Dentre os inúmeros desafios do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) para o ano de 2022, está o de coordenar as discussões sobre transição energética e mudanças climáticas do setor de óleo e gás (O&G).
Incluindo a disseminação de informações e mostrar que a indústria não se furta ao seu papel descarbonizador na transição energética, muito pelo contrário!
E participe dela, abraça a causa e se engaja nas ações e discussões.
Uma das frentes que o IBP lançou para o ano é capitanear as discussões e convergir ações e estratégias das empresas associadas para que efetivamente a indústria contribua com sua expertise, tecnologia e capacidade de gestão para uma nova economia de baixo carbono.
Mas sem perder de vista o aproveitamento das janelas de oportunidades na atração de investimentos para o Brasil, gerando riquezas, empregos, pesquisa & desenvolvimento e distribuição de renda para que a transição seja justa e inclusiva.
O Comitê de Transição Energética e a Comissão de Mudanças Climáticas, que formam a governança do IBP nessa área e que reúnem 35 empresas, duas instituições de governo e uma entidade da indústria, elencaram três projetos que formam a estratégia do IBP para a materialização da ambição do setor de óleo e gás no Brasil.
Essa ambição foi expressa no Posicionamento sobre Transição Energética em uma trajetória de descarbonização até 2050, publicado no final de 2021, por ocasião da COP26 e que se traduz em 6 pilares:
- Reduzir a intensidade de emissões de escopo 1 e 2 do E&P a um nível compatível com as melhores práticas globais do setor, levando a um padrão de emissões absolutas das operações próprias em linha com as metas climáticas, baseadas na ciência;
- Reduzir a intensidade de carbono nas atividades de refino, transporte e distribuição de combustíveis, com o objetivo de reduzir suas emissões absolutas até 2050;
- Melhorar o desempenho energético e de emissões das operações em toda a cadeia de valor;
- Fomentar a adoção de alternativas mais eficientes em carbono no cliente final, contribuindo para a redução das emissões do escopo 3;
- Investir em tecnologias de descarbonização para intensificar a remoção de carbono, contribuir para uma transição justa e desenvolver novos modelos de negócio dentro da agenda climática;
- Apoiar o desenvolvimento de um mercado de carbono economy-wide no Brasil.
Os três projetos que contribuirão para ambição e materialização desses seis pilares, são:
Impacto da precificação de carbono na competitividade do setor de óleo e gás no Brasil
Em parceria com a EOS Estratégia e Sustentabilidade, esse projeto visa gerar informações e análises robustas que permitam a construção do posicionamento do IBP em relação aos instrumentos de precificação de carbono, subsidiando o debate qualificado junto aos diferentes atores, na defesa dos interesses do setor de O&G de forma ética e em convergência com as demandas socioeconômicas do país.
Esse projeto é composto por cinco estudos específicos:
- Aprimoramento dos dados públicos de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do setor de O&G;
- Impactos macroeconômicos da precificação de carbono sobre o setor de O&G;
- Análise de novos instrumentos regulatórios e de incentivos ao setor de O&G no âmbito da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês);
- Subsídio às negociações atuais de regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris;
- Proposição de ações para o setor de O&G.
Roadmap de descarbonização — o setor de óleo e gás brasileiro em um contexto de Net Zero Carbon Emissions
Esse projeto será desenvolvido em parceria com Centro de Economia Energética e Ambiental (Cenergia), do Programa de Planejamento Energético (PPE) da COPPE/UFRJ.
O projeto irá avaliar o papel do setor de O&G brasileiro em um contexto de alcance de emissões líquidas nulas de GEEs por parte do país em 2050. Seus objetivos específicos são:
- Caracterizar as rotas tecnológicas capazes de prolongar a sobrevida do setor de O&G no Brasil;
- Estimar orçamentos de carbono considerando diferentes critérios de alocação para uma transição energética justa no mundo;
- Realizar a modelagem de cenários do papel do setor de O&G para o atendimento de metas nacionais, e do próprio setor, de emissões líquidas nulas de GEEs (ou de CO2) em 2050;
- Analisar o papel do setor de O&G para que o Brasil atinja emissões líquidas nulas de GEEs (ou de CO2) em 2050;
- Analisar as possibilidades para que o próprio setor de O&G brasileiro atinja emissões líquidas nulas de GEEs (ou de CO2) em 2050.
Inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa do setor de óleo e gás no Brasil
Esse projeto será desenvolvido em parceria com a WayCarbon, empresa de base tecnológica que atua para solucionar os desafios da sustentabilidade e que é referência em assessoria sobre mudanças globais do clima e desenvolvimento de estratégias e estruturação de negócios visando a ecoeficiência e a economia de baixo carbono.
Com isso, o IBP sai na frente no mapeamento das emissões da indústria de óleo e gás nacional o que permite aos tomadores de decisão traçar estratégias mais robustas e cientificamente embasadas na direção da transição energética e da descarbonização.
Relação dos Pilares de Transição Energética do IBP
Fernanda Delgado é diretora-executiva Corporativa e Carlos Victal é diretor de Sustentabilidade do IBP