Segundo o gerente de Desenvolvimento de Negócios de Descarbonização da Wärtsilä, Lucas Correa, a companhia finlandesa já está recebendo pedidos de equipamentos marítimos para atender a demanda na instalação de parques eólicos offshore no Brasil.
“Começamos a receber alguns pedidos aqui no Brasil de armadores e estaleiros querendo antecipar uma possível demanda. Estamos precificando embarcações seja para suporte e instalação das torres seja embarcações mais complexas“, disse nesta quarta (28/6), na offshore week 2023 do estúdio epbr.
“Estamos caminhando para, em um futuro breve, começar a ver projetos se tornando realidade”, afirmou.
Para Correa, a sinergia entre as indústrias de eólicas offshore e de óleo e gás trará benefícios para o Brasil, como o ganho de maior competitividade.
“Entendemos que os armadores que operam em embarcações de óleo e gás serão os mesmos que darão suporte para o desenvolvimento da indústria de eólicas offshore”, explicou.
A indústria está engajada na discussão sobre o desenvolvimento da geração de energia renovável por eólica offshore no Brasil. Em contrapartida, ainda não existe regulamentação para orientar essa produção, analisou o gerente.
“Alguns players estão entrando na discussão, mas ainda carecemos de um [marco] regulatório forte para começar esse desenvolvimento”.
No Congresso Nacional, tramita O PL 576/2021, já aprovado no Senado. O texto é de autoria do atual presidente da Petrobras e ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, Jean Paul Prates.
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Planos para descarbonização
A empresa está mirando soluções mais limpas para atender às regulamentações estabelecidas pela Organização Marítima Internacional (IMO), que tem como meta a redução em, pelo menos, 50% das emissões de CO2 até 2050.
Hoje, o transporte marítimo responde por cerca de 3% das emissões totais de gases de efeito estufa.
O gerente acredita que, para o futuro, o etanol também será uma alternativa para essa indústria. E adiantou que a empresa tem planos de testar um motor movido a etanol como combustível marítimo em setembro deste ano.
“A Wärtsilä discute diversas possibilidades com o mercado. A gente vai testar em setembro, na Finlândia, uma plataforma nossa a etanol. Vamos ter um motor marítimo que vai funcionar com blend de etanol e diesel”, declarou.
“Estamos liderando muitas discussões que o mundo está começando a se movimentar a respeito”, comentou.