O BNDES disponibiliza a partir de quarta (17) o Programa de Apoio ao Setor Sucroalcooleiro (BNDES PASS), a linha de financiamento garantida por estoques de etanol, anunciada na primeira semana de junho.
“A linha está alinhada com o mercado. Os feedbacks que o banco está tendo estão sendo muito positivos. Esperamos ter uma demanda satisfatória”, afirmou a instituição à epbr.
A queda no preço internacional do petróleo deixou o o etanol menos competitivo frente à gasolina, intensificando o efeito da crise do coronavírus na demanda pelo biocombustível.
Monitoramento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontou queda de 20% no consumo acumulado de etanol, até 8 de junho, em relação ao mesmo período do ano passado. A redução é expressiva se comparada à gasolina comum (-0,5%) e com diesel (-3,9%) no mesmo período.
Estimativas da Unica, em abril, era para uma necessidade de estocagem de 6 bilhões de litros de etanol na safra 2020/2021, ao custo de R$ 9 bilhões.
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Credito mais barato em contrapartida de empregos
A linha será no valor de R$ 3 bilhões e contratada por meio de um consórcio de bancos privados liderado pelo Banco do Brasil. O BNDES disponibilizará até R$ 1,5 bilhão e as demais instituições financeiras, a outra metade. O bancos também poderão oferecer crédito por conta própria, além dos R$ 3 bilhões estipulados inicialmente.
A empresa interessada na linha de crédito deverá ter faturamento mínimo de R$ 300 milhões ao ano. O valor máximo individual do financiamento será de R$ 200 milhões e o mínimo de R$ 10 milhões. A operação terá prazo de 24 meses, com até 6 meses de carência, e a garantia será o estoque de etanol que cada usina possui.
O BNDES, em nota, confirmou que haverá incentivo à preservação dos empregos, com custos mais baixos para empresas que mantiverem ou aumentarem os postos de trabalho nos próximos 12 meses, mas não detalhou as taxas da operação.
“O setor é responsável por 1 milhão de empregos no interior do país e pela geração de US$ 10 bilhões em exportações por ano. Uma pesquisa realizada pelo IBRE/FGV em março aponta o mercado de petróleo e biocombustíveis como o mais afetado pela crise. Os biocombustíveis sofreram com a diminuição de consumo superior a 30% e também com a queda no preço internacional do petróleo – o que tornou o etanol menos competitivo. Além disso, as empresas sucroalcooleiras enfrentam um momento de caixa baixo por conta do início do período da safra, que vai de abril a dezembro”, informou o banco.
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