A maior turbina eólica offshore do mundo entrou em operação na China, de acordo com anúncio feito pela Mingyang Smart Energy, nesta quarta (19/7).
A turbina MySE 16-260 tem capacidade de geração de 16 megawatts (MW), e conta com um rotor de 260 metros de diâmetro. Está instalada no parque Mingyang Yangjiang Qingzhou 4, no Mar do Sul da China.
Com isso, ela ultrapassa o modelo GWH252-16MW, da também chinesa Goldwind, que possui capacidade de 16 MW, mas um rotor um pouco menor, com 252 metros de diâmetro.
O modelo da Goldwind também começou a operar nesta quarta, no parque offshore de Fujian, operado pela China Three Gorges Corporation.
A turbina da Mingyang pode produzir 67 milhões de quilowatts-hora (kWh) de energia anualmente, o suficiente para o uso de 80 mil residentes, reduzindo o CO2 em 56 mil toneladas, de acordo com companhia.
Já o modelo da Goldwind será capaz de gerar mais de 66 milhões de kWh de eletricidade limpa anualmente, atendendo às necessidades anuais de consumo de eletricidade de 36 mil residências de três membros, afirma a empresa.
Isso significa uma economia de cerca de 22 mil toneladas de carvão, e redução de 54 mil toneladas de emissões de carbono.
A companhia, inclusive, planeja investir até R$ 150 milhões em uma fábrica de turbinas eólicas no complexo portuário do Pecém, no Ceará, de olho no potencial de geração offshore do estado — que possui mais de 58 GW em projetos em licenciamento junto ao Ibama.
Mais uma gigante a caminho
Na corrida pela expansão na capacidade de geração eólica no alto mar, mais uma chinesa entra na disputa. A CSSC Haizhuang, da China State Shipbuilding Corporation, lançou, em dezembro do ano passado, uma turbina com capacidade de 18MW, e 260 metros de rotor.
De acordo com a CSSC Haizhuang, mais de 80% dos componentes da turbina vêm de empresas chinesas.
Para se ter uma ideia, as concorrentes ocidentais, como Siemens Gamesa e Vestas, contam com projetos de turbinas em torno de 14 MW e 15 MW, respectivamente.
Eólica offshore nos planos de descarbonização da China
As eólicas offshore ocupam um papel importante na estratégia chinesa para cumprimento das metas climáticas, de alcançar o pico de emissões de carbono até 2030.
“Espera-se que o domínio chinês do setor eólico offshore global em rápida expansão se aprofunde ainda mais este ano, com planos de expansão que devem continuar em ritmo acelerado”, explica Luo Zuoxian, chefe de inteligência e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Desenvolvimento da Sinopec.
A China instalou mais de dois terços de toda a nova capacidade eólica offshore adicionada globalmente em 2022, de acordo com o último relatório anual publicado pelo órgão da indústria World Forum Offshore Wind (WFO).
Dos projetos baseados no mar de 9,4 GW concluídos em 2022, cerca de 70% (6,8 GW) estavam na costa chinesa, disse a WFO.
As instalações em águas internacionais devem atingir 18,4 GW em 2023, com a China respondendo por “mais da metade” desse total, e então subirão para 45,7 GW até o final da década.
*Com informações da agência de notícias oficial da China