RIO — A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) revelou, na última semana, sua estratégia de desenvolvimento de quatro projetos de hidrogênio verde na Bolívia, nas regiões de Entre Ríos, Río Grande, Warnes e Villa Montes.
O anúncio foi feito pelo diretor de avaliação e controle de projetos da YPFB, Jorge Ríos Urquidi, durante o Fórum Internacional de Hidrocarbonetos, Fertilizantes, Energias Renováveis e Alternativas, realizado em Santa Cruz de la Sierra.
Segundo ele, a empresa estuda a implementação de hubs de hidrogênio verde, com resultados esperados para o terceiro trimestre de 2025.
“A publicação da nossa estratégia nos permite avançar com mais firmeza. Identificamos quatro áreas com potencial para sediar plantas de produção de hidrogênio verde”, destacou.
Urquidi também ressaltou o compromisso de descarbonização da YPFB, posicionando a Bolívia como líder regional na produção de energia limpa.
Hidrogênio verde e soberania energética
Os quatro projetos estão planejados para áreas próximas a instalações industriais já existentes de produção de amônia e ureia, separação de líquidos e processamento de gás natural, com uma produção estimada de hidrogênio verde de 420 toneladas por dia.
A empresa considera tanto a possibilidade de conexão dos projetos ao grid, como possibilidade de geração de energia renovável.
“O hidrogênio verde vai nos dar soberania e segurança energética, isso significa uma redução da dependência das importações de combustíveis”, disse Urquidi.
Nos últimos anos, a Bolívia vem passando por uma escassez de combustíveis, devido a queda na produção da YPFB e aos recentes bloqueios de estradas, realizados por opositores ao governo do presidente Luis Arce.
Este mês, o presidente boliviano assinou um decreto autorizando o setor privado a importar e comercializar diesel e gasolina no mercado interno por um ano.
Os volumes de combustíveis importados passaram de 8 milhões de barris em 2014, para 18,2 milhões em 2023, um aumento de 127,5%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Ministério dos Hidrocarbonetos e Energias.