O empreendimento da Arábia Saudita, NEOM Green Hydrogen Company (NGHC), anunciou a captação de US$ 8,4 bilhões em investimentos, de instituições financeiras locais e internacionais, para a instalação da maior fábrica de hidrogênio verde do mundo, segundo a companhia.
A empresa — uma joint venture entre ACWA Power, Air Products e NEOM — contará com até 4 GW de energia solar e eólica para produzir até 600 toneladas por dia de hidrogênio verde até o final de 2026, na forma de amônia verde.
A planta será instalada em Oxagon, na região de NEOM — megalópole futurista que está sendo construída na Arábia Saudita.
A iniciativa da NGHC é parte dos esforços do Fundo de Desenvolvimento Industrial Saudita (SIDF) e do Fundo Nacional de Infraestrutura (NIF), para promover soluções verdes e sustentáveis no país.
Empreendimento também está alinhado com a Visão 2030 da Arábia Saudita, que pretende aumentar a participação das exportações não petrolíferas no PIB de 16% para 50% até o final da década, e aumentar a receita de fontes não petrolíferas do país de US$ 44 bilhões para US$ 266 bilhões até 2030.
“Tenho o prazer de anunciar que a NGHC, juntamente com nossos três parceiros ACWA Power, Air Products e NEOM, alcançou outro marco significativo em nosso projeto, ao alcançar o fechamento financeiro da maior usina de hidrogênio verde do mundo com 23 bancos e empresas de investimento”, disse o CEO da NGHC, David Edmondson.
Amônia verde para Europa
A empresa ainda anunciou um contrato de exclusividade por trinta anos com a Air Products, para comercialização de toda a amônia verde produzida. A Air Products também será responsável pela construção da planta, em um acordo que envolve US$ 6,7 bilhões.
A produção olha para a exportação da amônia verde. Especialistas não descartam a possibilidade de um gasoduto que conecte o projeto ao Norte da África e posteriormente à Europa.
“A produção e exportação de amônia verde apoia a descarbonização desses transportes pesados e setores industriais e economizará para o mundo cerca de cinco milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano”, afirmou o CEO da Air Products, Seifi Ghasemi.
O próprio ministro da energia da Arábia Saudita, príncipe Abdul Aziz bin Salman, afirmou recentemente, durante a Cúpula Mundial do Hidrogênio em Roterdã, que Países Baixos e Alemanha seriam “parceiros naturais” no comércio de hidrogênio verde saudita.
“Roterdã seria nosso hub para a Europa”, disse o príncipe. “Vocês estão construindo instalações, construindo armazéns e oleodutos, vocês têm um plano”.