Combustíveis e Bioenergia

Mudança na Petrobras vira pauta para presidenciáveis

Pré-candidatos criticam demissão na Petrobras; Bolsonaro classificou de “rotina"

Adriano Pires, indicado por Jair Bolsonaro para a presidência da Petrobras, em audiência pública no Senado com o ex-ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o senador  Tasso Jereissati (PSDB-CE). Foto: Edilson RodriguesAgência Senado
Adriano Pires, indicado por Jair Bolsonaro para a presidência da Petrobras, em audiência pública no Senado com o ex-ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Foto: Edilson RodriguesAgência Senado

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Não foi apenas o mercado que repercutiu, nessa terça (29/3), a troca do general Joaquim Silva e Luna pelo consultor Adriano Pires no comando da Petrobras, promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A mudança foi a ordem do dia de pré-candidatos à Presidência.

— Todos foram críticos à substituição, mas com diferentes argumentações. Exceto, claro, Bolsonaro, que disse ser “coisa de rotina, sem problema nenhum” a troca na presidência da estatal, segundo a Reuters.

— Líder nas pesquisas, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva criticou Adriano Pires. Culpou Bolsonaro e o comando da Petrobras pelos preços dos combustíveis. E defendeu repartir seu lucro com a população. “Uma empresa do porte da Petrobras precisa ter lucro. Nunca defendi que ela fosse deficitária. Mas é preciso repartir esse lucro com quem é responsável por ela, que é o povo brasileiro”, disse, em encontro com petroleiros da Federação Única dos Petroleiros (FUP).  Poder 360

— Defensor da privatização da Petrobras, o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro disse que a troca é uma “cortina de fumaça” para o preço dos combustíveis. “A resposta para as dificuldades dos brasileiros está na volta do crescimento econômico, com inflação controlada e juros baixos. Factóides e instabilidade nada resolvem.”

Ciro Gomes não falou diretamente sobre a mudança, mas aproveitou o episódio para criticar Lula, que teria implantado a “governança corporativa da ladroeira” na Petrobras, e Sergio Moro, a quem chamou de “pilantra, que trocou os pés pelas mãos” na operação Lava Jato.

— Já a senadora Simone Tebet disse que é preciso investigar os reais motivos para a troca no comando da Petrobras. “O general [Silva e Luna] assumiu o lugar de Castello Branco em abril do ano passado com a alegação do mesmo motivo: a alta nos preços dos combustíveis. Naquela ocasião, devido à pandemia. Mas o que há por trás disso e quais são os reais motivos? Precisamos investigar.”

Pires não revela clientes A lista de clientes do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), do qual Adriano Pires é fundador e sócio-diretor, não é informada em nenhum endereço público. Indagados pelo colunista Rubens Valente, do UOL, tanto o consultor quanto a entidade se recusaram a fornecê-la, alegando “período de silêncio”.

Fusão entre Petrobras e Eletrobras O senador Jean Paul Prates (PT/RN) propôs, nessa terça (29/3), a fusão de Petrobras e Eletrobras em uma única empresa de energia, que potencialize, por meio da exploração de hidrocarbonetos, a tecnologia de energias sustentáveis. Para Prates, que citou a norueguesa Equinor como exemplo, a nova empresa seria uma espinha dorsal da atividade energética, em sinergia e parceria com a iniciativa privada. Agência Senado

Petróleo cai com diálogo entre Rússia e Ucrânia e lockdown na China O preço do petróleo caiu nessa terça (29/3), após progressos nas negociações entre Rússia e Ucrânia e confinamentos na China. Foi a segunda sessão consecutiva de queda.

— O Brent para entrega em maio caiu 2%, para US$ 110,23 o barril, e o WTI para o mesmo mês caiu 1,62% para US$ 104,24 o barril. AFP

Mundo precisa de US$ 5,7 tri por ano até 2030 em transição energética O World Energy Transitions Outlook 2022 da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, sigla em inglês) diz que será necessário investir US$ 5,7 trilhões por ano até 2030 em transição energética. O relatório foi lançado nessa terça (29/3).

— A cifra inclui o imperativo de redirecionar US$ 0,7 trilhão anualmente para longe dos combustíveis fósseis para evitar ativos ociosos.

— Investir na transição vai adicionar 85 milhões de empregos em energias renováveis e outras tecnologias de baixo carbono entre hoje e 2030, afirma o relatório. Superaria em muito as perdas de 12 milhões de postos nas indústrias de combustíveis fósseis.

Maior avião comercial do mundo decola com 100% de SAF A Airbus estreou na semana passada o primeiro A380, o maior avião comercial do mundo, capaz de voar usando apenas combustível sustentável de aviação (SAF). O voo foi abastecido com 27 toneladas de SAF, fornecidas pela TotalEnergies.

— A aeronave de teste decolou do Aeroporto de Blagnac, em Toulouse, França, às 08h43 do dia 25 de março. O voo durou cerca de três horas, operando um motor Rolls-Royce Trent 900 com 100% de SAF.

— É o terceiro modelo da Airbus a voar com 100% de SAF em 12 meses. O primeiro foi um Airbus A350, em março de 2021, seguido por um A319neo, em outubro.

Geração distribuída atinge 10 GW no Brasil A geração própria de energia atingiu nessa terça (29/3) a marca de 10 GW de potência instalada no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD). A associação aponta para o ritmo acelerado de instalações no 1º trimestre, com a adição de 1 GW em 67 dias.

— A expectativa da ABGD é que o país ultrapasse 15 GW até o final de 2022.

Hydro capta US$ 200 milhões atrelados à meta ESG A Alunorte, controlada pelo grupo norueguês Hydro, levantou US$ 200 milhões em um financiamento atrelado a critérios ESG para utilizar na substituição de combustíveis fósseis por gás natural em sua fábrica em Barcarena (PA). A operação, coordenada pelo Citi Brasil, condiciona o custo financeiro à redução de emissões de CO2 da companhia. Valor

BYD e Shell fecham cooperação para transição energética A fabricante de veículos chinesa BYD e a Shell assinaram um acordo de cooperação estratégica para promover a transição energética e melhorar a experiência de carregamento para os usuários de veículos elétricos puros e híbridos plug-in da marca. A parceria terá início na China e na Europa, com planos de expansão às demais regiões do mundo.

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