Litígio climático

Shell vence recurso contra tribunal holandês que obrigou corte de emissões

Em 2021, tribunal na Holanda obrigou petroleira a reduzir 45% de suas emissões até 2030

Projeto de descomissionamento de Brent na foz do rio de Hartlepool, Nordeste da Inglaterra (Foto Shell)
Projeto de descomissionamento de Brent na foz do rio de Hartlepool, Nordeste da Inglaterra | Shell

BRASÍLIA – Um tribunal de apelações na Holanda deu razão à Shell, na terça (12/11), em recurso apresentado pela petroleira contra decisão de 2021 que a obrigava a reduzir 45% de suas emissões até 2030.

Os juízes acolheram o argumento da major de que a decisão aplicada exclusivamente a uma empresa não impediria que seus concorrentes aumentassem a produção e as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

De acordo com a agência Al Jazeera, o tribunal de apelações em Haia concorda que a Shell deve agir para proteger o clima, mas rejeita o corte de emissões estipulado em 2021.

Na decisão de terça, os juízes apontam que a empresa de petróleo e gás está a caminho de atingir as metas de emissão que estabeleceu para si mesma, e que não está claro se a mitigação em seus produtos ajudaria na luta contra as mudanças climáticas.

O veredito chega em meio à 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que começou na segunda (11/11) em Baku, capital do Azerbaijão, com um alerta de que 2024 será o ano mais quente desde o início da era industrial, quando começou a queima de combustíveis fósseis em larga escala.

Historicamente, a cúpula discute ações para mitigar os impactos da humanidade sobre o clima e, em 2023, pela primeira vez, mais de uma centena de países concordaram que é preciso uma transição para longe dos fósseis – embora ainda não esteja claro quando, quanto ou como.

Decisão holandesa

Em maio de 2021, um tribunal holandês ordenou à Shell que aprofundasse seus planejados cortes nas emissões de gases de efeito estufa, alinhados ao Acordo de Paris – que visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

Na época, os juízes determinaram que a unidade da Shell no país deveria reduzir suas emissões de CO2 em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2019, incluindo operações (escopo 1) e os produtos de energia que vende (escopo 3).

Após a apelação da companhia, os juízes entenderam que as petroleiras têm a obrigação de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e que os tribunais podem ordenar que elas acelerem as políticas climáticas, mas não devem estabelecer metas específicas.

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