HOUSTON, TX – O presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae no Amapá, Josiel Alcolumbre, cobrou nesta segunda (6/5) a liberação do Ibama para a campanha de exploração de petróleo da Petrobras na costa do Amapá, seu estado de origem.
“Que não percamos a oportunidade de explorar as riquezas depositadas no leito da Margem Equatorial”, disse em discurso na abertura do Pavilhão Brasil, na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, Texas (EUA).
“Qual a diferença de explorar petróleo em Urucu e a 540 km da Foz do Rio Amazonas?”, questionou. Josiel é irmão do senador e atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União/AP).
Josiel também é pré-candidato à prefeitura de Macapá, capital do estado.
A Petrobras produz há décadas petróleo e gás natural no polo de Urucu, em terra, no Amazonas. Abastece a refinaria de Manaus, vendida para o grupo Atem, e a região metropolitana da capital Manaus.
Ao lado do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, Josiel Alcolumbre afirmou que a companhia é “responsável ambientalmente” e “gera riqueza”.
Também incorporou o discurso da Petrobras ao afirmar que sem a abertura da fronteira exploratória da Margem Equatorial, em águas profundas de estados da região Norte e Nordeste, o Brasil pode perder a autossuficiência na produção de óleo.
“[A exploração vai] permitir que nós não voltemos a importar petróleo”, disse.
“Peguem os números e façam as contas. Qual é a decisão que o Brasil quer ter? O Brasil quer ser importador de petróleo daqui a 15 anos? Quer ser muito importador de petróleo daqui a 25 anos? Ou quer pelo menos equilibrar o jogo? A gente realmente precisa de novas descobertas”, afirmou Joelson Mendes à epbr, em abril.
Mendes é o diretor de Exploração e Produção da Petrobras.
Funai pediu mudanças em projeto
Ano passado, Ibama pediu à Funai uma avaliação do possível impacto em terras indígenas da exploração de óleo e gás do bloco FZA-M-059 na Bacia da Foz do Amazonas.
De acordo com o órgão ambiental, a consulta é necessária em razão do sobrevoo de aeronaves em regiões com aldeias no município de Oiapoque (AP).
A Petrobras afirma que existe a previsão de apenas dois voos diários em um período limitado, de cinco meses. E que, por isso, não haverá impacto. A estatal afirma ainda que essa avaliação já tinha sido aceita pelo Ibama.
A Funai sinalizou ao Ibama que são necessários ajustes no projeto de licenciamento, além de um calendário de consulta às aldeias indígenas com conclusão prevista para 2025.
Petrobras e setores do governo favoráveis à exploração entendem que o cronograma não tem motivos para impactar o licenciamento. A companhia aguarda uma decisão do Ibama sobre o recurso apresentado no ano passado.
Brasil põe à prova políticas para choque em demanda de óleo
Uma consulta pública lançada na última semana abriu o debate sobre o papel da indústria de óleo e gás na transição energética brasileira, ao colher sugestões de políticas públicas para o setor em meio a uma pressão global pela redução de investimentos em combustíveis fósseis.
O debate aberto pelo governo – e que tem a exploração de petróleo como tema central –, foi tema da newsletter Diálogos da Transição na semana passada.
O Ministério do Meio Ambiente está mais alinhado com a trajetória de descarbonização que busca reduzir os incentivos para um setor que, globalmente, contribui com a maior parte dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera.
Enquanto outras pastas, como o Ministério de Minas e Energia (MME), têm defendido que a produção de óleo e gás vai evitar que o país precise importar carbono.
Isto é, o que conta para nossas emissões é o carbono consumido e limitar a abertura de novas fronteiras de exploração – e o debate posto é a Margem Equatorial – um país movido a diesel corre o risco de importar ainda mais combustível.
Cobertura completa do estúdio epbr na OTC 2024, em Houston, Texas