Petroleiras internacionais voltarão a perfurar poços no pré-sal da Bacia de Santos a partir do fim deste ano e ao longo de 2018 com as campanhas já em licenciamento da Statoil e Total para 16 poços. As duas empresas estão atualmente licenciando a perfuração de poços na área do bloco BM-S-8 e do campo de Lapa, respectivamente.
As campanhas acontecerão seis anos depois da devolução do bloco exploratório BM-S-22, única área até o momento operada por uma empresa privada no pré-sal de Santos. A ExxonMobil fez três poços exploratórios na região com a sonda West Polaris, da Seadrill. Um resultou seco com indícios de petróleo, outro portador de petróleo e o terceiro, produtor subcomercial de petróleo. Acabou devolvendo a concessão à ANP em 2012.
Os trabalhos mais avançados são da Statoil. A norueguesa chegou ao pré-sal com a aquisição de 66% da participação da Petrobras no bloco BM-S-8, onde está a descoberta de Carcará. A negociação, avaliada em US$ 2,5 bilhões, já foi aprovada pelo Cade e pela ANP.
Comprou posteriormente, 10% da participação da QGEP no projeto por US$ 379 milhões e hoje tem como sócios a Galp (14%) e a Barra Energia (10%) no projeto.
A Statoil está licenciando a perfuração de oito poços e um teste de formação, que acabou substituindo o Teste de Longa Duração que estava comprometido para a área. Um acordo com a Seadrill prevê a utilização da sonda West Saturn para a perfuração de um poço e a realização do teste. Dependendo dos resultados, a empresa pode exercer a opção de utilizar a sonda para a perfuração dos demais sete poços.
“Testar a descoberta de Carcará fornecerá informações importantes para o desenvolvimento do campo” disse Anders Opedal, presidente da Statoil no Brasil, na época da contratação da sonda.
A francesa Total está licenciando atualmente a perfuração de oito poços no campo de Lapa, também no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. Ali, comprou 35% e a operação da área numa estratégia de negócios que envolveu uma série de outros ativos, incluindo usinas térmicas e um terminal de GNL, e foi avaliada em US$ 2,2 bilhões.
O campo de Lapa entrou em operação em dezembro do ano passado e será o primeiro em produção no pré-sal operado por uma empresa não Petrobras. A produção é feita pelo FPSO Cidade de Caraguatatuba, afretado pela Petrobras à Modec.
O campo produz atualmente, de acordo com dados da ANP, 57,8 mil barris por dia de petróleo e 1,5 milhão de m3/dia de gás natural. O FPSO é a 13a unidade com maior produção do país e produz atualmente a partir de três poços.
O campo de Lapa está localizado na antiga área do bloco BM-S-9 e ainda é operado pela Petrobras com 45% de participação. Depois da aprovação da ANP, a Total terá 35% da área em parceria com a Shell (30%), Repsol Sinopec Brasil (25%) e Petrobras (10%).