Transição energética

Julho de 2024 registra dia mais quente da história pela segunda vez consecutiva

Na segunda, 22 de julho de 2024, a temperatura média global diária atingiu recorde de 17,16°C

Julho de 2024 registra dia mais quente da história pela segunda vez consecutiva (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Onda de calor no Rio de Janeiro (RJ), em novembro de 2023 (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

BRASÍLIA — A Terra experimentou esta semana seu dia mais quente na história recente, de acordo com os dados do Copernicus Climate Change Service (C3S) divulgados nesta quinta (25).

Na segunda, 22 de julho de 2024, a temperatura média global diária atingiu recorde de 17,16°C, considerando os países que estão no inverno. A média superou os recordes anteriores de 17,09°C, na véspera, 21 de julho, e de 17,08°C, registrado há pouco mais de um ano, no dia 6 de julho de 2023.

Na última terça (23), a temperatura média estava em 17,15°C.

A base de dados do C3S considera registros de temperatura de um banco de dados que começa em 1940.

“Embora a temperatura em 21 de julho de 2024 (17,09 °C) tenha sido quase indistinguível do recorde anterior de 17,08 °C alcançado em 6 de julho de 2023, a diferença entre estes e o novo recorde de temperatura (17,16 °C) alcançado em 22 de julho é maior do que as diferenças típicas nas variações diárias entre conjuntos de dados alternativos”, observa a agência europeia.

Os cientistas destacam a diferença de mais de 1ºC entre as temperaturas desde julho de 2023 e todos os anos anteriores.

Antes de julho de 2023, o recorde anterior de temperatura média global diária era de 16,8 °C, em 13 de agosto de 2016. De 3 de julho de 2023 a 23 de julho de 2024, houve 59 dias que excederam esse recorde anterior, distribuídos entre julho e agosto de 2023, e durante junho e julho até agora em 2024.

“Em 21 de julho, o C3S registrou um novo recorde para a temperatura média global diária. O que é realmente impressionante é o quão grande é a diferença entre a temperatura dos últimos 13 meses e os recordes de temperatura anteriores. Estamos agora em um território verdadeiramente desconhecido e, à medida que o clima continua esquentando, estamos fadados a ver novos recordes sendo quebrados nos próximos meses e anos”, comenta o diretor do C3S, Carlo Buontempo.

A análise dos anos com as maiores temperaturas máximas globais diárias anuais mostra que tanto 2023 quanto 2024 registraram máximas anuais substancialmente acima daquelas registradas em anos anteriores.

Outro sinal da tendência do aquecimento global é o fato de que os dez anos com as maiores temperaturas médias diárias máximas anuais são os últimos dez anos, de 2015 a 2024.

A diferença entre o menor classificado desses dez anos (2015) e o recorde anterior a 2023 (13 de agosto de 2016) foi de 0,2 °C. O salto do recorde de 2016 para 2023 é de 0,28 °C, e para o novo recorde de 2024 é de 0,36 °C, destacando o quão substancial é o calor de 2023 e 2024.