BRASÍLIA – Após recomendar a suspensão do lote 2 do próximo leilão de transmissão, o Ministério de Minas e Energia (MME) pretende incluir as obras no Rio Grande do Sul para o certame a ser realizado no segundo semestre de 2025.
A decisão de retirar o lote 2 foi comunicada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O diretor Fernando Mosna falou sobre o ofício enviado pelo MME na reunião da agência, nesta terça-feira (31/7).
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) fez um estudo sobre interferências na mancha de inundação de 2024 com as obras previstas no leilão.
Essas informações fizeram o MME tomar a decisão de adiar a negociação desses trechos, para evitar riscos de implantação e problemas operacionais relacionados a eventos climáticos.
O lote 2 incluía linhas de transmissão nas cidades de Ivoti, São Sebastião do Caí, Caxias e Campo Bom, além de duas subestações de 230 kV/138 kV que seriam instaladas em São Sebastião do Caí e em Ivoti.
A pasta acredita que os estudos para reavaliar os traçados das linhas de transmissão e das localizações das subestações estejam prontos até o fim deste ano, mas as obras só serão licitadas no ano que vem.
Segundo o MME, as obras do Leilão de Transmissão 2/2024 estão dentro do Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (POTEE).
Sobre o leilão
A Agência Nacional de Energia Elétrica previa investimentos de R$ 4,06 bilhões, com obras que passariam pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A previsão era construir 848 quilômetros de linhas de transmissão, com capacidade de transformação de 1.750 MVA. As obras gerariam 10,8 mil empregos.
Embora tenham sido licitados R$ 74,2 bilhões em investimentos para a transmissão de energia, as obras dos leilões realizados em 2022, 2023 e 2024 ainda não começaram.
Os licenciamentos ambientais ainda não saíram, em meio a problemas na estrutura do Ibama. Mesmo antes da greve dos servidores, iniciada em 1° de julho, já havia atrasos ocasionados pela falta de pessoal.
A greve durou apenas três dias, graças à decisão monocrática do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), emitida em 4 de julho.
O setor de transmissão de energia segue preocupado com os atrasos nas obras.