A Light S.A. apresentou nessa sexta-feira (14/7) seu plano de recuperação judicial à 3ª Vara Empresarial da Capital do Rio de Janeiro. A empresa foi intimada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última semana a divulgar o plano.
A proposta tem seis opções de pagamento para diferentes perfis de credores, grupo que inclui mais de 40 mil investidores individuais, 250 fundos de investimento e 10 instituições financeiras, nacionais e estrangeiras.
O plano oferece quatro opções para os credores receberem integralmente seus créditos:
- Pagamento à vista: Para quem tem créditos de até R$ 10.000,00 (dez mil reais), na data de apresentação do plano, especialmente debenturistas – opção é direcionada a quase 25 mil pequenos investidores pessoa física (mais de 60% do total);
- Conversão de dívida em ações da Light S.A.: Para os investidores que desejam continuar na empresa, sendo assegurado aos acionistas direito de preferência para a subscrição do aumento;
- Credor parceiro Light Energia: Para os investidores que apoiarem a separação total da estrutura de capital da Light Energia, renunciando a quaisquer coobrigações que tenham via Light S.A., e assim apoiando a reestruturação global;
- Credor parceiro Light SESA: Para os investidores que desejarem apoiar a Light SESA, podendo investir recursos em um FIDC da distribuidora à razão de 1,2 para 1: a cada R$ 1,20 de novo dinheiro aportado, R$ 1 de crédito poderá aderir à opção, com recebimento integral.
Além dessas, o credor terá mais duas opções com desconto sobre o valor da dívida:
- Antecipação do pagamento em caixa: Por meio de um leilão reverso, os credores poderão receber recursos à vista, com desconto mínimo de 60%, na homologação do plano de recuperação judicial, deixando de ter exposição ao Grupo Light.
- Reperfilamento da dívida: O credor que optar por essa alternativa poderá receber 80% do valor atual da dívida parcelado em 15 anos e indexado ao IPCA.
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Os recursos captados com o FIDC advindo do Credor parceiro Light SESA financiarão a opção de antecipação do pagamento em caixa.
Veja a íntegra do plano de recuperação judicial da Light SA.
Crise na Light
A Light SESA tem enfrentado uma série de desafios financeiros nos últimos anos. O Grupo Light, que controla a empresa, entrou com um pedido de recuperação judicial em razão de um grave desequilíbrio financeiro, com dívidas que somam cerca de R$ 11 bilhões.
O Ministério Público do Rio de Janeiro questionou a decisão da Justiça que autorizou a recuperação judicial da Light, alegando que a empresa estaria obtendo benefícios sem assumir responsabilidades correspondentes.
Além disso, um grupo de credores que detém cerca de 5 bilhões de reais em debêntures da Light também questionou a recuperação judicial, afirmando que a empresa usou de uma tese “fraudulenta”.
Esses credores defendem uma “abordagem construtiva” para resolver o caso da Light, que “deve priorizar a segurança do atendimento aos consumidores, assim como o cumprimento das obrigações financeiras por parte da companhia”.