em torno de uma conclusão mecânica, assinando contratos nos próximos meses e colocando esse ativo online no primeiro trimestre de 2024”, completou.
Em Santa Catarina, a demora da New Fortress Energy para definir um supridor de GNL gerou insatisfações no mercado local.