RECIFE — Pesquisa da Johnson Controls divulgada nesta terça (10/5) mostra que 53% das empresas brasileiras estão interessadas em direcionar mais recursos para eficiência energética nos próximos 12 meses. O Brasil ficou em sétima colocação no ranking.
No mundo, o percentual de organizações que esperam aumentar os investimentos em eficiência energética, energia renovável ou tecnologia de edifícios inteligentes em 2022 sobe para 62%, indicando um retorno aos níveis pré-pandemia.
Os resultados fazem parte da 15ª Pesquisa Anual de Indicadores de Eficiência Energética, que coletou respostas de mil participantes em todo o mundo entre novembro e dezembro de 2021.
A pesquisa também constatou que as organizações ainda enfrentam desafios na hora de avançar com iniciativas de sustentabilidade em áreas-chave. Quase dois terços dos entrevistados afirmam que têm dificuldades em escalar sustentabilidade em edifícios, regiões geográficas ou unidades de negócios.
“Essa estratégia é fundamental para que as empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem. Tecnologias inovadoras de bombas de calor e ofertas Net Zero as a Service, são ferramentas cruciais para líderes que desejam ficar à frente dos desafios e oferecer novas oportunidades a seus negócios ou organizações”, afirma Katie McGinty, vice-presidente e diretora de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios na Johnson Controls.
Progresso global acelerou nos últimos cinco anos
O investimento planejado na geração ou armazenamento de energia cresceu significativamente em cinco anos, provavelmente em resposta à meta global de descarbonização e, como parte desse esforço, à eletrificação, afirma o estudo.
Mais de um terço dos entrevistados indicam intenção de substituir os equipamentos de aquecimento a combustíveis fósseis pela tecnologia de bombas de calor no próximo ano, um aumento de 7% em relação a 2021.
Estados Unidos e a Europa continuam liderando o planejamento de edifícios verdes. A maioria dos entrevistados que já possuem certificação de edifício verde e desejam ter um edifício dano zero em termos de energia ou carbono nos próximos dez anos está nos Estados Unidos.
Já a Europa teve o maior número de entrevistados que planejam obter a certificação de edifício verde, enquanto o Reino Unido lidera na quantidade de organizações que estabeleceram metas públicas de redução de energia/carbono — com 46% de metas estabelecidas.
Dos países pesquisados, o Reino Unido, a França e o Japão têm o maior número de entrevistados que esperam aumentar os investimentos em eficiência energética, energia renovável ou tecnologia de edifícios inteligentes no próximo ano.
Barreiras para escalar os esforços de sustentabilidade
As principais barreiras apontadas pelos entrevistados para corrigir o curso das mudanças climáticas são:
- Falta de recursos para financiar as melhorias (25%) ou a incerteza quanto ao retorno do investimento (23%).
- Mais da metade dos entrevistados apontou a falta de tecnologia como um dos obstáculos aos esforços de escalonamento da sustentabilidade.
- Globalmente, estas barreiras permaneceram praticamente as mesmas há cinco anos, ressaltando a oportunidade de catalisar ações aceleradas por meio de soluções inovadoras como o “Net Zero as a Service” da Johnson Controls, que permite a descarbonização sem capital inicial e com despesas operacionais reduzidas
Investimento em eficiência precisa triplicar até 2030
Políticas governamentais devem ajudar a aumentar o investimento em eficiência energética em 10% em 2021, para quase US$ 300 bilhões. No entanto, para ser consistente com os níveis previstos no cenário de emissões líquidas zero até 2050 da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), o investimento anual geral precisaria triplicar até 2030.
Ganhos em eficiência estão retornando aos níveis pré-pandêmicos, mas permanecem bem abaixo do ritmo necessário para descarbonização do setor de energia.
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Falta política. A IEA diz que os governos precisam liderar a mobilização desse investimento, como programas centrais para financiar (ou subsidiar) renováveis. O ideal é que a média fosse de 4% ao ano entre 2020-2030.
O relatório observa que os governos aumentaram os programas existentes de eficiência, mas há ainda um potencial substancial inexplorado em economias emergentes. Os países ricos investem mais, mas os pobres têm mais a ganhar.
Além de políticas de eficiência energética bem desenvolvidas, como padrões de eletrodomésticos — que em alguns países têm evitado o uso de eletricidade equivalente à geração total de energia eólica e solar — o relatório também destaca o papel cada vez mais importante das tecnologias digitais no futuro da eficiência energética.