México elege novo presidente no domingo discutindo sua reforma energética

Lópes Obrador é o favorito na corrida eleitoral

No próximo dia 1º, mais de 89 milhões de eleitores do México irão às urnas para escolher o novo presidente do país. No total, serão 3,4 mil cargos, entre eles, representantes do Congresso, nove governadores, além de representantes executivos e legislativos nos estados e nos municípios. Os temas que dominam as campanhas são a violência cristalizada pelo narcotráfico e infiltrada em diferentes setores, a imigração e a relação com os Estados Unidos.

No país, não há segundo turno. A disputa presidencial tem quatro candidatos. O vitorioso cumprirá mandato de cinco anos e 10 meses. Estão na corrida presidencial Andrés Manuel López Obrador (coligação Morena-PT-PES); Ricardo Anaya (PAN-PRD-MC); José Antonio Meade (PRI, PVEN, Panal) e Jaime Rodriguez Calderón, ‘El bronco’ (independente).

A única candidata mulher era a independente Margarita Zavala, que abandonou o processo em maio. Ela é casada com o ex-presidente Felipe Calderón.

Favoritismo

O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador tem aparecido nas pesquisas como o favorito dos eleitores. Aos 64 anos, chamado por suas iniciais AMLO, o político veterano é ex-prefeito da Cidade do México (capital). Essa é a terceira vez que López Obrador tenta chegar ao governo federal.

Por aqui, publicamos um paralelo entre Ciro Gomes e o mexicano López Obrador. Assim como Brasil e México têm muito em comum, inclusive quanto a recente atração de capital privado para o setor de petróleo, Ciro e López se alinham em seus discursos, ambos em campanhas de oposição, para suceder governos altamente impopulares.

A Eurásia publicou nesta sexta-feira um mini-perfil do favorito para levar as eleições no Mexico. Para a consultoria política, a Améria Latina terá um novo líder politico com a eleição de ALMO. Veja abaixo alguns pontos levantados pela consultoria. 

Quem é o AMLO?

“Amigo trabalhador”:  primeiro presidente esquerdista do México desde os anos 1930. Seu apoio é mais forte no sul rural pobre do país, uma região que ele promete revitalizar, e no reduto progressista-esquerdista da Cidade do México. Ao longo dos anos, AMLO, 64 anos, cultivou uma imagem como um funcionário público modesto, honesto e trabalhador. Essa imagem, mais do que qualquer proposta de política, define seu apelo.

O Executivo Capaz: Como prefeito da Cidade do México (2000-2006), a AMLO construiu uma reputação como líder focado em resultados.  Se mostrou disposto a trabalhar com opositores políticos para expandir as proteções de aposentadoria, construir estradas para facilitar o trânsito e restaurar a infraestrutura degradada do centro da cidade.

O político determinado: esta é a terceira corrida eleitoral para presidente de AMLO. Depois de perder em 2006 por menos de um por cento dos votos, ele acusou seu oponente de fraude, e seus partidários ocuparam o centro da capital por vários meses. Em 2012, ele perdeu novamente.  Está agora finalmente à beira da vitória.

O pragmático: embora ele queira que o Estado dite o papel dos atores públicos e privados na economia,  AMLO tem trabalhado duro para convencer os mexicanos de que ele não é um radical ao estilo Hugo Chávez. Ele diz lutar contra uma elite política corrupta, mas diz que não aumentará impostos nem confiscará terras. Após a eleição de Trump,  AMLO publicou um livro chamado “Listen, Trump”, que incluía uma passagem que comparava as descrições de mexicanos por Trump com descrições nazistas de judeus. Mas, ciente de que o México precisa de boas relações com os EUA, desde então ele adotou uma abordagem mais cautelosa e, segundo relatos, trabalhou nos bastidores para construir laços com conselheiros de Trump. AMLO não ficará em silêncio se Trump atacar, mas é improvável que ele dispare o primeiro tiro.

Quem também está na disputa?

O segundo colocado nas pesquisas é o conservador Ricardo Anaya, 39 anos, representante do Partido Ação Nacional (Pan). Conhecido pela juventude, oratória e memória, Anaya liderou a Câmara dos Deputados de 2013 a 2014. Ele enfrenta acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, mas nega as denúncias.

Em terceiro lugar nas pesquisas está Antonio Meade, 49 anos. Economista e advogado, o candidato da situação, apoiado pelo presidente Enrique Peña Nieto (PRI), enfrenta a baixa popularidade do presidente que o apoia e o desgaste da legenda, após décadas no poder e denúncias de corrupção.

Eleição Unificada

Além do presidente da República e nove governadores dos 32 estados, os eleitores votarão para Executivo e Legislativo federal, estadual e municipal. No total, serão escolhidos 500 deputados e 128 senadores.

Na Câmara, 300 deputados serão escolhidos de maneira direta – um representante para cada distrito. Os 200 deputados restantes serão eleitos proporcionalmente, chamados no país de deputados plurinominais.

Os deputados eleitos por maioria relativa são aqueles que terão o nome na cédula eleitoral como opção. Os deputados plurinominais são aqueles apontados em listas dos partidos – 40 nomes por região, sendo ao todo cinco distritos (regiões) eleitorais no país.

No Senado, dos 128 representantes, 96 serão eleitos diretamente, sendo 3 para cada um dos 32 estados (ou entidades). Os 32 senadores restantes também são chamados de plurinominais e são apresentados pelos partidos em uma lista nacional.

Os deputados e senadores eleitos terão mandatos de seis anos, iniciados em setembro.