BRASÍLIA — Após crescer quase 30% em 2023 e faturar R$ 239 milhões, a comercializadora de energia do grupo Migratio pretende faturar R$ 300 milhões em 2024, fechando o ano com mais de 600 clientes em carteira, dos quais 500 no mercado varejista.
Em abril, a Migratio Energia completou doze anos, com mais de 200 MW médios em transações no mercado livre de energia e cerca de 250 clientes. Até o final do ano, a meta é comercializar 215 MW médios.
Com a abertura do ambiente de contratação livre para todos os consumidores do grupo A, independentemente da demanda por eletricidade, a empresa com sede em Limeira (SP) está fazendo um esforço para captar também os contratos menores, de média tensão, conta o sócio-diretor e fundador, Hélio Lima.
“A abertura diversificou muito os clientes. Antes era muito mais a indústria. Agora, no varejista, o que a gente vê é uma série de hospitais, igrejas, lanchonetes, escolas, faculdades, ou seja, uma série de segmentos que podem migrar, estão migrando, e a gente está apostando muito nisso”, explica em entrevista à agência epbr.
Só nos três primeiros meses de 2024, o braço varejista migrou mais de 100 clientes. Segundo Lima, a intenção é aproveitar o momento em que a energia está competitiva para levar ao cliente uma economia que pode chegar a 20% ao ano.
O Grupo A tem cerca de 202 mil unidades consumidoras, principalmente empresas, que recebem energia em média e alta tensão. Dessas, mais de 40 mil já estão no mercado livre de energia, de acordo com a Aneel.
Em março, a agência reguladora divulgou que pouco mais de 19 mil companhias haviam informado às distribuidoras de energia que iriam migrar para o ambiente de contratação direta. A grande maioria (95%) é formada por unidades consumidoras com demanda inferior a 500 kW, beneficiadas pela mudança de regra.
Agenda ESG
O foco da Migratio é a gestão de consumidores e geradores de energia. Mas o grupo também atua na comercialização de gás natural e de biometano, na geração de energia por meio de biogás e biomassas e no desenvolvimento de projetos para a produção de hidrogênio e amônia verdes – estes dois últimos em busca de investidores.
Lima observa que o atributo ambiental já tem um peso grande nas decisões dos clientes, com a agenda ESG (sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e governança) ganhando cada vez mais espaço nas estratégias de negócios.
“Muitos dos produtos que a gente comercializa no varejista incluem os I-RECs (certificados de energia renovável reconhecidos internacionalmente) e muitos clientes usam esses I-RECs nos seus relatórios de sustentabilidade”.
Ele cita como exemplo supermercados que usavam geradores a diesel e que, com a migração, além da economia com o combustível e redução nos gastos com a conta de eletricidade, passaram a contar com energia certificadamente renovável.