Gás Natural

Mercado global vive boom de projetos de FLNG, destaca Wood Mackenzie

Até 2026, novos projetos, de quase 25 milhões de toneladas/ano, estarão operacionais

Mercado mundial vive boom de projetos de FLNG (liquefação embarcada), destaca Wood Mackenzie. Na imagem: FLNG Satu, 1º projeto de liquefação embarcada da Petronas no Congo (Foto: Divulgação Petronas)
FLNG Satu, 1º projeto de liquefação embarcada da Petronas no Congo (Foto: Divulgação Petronas)

RIO – O interesse do mercado global de gás natural liquefeito (GNL) em projetos de liquefação embarcada (FLNG) está de volta, após anos de estagnação. A consultoria Wood Mackenzie vê um boom de novos empreendimentos do tipo, sobretudo na África, nos próximos anos.

Somente em 2022, foram sancionados novos projetos que somam 8,5 milhões de toneladas/ano de capacidade de liquefação, no mundo.

De acordo com a Wood Mackenzie, embarcações de 12,5 milhões de toneladas/ano estão atualmente em construção. Até 2026, novos projetos, de quase 25 milhões de toneladas/ano, estarão operacionais.

A consultoria destaca, em relatório recente sobre o assunto, que as primeiras experiências do mercado de FLNG foram conturbadas, mas que o setor colheu lições aprendidas – sobretudo em relação a excessos de custos, atrasos em projetos e confiabilidade.

“Depois de um início hesitante, o FLNG está provando ser uma opção de comercialização confiável”, afirma Fraser Carson, analista sênior de pesquisa de gás da Wood Mackenzie.

“A utilização das instalações de FLNG em Camarões e na Malásia tem sido forte durante o último ano, com as unidades produzindo perto ou acima de 100% da capacidade disponível”, completou.

Crescimento virá da África

O relatório da Wood Mackenzie cita a África como o centro do atual boom de projetos de FLNG.

O conceito de liquefação embarcada permite a países ricos em gás – mas sem uma demanda interna forte o suficiente para absorver as reservas – exportar o GNL.

Carson destaca que projetos de FLNG estão menos expostos a riscos como conflitos armados e sabotagem de infraestruturas.

Dentre os novos empreendimentos do tipo, no continente africano, estão investimentos da Eni e Perenco no Congo e Gabão, respectivamente. Outros países com projetos em avaliação são a Nigéria e Moçambique.

“Apesar da perspectiva otimista, a FLNG apresenta riscos”, ressalva Carson.

“Estimamos que até 20 milhões de toneladas por ano de nova capacidade de FLNG serão sancionadas nos próximos dois anos e isso será desenvolvido principalmente em mercados onde há preocupações com aumentos de custos, atrasos na programação e riscos de segurança”, pontua.