Pressão máxima

Tarifas para países que compram petróleo russo serão próximas de 100%, diz Trump

Presidente dos EUA deve decidir sobre sanções após reunião com a Rússia; Brasil é grande importador de diesel russo

Donald Trump discursa antes de assinar decreto que cria força-tarefa para os Jogos Olímpicos de Los Angeles de 2028, no Auditório South Court, na Casa Branca, em 5 de agosto de 2025 (Foto Joyce N. Boghosian/Oficial Casa Branca)
Donald Trump discursa antes de assinar decreto que cria força-tarefa para os Jogos Olímpicos de Los Angeles de 2028 (Foto Joyce N. Boghosian/Oficial Casa Branca)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar sanções comerciais contra países que importam petróleo da Rússia. As declarações foram dadas em evento na Casa Branca, na terça-feira (5/8).

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com o enviado especial, Steve Witkoff, em Moscou nesta quarta (6), segundo o Kremlin, dias antes do prazo estabelecido pelo presidente dos EUA para que a Rússia alcance um acordo de paz com a Ucrânia. A conversa havia sido anunciada na noite de terça por Donald Trump.

Caso um cessar-fogo não seja alcançado até sexta-feira (8/8), o republicano prometeu impor penalidades econômicas que também podem atingir países que compram petróleo russo.

Durante evento para assinatura de decreto sobre as Olimpíadas de Los Angeles de 2028, questionado sobre tarifas a países que compram petróleo russo, Trump afirmou que “nunca disse uma porcentagem” para a sobretaxa, mas afirmou que será próxima a 100%.

“Vamos tomar uma decisão sobre sanções a países que compram energia russa após a reunião de amanhã (quarta-feira) com a Rússia”, acrescentou o presidente.

O Brasil é um tradicional comprador de diesel russo. O presidente americano não citou o país.

No primeiro semestre, a compra do produto russo representou 39,1% do volume adquirido pelo Brasil. Os Estados Unidos aparecem em segundo (32,8%), aponta a consultoria StoneX, a partir de dados do governo.

Recentemente, em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou que as distribuidoras de combustíveis brasileiras até poderiam tentar priorizar a compra de derivados de petróleo de outros países, como os Estados Unidos.

No entanto, segundo ele, a importação de diesel e gasolina russos ainda seria necessária.

“Se o cenário evoluir para o ponto em que o Brasil seja taxado por manter relações comerciais com a Rússia, o Brasil vai continuar comprando os produtos russos. Os derivados do petróleo produzidos pelas refinarias russas são fundamentais para o atendimento da demanda mundial. Não é simples assim tirá-los do mercado e encontrar fornecedores alternativos com a mesma capacidade de volume”, afirmou Araújo, na ocasião.

Com informações de O Estado de S. Paulo.

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