Biocombustíveis

Mandato de biodiesel em discussão no CNPE

Mandato de biodiesel em discussão no CNPE
Reunião do CNPE nesta segunda (22) discutiu mistura obrigatória de biodiesel. Decisão deve ficar para quarta - Foto: Bruno Spada / MME

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Diálogos da Transição

eixos.com.br | 23/11/21
Apresentada por

Editada por Nayara Machado
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O Conselho Nacional de Política Energética discute desde ontem (22) qual será o mandato de biodiesel em 2022, quando acabam os leilões bimestrais.

A definição do percentual é urgente. Com a mudança no modelo de comercialização, produtores e distribuidoras precisam começar a firmar contratos de venda e compra do biocombustível para abastecer o país em janeiro e fevereiro, mas a demanda ainda é desconhecida.

Pelo cronograma atual, a mistura obrigatória do biocombustível ao diesel deveria estar em 13% (B13), e subir um ponto percentual em março do ano que vem.

Mas, na prática, ela ficou reduzida durante a maior parte do ano, sob a justificativa de impacto no custo do diesel vendido ao consumidor final.

No último leilão, realizado em outubro para abastecer o mercado em novembro e dezembro, o percentual obrigatório ficou em 10% (B10).

Há uma pressão de diversos elos da cadeia para que a mistura obrigatória continue no B10.

Alegando problemas de qualidade no biodiesel, relatados pelos principais usuários de diesel, os transportadores, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) pede a manutenção do teor de 10% de biodiesel “até verificação e validação positiva” de novos testes em motores do ciclo Diesel.

Também defende a entrada de novas rotas tecnológicas de combustíveis renováveis, como o diesel renovável. 

Mesma agenda da Anfavea (montadoras), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e Fecombustíveis (revenda).

O movimento preocupa produtores, que defendem a qualidade do produto e temem por uma quebra no setor caso o mandato retroceda e diesel renovável e biodiesel importado entrem na disputa pelo mercado, como querem os outros agentes.

Até o fechamento desta edição, o Ministério de Minas e Energia não respondeu ao pedido de posicionamento sobre o mandato ou quando o CNPE deve apresentar uma definição. O espaço segue aberto.

Emissão de CBios supera meta. No acumulado do ano até a segunda quinzena de novembro, o mercado somou a emissão de 26,67 milhões de créditos de descarbonização (CBios), superando em 7,1% a meta anual de emissões no âmbito do programa RenovaBio, de 24,9 milhões de títulos, aponta relatório do Itaú BBA.

“Houve uma boa recuperação e os preços médios das negociações na primeira quinzena se recuperaram e apresentaram tendências de alta, com valores fechando próximos da máxima do ano”, diz o banco.

Entretanto, o preço médio do crédito, que equivale a uma tonelada de carbono evitada, está em R$ 35,82, abaixo dos R$ 43,41 registrados no ano passado.

A emissão de CBios, por sua vez, somou 900 mil títulos na primeira quinzena do mês, ante 2,65 milhões de créditos emitidos em novembro de 2020.

A quantidade de títulos disponíveis é de 23,4 milhões. Do total, 75% estão nas distribuidoras, 24% nas produtoras e 1% em partes não obrigadas. O volume de CBios aposentados no acumulado do ano totaliza 6,1 milhões. Reuters

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Também aguardando uma definição, o mercado regulado de carbono brasileiro tramita na Câmara em regime de urgência.

Foi pautado no Plenário ao longo da última semana e o setor empresarial conta com mudanças no texto apresentado pela relatora, deputada Carla Zambelli (PSL/SP).

A matéria também foi apensada ao PL 290/2020, que trata da compensação ambiental da geração de energia elétrica e a certificação de créditos de carbono para empreendimentos de geração por fontes alternativas.

“O apensamento com o PL 290/20 prevê metas claras para o setor de energia, uma coisa que o PL 528/21 em si não traz ainda, deixa para regulamentação posterior pelo órgão que será criado para escrituração dos créditos e eventualmente pela regulamentação via decreto”, explica Pietro De Biase, advogado da área ambiental do Vieira Rezende Advogados.

Ele avalia o movimento para estabelecer metas no setor de energia como uma forma de “tentar reparar um pouco” as políticas do governo de incentivo às térmicas a carvão.

Preços de crédito de carbono na Austrália atingem alta recorde. Segundo a S&P Global Platts Analytics, um sentimento positivo pós-COP26 tem levado os preços a patamares recordes.

As unidades de crédito de carbono da Austrália, ou ACCUs, alcançaram um recorde de US$ 27,63/mtCO2e em 17 de novembro. Os preços subiram mais de 95% desde o início de julho, acompanhando a demanda global por créditos de carbono desde a segunda metade do ano.

O país tem expandido os tipos de projetos elegíveis para gerar ACCUs, abrangendo cada vez mais novas tecnologias e métodos. O governo também implementou políticas para simplificar as práticas de registro e comercialização para reduzir as barreiras de entrada no mercado.

Isso atrai agricultores locais para fornecer ACCUs de reflorestamento, sequestro de carbono do solo e outros métodos, dizem os analistas da Platts.

Crédito para hidrogênio nos EUA. Um crédito fiscal de dez anos no valor de até US$ 3 por quilo de hidrogênio limpo foi aprovado pela Câmara dos Estados Unidos na sexta (18) como parte do projeto de lei Build Back Better de Joe Biden.

Quanto mais limpo o hidrogênio produzido, maior o crédito tributário recebido pelos produtores. Um dos objetivos é tornar o H2 derivado de energia renovável mais barato do que o hidrogênio cinza, feito a partir de gás natural.

O plano de gastos de US$ 2 trilhões de Biden ainda precisa passar pelo Senado, onde as chances de aprovação ainda são incertas.

Uma característica central do projeto de lei é o aporte de mais de US$ 500 bilhões em medidas destinadas a abandonar a dependência de combustíveis fósseis, e os investimentos em hidrogênio constituem uma parte considerável desse total.

Enquanto isso… Joe Biden decidiu, enfim, liberar as reservas estratégicas de óleo dos EUA, para conter a escalada dos preços da commodity. Com a perspectiva de maior oferta, os preços recuaram nesta terça (23). A Casa Branca tem pressionado a OPEP+ para elevar a oferta e conter o choque que pressiona a inflação global.

Delta e BTG firmam acordo para SAF. A Delta Air Lines e o BTG Pactual anunciaram um acordo de combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês), o primeiro da Delta na América.

O uso do SAF representará uma redução nas emissões do ciclo de vida de aproximadamente 30 toneladas de CO2 das viagens aéreas, em comparação com o uso do combustível de aviação convencional.

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