BRASÍLIA — O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a formação de uma joint venture avaliada em R$ 12,6 bilhões entre a Casa dos Ventos, empresa brasileira de energias renováveis, e a multinacional francesa TotalEnergies.
Segundo as empresas, a transação é maior do mercado brasileiro de energia renovável e movimentou R$ 4,2 bilhões entre aportes e assunção de dívidas.
A chegada do novo sócio investidor havia sido anunciada em outubro do ano passado. A TotalEnergies agora detém 34% do segmento de geração de energia da Casa dos Ventos.
Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos afirma que a sociedade com a TotalEnergies expande a capacidade de atuação em novas fronteiras como hidrogênio, amônia e eólica offshore.
“A nova sociedade torna a nossa energia mais competitiva e possibilita uma expansão mais rápida do nosso braço de geração. Além de aportar capital novo, a parceria fortalece nossa capacidade de crédito, além de ampliar nosso portfólio de clientes”.
A Casa dos Ventos tem um pré-contrato com o Complexo Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará, para a instalação de unidade fabril de produção de hidrogênio e amônia verde. O projeto, em parceria com Comerc Eficiência, está previsto para começar a operar em 2026.
Nova estrutura
Com a operação concluída, a Casa dos Ventos agora se organiza em duas empresas.
A empresa de geração, com participação da Total, será responsável pela construção e operação de empreendimentos de energia renovável.
Já a empresa de desenvolvimento se dedicará à prospecção de oportunidades e à elaboração de projetos greenfield. Esta continua integralmente vinculada aos atuais acionistas e ficará responsável pelo fornecimento de novos projetos para alavancar a joint venture de geração.
Total projeta 9 GW em eólicas offshore no Brasil
Uma maiores produtoras ocidentais de petróleo e gás, a TotalEnergies está desenvolvendo 9 GW de capacidade de geração eólica offshore na costa do Brasil. São três parques distribuidores no Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Se junta às gigantes Equinor e Shell, também do segmento de óleo e gás, mas com estratégias de transição energética e aumento do portfólio de energias renováveis.
A potência total está distribuída nos parques Sopros do Ceará, Sopros do RJ e Sopros do RS, cada um com 200 aerogeradores de 15 MW, totalizando 3 GW de potência instalada.
A TotalEnergies está envolvida em um portfólio de 6 GW em eólicas offshore no exterior, sendo um terço dessa potência em parques com aerogeradores flutuantes — o segmento começou com torres de fundo fixo. São negócios no Reino Unido, Coreia do Sul, Taiwan e França, sede da companhia.