Geopolítica do petróleo

Venezuela chama de 'irracional' bloqueio de petroleiros anunciado por Trump

Governo venezuelano acusa Trump de violar o direito internacional, promete denunciar o caso na ONU e diz que medida busca se apropriar das riquezas do país

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista à imprensa após encontro com Lula, no Palácio do Planalto, em 29 de maio de 2023 (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante visita ao Brasil, em 29 de maio de 2023 (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Venezuela chamou, na terça-feira (15/12), de “irracional” e de “ameaça grotesca” o bloqueio anunciado pelo presidente Donald Trump aos “petroleiros sancionados” que entram e saem do país. A nação alega que a medida viola o Direito Internacional, o livre comércio e a livre navegação. A intenção do americano seria, na verdade, “se apropriar do petróleo, das terras e dos minerais do país”.

“O presidente dos Estados Unidos pretende impor, de maneira absolutamente irracional, um suposto bloqueio naval militar à Venezuela com o objetivo de roubar as riquezas que pertencem à nossa pátria”, afirmou o governo em um comunicado à imprensa. A declaração foi compartilhada pela vice-presidente do país, Delcy Rodríguez.

Na carta, é dito que o embaixador venezuelano junto à ONU vai denunciar “a grave violação” da soberania nacional. O comunicado classifica, ainda, a publicação do “Sr. Trump” como “intervencionista e colonialista”.

“A Venezuela jamais voltará a ser colônia de império ou de qualquer poder estrangeiro e continuará percorrendo, junto com seu povo, o caminho da construção da prosperidade e da defesa irrestrita de nossa independência e soberania”, completam.

Mais cedo no mesmo dia, o presidente Donald Trump anunciou o bloqueio através de uma publicação em seu perfil na Truth Social. No post, ele volta a chamar o governo do presidente Nicolás Maduro de “ilegítimo” e afirma que agora o “regime” será tratado como uma “organização terrorista estrangeira”.

“Os EUA não vão permitir que um regime hostil leve nosso petróleo, terras ou quaisquer outros bens, os quais todos devem ser devolvidos à nós imediatamente”, escreveu.

Por Assíria Florêncio

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