Energia

Investimento da Petrobras em eólica offshore pode começar pelo exterior, diz Tolmasquim

No Brasil, os primeiros passos podem vir no mercado de solar e eólica onshore

Investimento da Petrobras em eólica offshore pode começar pelo exterior, diz Tolmasquim. Na imagem: Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética da Petrobras, na Bratecc, evento da Argus no Rio de Janeiro (Foto: Agência Petrobras)
Maurício Tolmasquim diz que investimento da Petrobras em novas renováveis pode começar pelo exterior (Foto: Agência Petrobras)

RIO — A Petrobras considera investir primeiramente em projetos de novas fontes de energias renováveis — como a eólica offshore — no exterior, em países onde os marcos legais já estão mais consolidados, antes de começar a desenvolver seus próprios projetos no Brasil, disse o diretor de Transição Energética da companhia, Maurício Tolmasquim. No Brasil, os primeiros passos podem vir no mercado de solar e eólica onshore.

Segundo o executivo, a ideia é recorrer a parcerias em novas fontes de energia renovável, como as eólicas offshore e hidrogênio. A companhia pode entrar como minoritária em projetos no exterior para adquirir experiência e avançar na descarbonização do portfólio de forma mais rápida.

“A pressão vai vir para ter resultados. Então temos que entrar de alguma forma. Em termos de tecnologias, todas são possíveis. Não estamos descartando investir também fora do Brasil, principalmente em áreas como a eólica offshore, em que estamos construindo nosso marco regulatório ainda. Lá fora já tem leilões”, disse Tolmasquim, em evento da Argus no Rio de Janeiro nesta quarta (17/5).

O executivo destacou que a companhia também pode aproveitar os subsídios que estão sendo oferecidos para as novas fontes, em outros países. União Europeia e Estados Unidos têm programas de incentivos que contemplam energias renováveis.

“Alguns investimentos que no Brasil podem ainda não ser lucrativos lá fora já são”, disse a jornalistas.

No Brasil, solar e eólica onshore vêm primeiro

Apesar de mirar oportunidades no exterior, Tolmasquim reforçou o interesse em entrar também no mercado brasileiro de renováveis.

“Mas somos uma empresa brasileira e é claro que queremos investir aqui no Brasil”, ressalvou.

Nesse sentido, Tolmasquim acredita que a Petrobras pode começar os investimentos em renováveis no país por meio de projetos em terra, como eólicas e solares, cujos prazos de implementação são mais rápidos e que são, hoje, “rentáveis e atrativos”.

“Isso pode ocorrer via leilão ou por negociações no mercado livre. Vamos ver qual é o melhor mecanismo”, afirmou o executivo.

O assunto será tratado na reformulação do plano estratégico 2024-2028, que deve se divulgado no fim do ano.

Tolmasquim reforçou que a diversificação do portfólio vai ser importante para a empresa lidar com a queda esperada do preço do barril a longo prazo, com a transição energética.

“Tem também uma estratégia econômica um sentido em diversificar a carteira. Com contratos mais longos eventualmente se consegue fazer um hedge [proteção]. Ali tem um fluxo de receita estável”, disse.